A
partir daí, já sem a ameaça de Kotomi e Rio, a vida na faculdade e na
Hospedaria voltou ao normal e ficou tranquila.
Agora
sim Lune podia voltar a se concentrar em
seus estudos, e a época das provas se aproximava, então ela procurou se
esforçar e estudar com afinco e dedicação.
Ao
mesmo tempo, já que era o último ano de curso, conseguiu um estágio para
trabalhar no Museu de História Japonesa, ao qual a faculdade pertencia.
Sua
monitora era a Doutora Keiko Kokonoe, que, por sinal, também dava aulas de
museologia para a faculdade .
Naquela
segunda feira de final de Primavera, numa límpida manhã de sol, Lune iniciou
seu primeiro dia no Museu, sob a supervisão da Dra. Kokonoe.
Lune
bateu na porta do escritório da museóloga, que a mandou entrar.
-Com
licença...
-Entre,
Lune-san, venha, venha, sente-se aqui !
-Pois
não, Kokonoe-sensei !
A
doutora era uma mulher de meia idade,
quase beirando os cinquenta anos de vida, com cabelos pretos escorridos e muito
longos, e olhos cinzentos, cuja boca tinha lábios sensuais e espessos. Era
magra, mas com um certo volume, seios grandes, quadris largos, traseiro de
proporções generosas e coxas grossas.Usava óculos espessos , de armação preta, grossa e pesada.
Vestia
calças sociais e uma blusa de seda de
abotoar, mas com poucos botões abotoados, o que deixava um decote generoso. Por
cima da blusa, um jaleco branco, todo sujo de poeira.
-Bom
dia, Lune-san ! Você tem rinite alérgica, alergia a poeisa, etc?
-Não,
Kokonoe-sensei !
-Ótimo,
muito bom !Neste trabalho, como minha assistente, você irá lidar com muita
poeira e terra, então, espero que não se importe de se sujar!
-Não
me importo...
-Excelente
!Bom, aqui você irá lidar com muitos makimonos e escritos antiquíssimos, aprenderá
a lidar com eles e cuidar deles, aprenderá na prática a cataloga-los e
interpretá-los. E sairá comigo em expedições para escavações.E não serão apenas
livros e makimonos, mas pinturas, esculturas, e todo tipo de material antigo
que você aprenderá a coletar e catalogar. Isto aqui é Ciência, mocinha, mas
neste trabalho, experiências empíricas serão um luxo que você não terá, pois
lidará com peças e artefatos raríssimos, muito antigos e delicadíssimos.Nem
preciso lembrar o quanto muitos deles são valiosos, e temos aqui talvez a mais
valiosa e rara coleção histórica de
nosso país, verdadeiros tesouros, então muita responsabilidade lhe será exigida
e cobrada, não há margem para erros !Me diz uma coisa: você tem medo de
caveiras? Esqueletos?Múmias?
Lune
fez uma cara sem graça e algo constrangida, num sorriso amarelo.
-Ahn...sim...
-Entção
terá de perd~e-lo, mocinha, pois é uma das coisas que mais encontrará aqui, já
que a História é basicamente feita de gente morta !Hoje voc~e ficará além do
expediente, e enfrentará caveiras e esqueletos a noite, no escuro, com pouca
luz, como nas cavernas que exploramos, para superar isto!
Lune
engoliu em seco:
-Sim,
senhora, Kokonoe-sensei !
-Não
precisa ser tão formal, seremos grandes amigas ! Pode me chamar de Keiko-sensei
!
-Obrigada...
-Obrigada...
-Obrigada,
Keiko-sensei !
-Ah,
agora sim, bem melhor !Uf, o ar condicionado nesta sala está quebrado, que
calor...
Para
espanto de Lune, Keiko tirou um dos seios para fora e o usou como lenço,
esfregando-o no rosto, e assoou o nariz nele usando o mamilo.Depois esfregou-o
contra a testa para limpar o suor.
-Vamos
lá então, garota, você tem muito a aprender !
-Sim,
Keiko-sensei...
A
professora a levou para fora do museu, mas antes, levou consigo uma pá e uma
enxada.
-Vamos
começar com aulas práticas, e a primeira coisa que lhe ensinarei é a
escavar.Tome! Faça um buraco no chão !Aqui o trabalho é braçal !
A
urbana Lune nunca tinha pegado numa enxada ou numa opá na vida, e não tinha
idéia de como se escavava com aquilo ou como uusar as ferramentas.
-Não,
não, tudo errado !E por que esta delicadeza toda? Pás não quebram com esta
facilidade !Olha como eu faço !
Keiko
começou a escavar com fúria, com a experiência de muitos anos de trabalho, numa
velocidade que fez o queixo de Lune cair !
-Vamos,
agora faça um buraco igual ao meu !
Lune
bem que tentou, mas foi um desastre.
-Ah,
está bem, está bem, terei de ensiná-la do comecinho !
Keiko
se posicionou atrás de Lune, quase que a abraçando por trás.
-Coloque
sua mão no cabo, com a pá nesta posição. Isto, agora coloque suas mãos sobre as
minhas. Pronto. Use um pé para forçar a lãmina para baixo. Coloque seu peso no
cabo para que a ferramenta afunde na terra.
-Keiko-sempai,
seu rosto está colado no meu, nossas bocas estão muito próximas, eu...eu estou
constrangida...sinto seu hálito !
-Não
se preocupe, não sou lésbica, se esta é a sua preocupação, se acontecer algum
beijo acidental, não será correspondido por mim, será só um acidente mesmo,
agora vamos nos concentrar no trabalho !
Então
ela foi ensinando Lune, e depois esta teve de ficar tentando sozinha.
Finalmente
Lune foi adquirindo prática, e foi conseguindo.
-Agora,
mais depressa, está muito devagar, vamos, vamos !
Agora
Lune ficava cada vez mais rápida, mas seus braços estavam doloridos, e suas
pernas também.
-Agora
faça de conta que você é uma coveira, e faça um buraco de cemitério, que caiba
uma pessoa, vamos !
(Por Continuar)
Nenhum comentário:
Postar um comentário