A
cabeça dele estava baixa, o olhar também, e assim ele permaneceu em silêncio
enquanto ela o conduzia pela mão até o lavabo
social da sala.
Claro
que os pais de Lune ouviram tudo aquilo, mas preferiram não intervir, ao menos
por enquanto, pois achavam que o casal é quem tinha de resolver suas diferenças
entre eles.
Ao
chegar no lavabo, Lune disse:
-Coloque
sua língua para fora , deixa eu ver.
Ele
tirou, e ela estava bem ferida.
Lune
pegou um pedaço de papel higiênico e passou na lígua dele, e ele quase gritou. O
papel saiu ensanguentado!
-Quer
que eu coloque um pouco de spray cicatrizador aí, Takeo-kun?
Ele
fez que não com a cabeça.
-Bom,
então não há muito o que eu possa fazer aí, não tem como colocar banda aid na língua.
-Deixa
quieto...
Ele
disse com dificuldade, tentando mover a língua o menos possível.
-Quer
que eu te leve no hospital?
Ele
fez sinal de “não” com a cabeça de novo.Então , ele tirou uma caneta do bolso
do blazer e pegou uma folha de um caderninho que ele levava sempre consigo e
escreveu:
-Vou
embora. Não te rejeitei. E foi você, não eu, quem quis sexo.
Agora,
mais calma, Lune caía em si. Sim, ela tinha caído em contradição em seu raciocínio,
afirmando que ele a quis usar e que viera só para fazer sexo com ela. O convite
partira dela, de livre e espontânea vontade, não dele. Ela estava a fim.
A
cabeça e os olhos dela baixaram, e ela murmurou:
-Desculpe...
Ele
ficou em silêncio. Não por que não tivesse o que responder, mas por que sua língua
estava dolorida e doía ao falar, então ele preferia poupá-la.
Lune
acompanhou o noivo até a porta, deu-lhe um beijinho no rosto, mas acertou perto
do olho para evitar de machucar a boca dele.
Ele
saiu pela porta e portão, e entrou no carro dele e foi embora.
Lune
ainda ficou um tempo pensativa e triste na porta.
Ela
sabia que o estava magoando com frequência e que as pessoas num relacionamento
perdoam muito, mas um dia se cansam de tanto perdoar. Portanto, ela estava
colocando o relacionamento deles em risco, e ela voltava a temer que ele a traísse.
Ela
subiu as escadas e se trancou em seu quarto, pensativa.
Pensou
em se deitar na cama, mas ela estava suja e malcheirosa.
Sentou-se
em sua cadeira de computador e ficou pensando no que fazer, mas aquele cheiro
intenso de sexo a estava desconcentrando e pensamentos pervertidos começavam a
se infiltrar na sua cabeça.
Resolveu
então sair daquele quarto e pegar o carro dela e dar uma voltas.
Abriu
a porta, desceu as escadas e passou pela sala e disse a seus pais:
-Vou
sair !
-Onde
vai a esta hora, filha?
Vou
na sorveteria, mãe, espairecer, estou precisando...
-Se
precisar de conselhos é só me avisar!
-Pode
deixar, mãe...
-Ó,
filha, eu existo também, viu?
-Eu
sei, pai, fica tranquilo, só o senhor mesmo...
E
Lune foi na cgaragem e entrou em sua Mercedes Classe B.
-Ela
me pareceu triste, Kazuo-kun...
-Ela
sempre fica assim depois que briga com o noivo, é assim mesmo...já estou até
acostumado, Momiji-san...
-Também,
com o gênio terrível que ela tem...
-Ah,
Momiji-san, seja compreensiva, é oo jeito dela, assim mesmo...
-É
fácil para você dizer isto, não é você quem tem de ficar aguentando os coices
dela! Para você ela é toda carinhos !Fico até com ciúmes...
-Ah,
não, vai começar esta conversa de novo?Ninguém merece...
-Você
merece sim, Kazuo-kun!
-Eu
mereço mais é sossego ! Vou no nosso quarto dormir !
-Dormir
nada, Senhor Kazuo, eu quero é sexo e quero agora !Nem pense em ir para o
quarto sozinho!
-Ah,
isto sim eu mereço !
Disse
Kazuo, num sorriso.
-Ah,
malandrão, agora você merece, não é?Escutar que é bom, nada...vai, me carrega
nos braços escada acima ! Você anda muito molenga ultimamente, tem de trabalhar
um pouco !
E
lá foram os dois para o quarto deles...
Enquanto
isto, Lune ganhava as ruas e avenidas.Ela não se sentia lá muito segura dirigindo
a noite, mas como ela sabia que a noite as sorveterias de bairro já tinham
fechado, resolveu ir no shopping mais próximo.
Não
era o tipo do lugar que ela gostasse de ir, mas paciência, não iria encontrar
mais nada aberto ‘a aquela hora.
Ao
chegar lá, achou uma vaga no estacionamento, estacionou e foi para dentro do
shopping, direto para a praça de alimentação, que ficava no último andar.
Lá
encontrou uma sorveteria e pediu um sorvete gigante, cheio de marshmallow,
chantilly, amendoim picado e pedaços de frutas.Pediu um refrigerante também ,
pagou com seu cartão de crédito, e depois foi se sentar numa mesinha.
Assim
que veio o sorvete e começou a tomar, veio-lhe o pensamento:
-O
nosso primeiro encontro foi numa sorveteria também...
E
as imagens dos primeiros encontros dela com Takeo ficaram se passando na mente
dela, enquanto ela devorava a iguaria gelada.
(Por Continuar)
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