domingo, 19 de novembro de 2017

Episódio 146- Sensibilidade de Viver:Interlúdio ETP



O jantar estava finalmente pronto.
E eles começaram a comer, quando ouviram um barulho de carro entrando na garagem.
-Seu pai chegou !
-Como sabe que é ele e não minha mãe?
-O barulho do motor do carro de seu pai é bem diferente do da vanzinha dela.
-Aliás, já era mais que hora de os dois trocarem de carro!Os dois já estão bem velhinhos !
-Verdade,anjo !
Dali a pouco Kazuo entrava na cozinha:
-Eeee, fizeram o jantar e nem me convidaram para comer, heim?
-Imagine, pai,pegue um prato e palitinhos para o senhor, sirva-se a vontade, sobrou muito !
-É, filha, o pai sempre fica com as sobras mesmo...
-Ah, pai, não vem com draminha, com chantagem emocional não, vai...
Kazuo pegou suas coisas, se serviou e se sentou ao lado deles.
-Sua mãe já chegou?
-Ainda não, pai, já já ela está chegando !
-Verdade !Ela vai gostar de ver o jantar já feito!Eu acho até melhor já ir arrumando as coisas dela na mesa antes que ela chegue, para não ter trabalho!
-Isto é que é amor, heim, Kazuo-dono?
-Ah, Takeo-san... depois de viver mais de vinte anos ao lado da mesma mulher, a gente descobre que o amor está nos pequenos detalhes  da consideração, do pensar no outro...este para mim , é o verdadeiro amor !
E kazuo deixou tudo pronto para Momiji.
-É verdade, eu nunca tinha pensado nisto antes, pai...
-É qua sua Natureza é mais contemplativa, de solitude, filha, mas não é um defeito, é uma diferença, e diferenças são qualidades !
-Obrigada, pai, o senhor sabe mesmo me agradar !
-Apenas fui sincero, filha...
-Por  isto mesmo que me agradou em cheio !
E Lune fez um carinho no queixo do pai e deu-lhe um beijinho no rosto.
Dali a pouco, se ouvia o ronco do motor da vanzinha de Momiji.
-Afora é a sua mãe que chegou !
-Óbvio, não é, Takeo-kun, se meu pai já está aqui conosco...
-Filha, também não precisa ser  assim com ele...
-O Feminismo já abandonou a delicadeza feminina há muito tempo, pai, prefiro seguir os ensinamentos de Simone de Beauvoir !
-Ih, se eu seguir os de Sartre, estarei perdido então !
-Bobo !
Disse Lune.
Foi quando o gato de Lune chegou na cozinha atraído pelo cheiro de comida.Ela o pegou nas mãos e o colocou no colo de Takeo, dizendo:
-Siga a este Sartre aqui então !
-Ah, este não vale, amor !
Kazuo soltou uma gostosa gargalhada !
-É, o clima está animado aqui, fizeram atté a janta !
-Seja bem vinda, mamãe !
-Obrigada, filha !Oi, Takeo-san, boa noite !
-Oi, Momiji-sama, boa noite !
-Vou me juntar a vocês então, que este macarrão está com uma cara ótima !
-Foi o Takeo-kun que fez !E eu ajudei !
Disse Lune, animadinha.
-Eu provei e está muito bom, muito bom mesmo, Takeo-san, parabéns !
-Obrigado, Kazuo-dono !
Momiji se sentou e se serviu e começou a comer.
-Realmente, está uma delícia, parabéns, Takeo-san !
-Muito obrigado, Momiji-sama !
E continuaram a conversar enquanto comiam, animados.
Depois que terminaram, Takeo ainda ficou um tempo fazendo sala para os pais de Lune por educação, e depois se despediu deles.
Lune o acompanhou até a porta.
-Não quer dormir aqui de uma vez, fofo?
-Não obrigado, fofa, não pegaria bem...
-Você não estava assim tão tímido na cama...
O olhar de Lune para ele era o de mulher que quer mais !
-Meu bem, por mim, ficaria o resto da minha vida com vocês na sua casa, mas já viu...
-Huum, é que você já conseguiu o sexo que voc~e queria, não é?Agora não sirvo para mais nada...
-Não é assim, amor, é uma questão de educação, das regras sociais, você sabe que por mim eu ficaria...
-Sou um corpo para você. Carne. Mais nada...já consumiu-me e agora vai embora...sinto-me devorada...
Takeo reafiu tentando abraça-la, mas ela rejeitou seus braços, de cara fechada.
Ele arregalou seus olhos, surpreso.
-Não me toque ! Quer ir embora, vá logo de uma vez !
Estupefato, Takeo ficou sem ação, olhando para ela, mas ela desviou os olhos.O semblante era agressivo.
Ele precisava decidir e tomar uma decisão logo. Aquele “vá embora” dela na verdade, ele sabia, ele a conhecia, era quase um pedido desesperado para ele ficar.Era hora de provar mais uma vez que ele a amava e que ela era mais do que um corpo para ele!
Súbitamente ele a agarrou com força, e a beijou na boca,de um modo apaixonado!
Agora foi a vez dela arregalar os olhos e tentar se desvencilhar, e acabou mordendo a língua dele de modo doloroso.
-Aaaai !
Ele gritou.
-Você me rejeitou ! Como ousa me rejeitar ?  E me assedia como um tarado !
E a mão dela voou na cara dele.
Ao mesmo tempo que uma lágrima caiu de cada olho dele, um fio de sangue escorreu pelo canto da boca dele.
Foi só então que a ficha de Lune caiu:
-Ai, desculpe, desculpe, entra, entra, eu vou dar um jeito nisto...

(Por Continuar)

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