quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Episódio 136- Sensibilidade de Viver:Interlúdio ETP





Enfim, a paz parecia ter finalmente voltado a reinar na casa da Família Tamasuki !
Mas por quanto tempo?
Ninguém podia prever...
Entretanto, naquele mesmo dia em que Momiji recebeu alta, Ruri também recebera alta do hospital, e ela fez questão de, antes de se mudar para seu apartamento com seu marido e sua filha, de ir visitar sua família.Inclusive, por que, com a confusão toda, Lune fora a única que ainda não tivera a oportunidade de conhecer sua sobrinha!
Assim, poucos minutos após o teérmino do almoço e da louça ser lavada, Lune foi para seu quarto, e ficou navegando um pouco nas redes sociais, das quais, aliás, não era lá frequentadora muito assídua.
Menos de uma hora depois, enquanto ela ainda estava entretida no seu computador, a campainha tocou.
Acostumada a que seus pais sempre atendessem a porta, ela continuou  na sua distração.
Era Ruri, acompanhada de Soichiro e de Rena.
Momiji abriu a porta e os recebeu com um sorriso.
A nova família nem ficara sabendo das desventuras de Lune com Momiji, e não sabiam que ela estivera no hospital. Na verdade, Kazuo e Momiji preferiram não contar para não abalar  nem preocupar Rrui, e não estragar o encantamento do nascimento de sua primeira filha.
Mas , uma vez todo mundo acomodado na sala, a mãe de Lune contou todos os acontecimentos mais recentes, a versão dela, claro.
Ruri ficou bastante preocupada, não só com a mãe, mas com a irmã, e foi com alívio que soube como ela estava sendo carinhosa com a mãe nos últimos dias e que a paz tinha voltado a reinar.
Então Ruri decidiu ir para o quarto de Lune e mostrar sua filha para ela.
Desde modo, dali a pouco, Lune ouvia alguém bater na porta com delicadeza.
E Lune conhecia bem aquelas batidas, de modo que não precisou nem ouvir a voz para reconhecer quem era.
Levantou-se e abriu a porta de correr.
-Onee-chan?
-Lune-nee-chan! Bom, acho que agora o “nee-chan” não me serve mais, pois é para crianças, e não só sou adulta, como agora sou mãe...
-Verdade, onee-san, vou demorar a me acostumar !Sente-se aí na beirada da cama, vamos conversar, estou há dias sem te ver !
Ruri se sentou, e só então Lune percebeu um serzinho pequeno e delicado se mexendo por baixo de um leve pano que o cobria.
O coração de Lune sobressaltou-se.Velhas lembranças da priminha de Takeo, Washu, lhe voltaram ‘a mente.
-Lune-nee-san, te apresento minha filha, sua sobrinha, Rena-chan !
E Ruri tirou o paninho e a carinha da bebê apareceu diante dos olhos  arregalados de Lune.
A atitude dela, inicialmente, foi de espanto, indecisão, uma confusão de sentidos, uma sensação que ela não conseguiria descrever , nem entender.
Ela sabia o que tinha de falar, segundo as convenções sociais,mas sua voz parecia ter sumido!
Atônita, ela viu os olhos aflitos de Ruri aguardando ansiosamente por sua aprovação, o que lhe trouxe certa angústia também.
Enfim, a tremedeira passou quando ela viu que a bebê sorriu para a mãe e esta lhe sorriu de volta e em seguida sorriu para a Lune, procurando exasperadamente um sorriso de volta na cara incrédula da irmã.
Quase que mecanicamente, ou por instinto, Lune deu um sorriso amarelo e sem graça de volta, e só então olhou de volta para sua sobrinha.
Enfim, Lune conseguiu soltar sua voz:
-Ela é linda !
A expressão do rosto de Ruri imediatamente passou de agônica para de um enorme alívio, soltando até um suspiro, e enfim sorrindo.
-Obrigada, onee-chan !
Rena  então, subitamente olhou para Lune.
O que espantou naquele olhar, foi algo que não passou despercebido por Lune e a incomodou profundamente: por que aquela bebê, aquela criança recém nascida, com apaenas alguns dias de vida, dirigia-lhe um olhar tão severo?
Lune pressentiu naquele olhar uma seriedade, uma desaprovação, uma falta de afinidade realmente chocante!
Ruri, no entanto não percebera isto, e, desavisadamente, pegou a filhinha nos braços e a colocou nos braços de Lune, que, quase que insitintivamente, sem que ela mesma controlasse, se estenderm para receber a criança.
Lune tentou lançar para a sobrinha um olhar meigo e doce, e um sorriso gracioso.
Os olhos da menininha se arregalaram. Sua boquinha se contorceu e se deformou toda, e não outra:
-Buáaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
A criança começou a chorar desabaladamente,d escontroladamente , quase que em um desespero, um profundo sentimento de insegurança tomava conta dos olhinhos aflitos e amedrontados- parecia até que Rena tinha visto um monstro !
Ruri correu a tomar Rena dos braços de Lune, e a colocou junto ao peito, embalando-a e a acalmando com as batidas de seu coração.
A apresentação de Rena a Lune fora um fiasco, um fracasso total: Rnea não tinha gostado de Lune e tinha antipatizado com ela logo de cara.
Lune, ainda espantada e atordoada com a reação da sobrinha, não conseguia deixar de engolir em seco, e sentir uma profunda mágoa e decepção. No fundo ela desejava que sua sobrinha gostasse dela, mas se sentia rejeitada por ela.
O olhar seguinte de Rena para sua tia foi ainda mais fulminante:
Lune podia jurar que sentira ódio advindo daqueles olhinhos minúsculos, e não conseguia entender o por quê disto !

(Por Continuar)

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