quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Episódio 140- Sensibilidade de Viver:Interlúdio ETP




Sentia a sucção e a sensação de amamentar tão intensamente, tão profundamente, que para seu espanto e até da própria menina, de seu seio saiu...LEITE !
Leite, sim, leite, pela primeira vez em sua vida, Lune estava amamentando de verdade, e uma sensação de bem estar e felicidade tão profunda tomou conta dela, um encanto tão forte,que ela agora chorava de felicidade...aquela sensação, aquilo tudo... aquilo era ser Mãe !
Lune se lembrou das palavras de sua avó, e aqueles momentos , aquele milagre, pareceram para as duas uma eternidade !
Washu também estava emocionada e encantada, e quando ela despregou do seio dela, as duas se abraçaram e choraram uma no ombro da outra...
-Eu não quero ir...mamãe...eu não quero ir embora...eu quero ficar com você !
Aquelas palavras da menininha cortavam o coração de Lune como facas afiadas...oh, era tão injusto ela não ser a real mãe dela...
Ela não sabia como responder...
Apenas a abraçou e cobriu seu rostinho de beijos, distribuindo carinhos em seus cabelos e suas costas...
Mas a hora da separação logo chegaria, e foi com relutância que Lune se recolocou sutiã e blusa de novo e levou Washu abraçada no seu ombro.
Com miríades de cuidados e mão no corrimão, Lune desceu as escadas com ela assim que a campainha tocou.
Na hora da despedida, a choradeira foi maior ainda e deu o que fazer para Washu ir embora.
Lune ficou acenando para ela até o carro dobrar a esquina, e sua vontade era de correr atrás do carro.
Ao chegar em seu quarto, agora vazio, Lune chorava aos cântaros!
A cama cheirava a Washu. E cheirava a leite. E , quando percebeu, seu sutiã estava encharcado e sua blusa também.
Ela estava deitada de barriga para cima, e seus seios estavam inchados e com os mamilos escuros.Estavam vertendo leite sem parar!
Foi quando Momiji entrou no quarto dela.
Já tinha pressentido, com seu sexto sentido, que Lune estava sofrendo intensamente.
Momiji se sentou na cama e abraçou sua filha, não se importando em se molhar com leite.
As duas ficaram quase uma hora abraçadas, chorando emocionadas uma no ombro da outra, pois Momiji sabia o que era aquela sensação, aquele sentimento, sabia como a filha se sentia e como era se sentir assim.
No fim, quando ambas se recuperavam, Momiji disse:
-Filha, minha filhinha...você cresceu..e o crescimento dói, e como dói..a maturidade dói, sabe? Mas olha, olha para mim, filha...
Lune olhou bem nos olhos dela, que continuou:
-Você vai dar uma excelente mãe ! Agora eu sinto, tenho a certeza, meu coração e minha experiência me dizem !Parabéns, filha, eu tenho muito orgulho de você !
-Muito obrigada, mãe...
-Agora tente dormir, você precisa descansar...
E Momiji saiu do quarto.
Naquela noite, Lune bem que tentara, mas pouco conseguira dormir. No pouco que dormira, sonhara com Washu.
As saudades eram enormes e o que sentira quando Madoka retirara a menininha de seus braços...era como alguém arrancando um filho de sua mãe, como se ela nunca mais o fosse vê-lo...
-Washu! Washuuuuuuu !
Foi o grito de Lune no meio da noite, qual um uivo de loba desesperada !
A dor da consciência de ela não ser a mãe da menina, e de ainda não ser mãe a atormentava, numa lenta e tonitruante agonia, num exaspero que lhe parecia insolúvel !
Acordou, no dia seguinte, com olhos esbugalhados e a primeira coisa que viu na sua frente foi...Takeo !
-Acho que ainda não estou enxergando direito, preciso lavar os olhos...
-Sou eu sim, meu bem...
-Takeo-kun?Andou...
-Sumido? É, fiquei muito magoado naquele dia no hospital, mas, eu soube que a Madoka e o marido dela iriam visitar vocês junto com a Washu-chan, e eu sabia que isto iria ser impactante para você, mas achei que esta era uma experiência que você precisava ter, mas que no dia seguinte, você precisaria de ter apoio, então voltei.
-Desculpe,eu...estava tão estressada naquele dia...
-Sem problemas, anjo, meu amor por ti é maior do que qualquer mágoa...olha, seu pai me contou todos os seus acontecimentos dos últimos dias e fiquei muito preocupado com você...
-Aquele linguarudo...bom, deixa quieto...ai, Takeo-ku, desculpe , mas hoje não é um bom dia para a gente se rever...entenda, neste momento, depois do que vivi com a Washu-chan, você não é exatamente a pessoa mais adequada para me apoiar neste momento...
-Sim, eu entendo, querida. O que você precisa ouvir agora só pode advir de bocas femininas, claro. Só quis te ver e ver como estavas, para que soubesses que caso precises de mim, estarei por perto para te ajudar no que estiver ao meu alcance.Bom, eu vou indo agora, depois, quando você estiver melhor, a gente conversa com mais calma.
Takeo sabia exatamente como lidar com ela assim. Deu um beijo na testa dela, acariciou os cabelos dela, e saiu, carregando o terno por cima do ombro.

(Por Continuar)

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