terça-feira, 21 de novembro de 2017

Episódio 147-Sensibilidade de Viver:Interlúdio ETP




A cabeça dele estava baixa, o olhar também, e assim ele permaneceu em silêncio enquanto ela o conduzia pela mão até o lavabo  social da sala.
Claro que os pais de Lune ouviram tudo aquilo, mas preferiram não intervir, ao menos por enquanto, pois achavam que o casal é quem tinha de resolver suas diferenças entre eles.
Ao chegar no lavabo, Lune disse:
-Coloque sua língua para fora , deixa eu ver.
Ele tirou, e ela estava bem ferida.
Lune pegou um pedaço de papel higiênico e passou na lígua dele, e ele quase gritou. O papel saiu ensanguentado!
-Quer que eu coloque um pouco de spray cicatrizador aí, Takeo-kun?
Ele fez que não com a cabeça.
-Bom, então não há muito o que eu possa fazer aí, não tem como colocar banda aid na língua.
-Deixa quieto...
Ele disse com dificuldade, tentando mover a língua o menos possível.
-Quer que eu te leve no hospital?
Ele fez sinal de “não” com a cabeça de novo.Então , ele tirou uma caneta do bolso do blazer e pegou uma folha de um caderninho que ele levava sempre consigo e escreveu:
-Vou embora. Não te rejeitei. E foi você, não eu, quem quis sexo.
Agora, mais calma, Lune caía em si. Sim, ela tinha caído em contradição em seu raciocínio, afirmando que ele a quis usar e que viera só para fazer sexo com ela. O convite partira dela, de livre e espontânea vontade, não dele. Ela estava a fim.
A cabeça e os olhos dela baixaram, e ela murmurou:
-Desculpe...
Ele ficou em silêncio. Não por que não tivesse o que responder, mas por que sua língua estava dolorida e doía ao falar, então ele preferia poupá-la.
Lune acompanhou o noivo até a porta, deu-lhe um beijinho no rosto, mas acertou perto do olho para evitar de machucar a boca dele.
Ele saiu pela porta e portão, e entrou no carro dele e foi embora.
Lune ainda ficou um tempo pensativa e triste na porta.
Ela sabia que o estava magoando com frequência e que as pessoas num relacionamento perdoam muito, mas um dia se cansam de tanto perdoar. Portanto, ela estava colocando o relacionamento deles em risco, e ela voltava a temer que ele a traísse.
Ela subiu as escadas e se trancou em seu quarto, pensativa.
Pensou em se deitar na cama, mas ela estava suja e malcheirosa.
Sentou-se em sua cadeira de computador e ficou pensando no que fazer, mas aquele cheiro intenso de sexo a estava desconcentrando e pensamentos pervertidos começavam a se infiltrar na sua cabeça.
Resolveu então sair daquele quarto e pegar o carro dela e dar uma voltas.
Abriu a porta, desceu as escadas e passou pela sala e disse a seus pais:
-Vou sair !
-Onde vai a esta hora, filha?
Vou na sorveteria, mãe, espairecer, estou precisando...
-Se precisar de conselhos é só me avisar!
-Pode deixar, mãe...
-Ó, filha, eu existo também, viu?
-Eu sei, pai, fica tranquilo, só o senhor mesmo...
E Lune foi na cgaragem e entrou em sua Mercedes Classe B.
-Ela me pareceu triste, Kazuo-kun...
-Ela sempre fica assim depois que briga com o noivo, é assim mesmo...já estou até acostumado, Momiji-san...
-Também, com o gênio terrível que ela tem...
-Ah, Momiji-san, seja compreensiva, é o jeito dela, assim mesmo...
-É fácil para você dizer isto, não é você quem tem de ficar aguentando os coices dela! Para você ela é toda carinhos !Fico até com ciúmes...
-Ah, não, vai começar esta conversa de novo?Ninguém merece...
-Você merece sim, Kazuo-kun!
-Eu mereço mais é sossego ! Vou no nosso quarto dormir !
-Dormir nada, Senhor Kazuo, eu quero é sexo e quero agora !Nem pense em ir para o quarto sozinho!
-Ah, isto sim eu mereço !
Disse Kazuo, num sorriso.
-Ah, malandrão, agora você merece, não é?Escutar que é bom, nada...vai, me carrega nos braços escada acima ! Você anda muito molenga ultimamente, tem de trabalhar um pouco !
E lá foram os dois para o quarto deles...
Enquanto isto, Lune ganhava as ruas e avenidas.Ela não se sentia lá muito segura dirigindo a noite, mas como ela sabia que a noite as sorveterias de bairro já tinham fechado, resolveu ir no shopping mais próximo.
Não era o tipo do lugar que ela gostasse de ir, mas paciência, não iria encontrar mais nada aberto ‘a aquela hora.
Ao chegar lá, achou uma vaga no estacionamento, estacionou e foi para dentro do shopping, direto para a praça de alimentação, que ficava no último andar.
Lá encontrou uma sorveteria e pediu um sorvete gigante, cheio de marshmellow, chantilly, amendoim picado e pedaços de frutas.Pediu um refrigentante também , pagou com seu cartão de crédito, e depois foi se sentar numa mesinha.
Assim que veio o sorvete e começou a tomar, veio-lhe o pensamento:
-O nosso primeiro encontro foi numa sorveteria também...
E as imagens dos primeiros encontros dela com Takeo ficaram se passando na mente dela, enquanto ela devorava a iguaria gelada.

(Por Continuar)

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