terça-feira, 1 de maio de 2018

Episódio 196- Sensibilidade de Viver:Interlúdio ETP


A partir daí, já sem a ameaça de Kotomi e Rio, a vida na faculdade e na Hospedaria voltou ao normal e ficou tranquila.
Agora sim Lune podia voltar a  se concentrar em seus estudos, e a época das provas se aproximava, então ela procurou se esforçar e estudar com afinco e dedicação.
Ao mesmo tempo, já que era o último ano de curso, conseguiu um estágio para trabalhar no Museu de História Japonesa, ao qual a faculdade  pertencia.
Sua monitora era a Doutora Keiko Kokonoe, que, por sinal, também dava aulas de museologia para a faculdade .
Naquela segunda feira de final de Primavera, numa límpida manhã de sol, Lune iniciou seu primeiro dia no Museu, sob a supervisão da Dra. Kokonoe.
Lune bateu na porta do escritório da museóloga, que a mandou entrar.
-Com licença...
-Entre, Lune-san, venha, venha, sente-se aqui !
-Pois não, Kokonoe-sensei !
A doutora era uma mulher  de meia idade, quase beirando os cinquenta anos de vida, com cabelos pretos escorridos e muito longos, e olhos cinzentos, cuja boca tinha lábios sensuais e espessos. Era magra, mas com um certo volume, seios grandes, quadris largos, traseiro de proporções generosas e coxas grossas.Usava óculos espessos  , de armação preta, grossa e pesada.
Vestia calças sociais e uma blusa de seda  de abotoar, mas com poucos botões abotoados, o que deixava um decote generoso. Por cima da blusa, um jaleco branco, todo sujo de poeira.
-Bom dia, Lune-san ! Você tem rinite alérgica, alergia a poeisa, etc?
-Não, Kokonoe-sensei !
-Ótimo, muito bom !Neste trabalho, como minha assistente, você irá lidar com muita poeira e terra, então, espero que não se importe de se sujar!
-Não me importo...
-Excelente !Bom, aqui você irá lidar com muitos makimonos e escritos antiquíssimos, aprenderá a lidar com eles e cuidar deles, aprenderá na prática a cataloga-los e interpretá-los. E sairá comigo em expedições para escavações.E não serão apenas livros e makimonos, mas pinturas, esculturas, e todo tipo de material antigo que você aprenderá a coletar e catalogar. Isto aqui é Ciência, mocinha, mas neste trabalho, experiências empíricas serão um luxo que você não terá, pois lidará com peças e artefatos raríssimos, muito antigos e delicadíssimos.Nem preciso lembrar o quanto muitos deles são valiosos, e temos aqui talvez a mais valiosa e rara coleção histórica  de nosso país, verdadeiros tesouros, então muita responsabilidade lhe será exigida e cobrada, não há margem para erros !Me diz uma coisa: você tem medo de caveiras? Esqueletos?Múmias?
Lune fez uma cara sem graça e algo constrangida, num sorriso amarelo.
-Ahn...sim...
-Entção terá de perd~e-lo, mocinha, pois é uma das coisas que mais encontrará aqui, já que a História é basicamente feita de gente morta !Hoje voc~e ficará além do expediente, e enfrentará caveiras e esqueletos a noite, no escuro, com pouca luz, como nas cavernas que exploramos, para superar isto!
Lune engoliu em seco:
-Sim, senhora, Kokonoe-sensei !
-Não precisa ser tão formal, seremos grandes amigas ! Pode me chamar de Keiko-sensei !
-Obrigada...
-Obrigada...
-Obrigada, Keiko-sensei !
-Ah, agora sim, bem melhor !Uf, o ar condicionado nesta sala está quebrado, que calor...
Para espanto de Lune, Keiko tirou um dos seios para fora e o usou como lenço, esfregando-o no rosto, e assoou o nariz nele usando o mamilo.Depois esfregou-o contra a testa para limpar o suor.
-Vamos lá então, garota, você tem muito a aprender !
-Sim, Keiko-sensei...
A professora a levou para fora do museu, mas antes, levou consigo uma pá e uma enxada.
-Vamos começar com aulas práticas, e a primeira coisa que lhe ensinarei é a escavar.Tome! Faça um buraco no chão !Aqui o trabalho é braçal !
A urbana Lune nunca tinha pegado numa enxada ou numa opá na vida, e não tinha idéia de como se escavava com aquilo ou como uusar as ferramentas.
-Não, não, tudo errado !E por que esta delicadeza toda? Pás não quebram com esta facilidade !Olha como eu faço !
Keiko começou a escavar com fúria, com a experiência de muitos anos de trabalho, numa velocidade que fez o queixo de Lune cair !
-Vamos, agora faça um buraco igual ao meu !
Lune bem que tentou, mas foi um desastre.
-Ah, está bem, está bem, terei de ensiná-la do comecinho !
Keiko se posicionou atrás de Lune, quase que a abraçando por trás.
-Coloque sua mão no cabo, com a pá nesta posição. Isto, agora coloque suas mãos sobre as minhas. Pronto. Use um pé para forçar a lãmina para baixo. Coloque seu peso no cabo para que a ferramenta afunde na terra.
-Keiko-sempai, seu rosto está colado no meu, nossas bocas estão muito próximas, eu...eu estou constrangida...sinto seu hálito !
-Não se preocupe, não sou lésbica, se esta é a sua preocupação, se acontecer algum beijo acidental, não será correspondido por mim, será só um acidente mesmo, agora vamos nos concentrar no trabalho !
Então ela foi ensinando Lune, e depois esta teve de ficar tentando sozinha.
Finalmente Lune foi adquirindo prática, e foi conseguindo.
-Agora, mais depressa, está muito devagar, vamos, vamos !

Agora Lune ficava cada vez mais rápida, mas seus braços estavam doloridos, e suas pernas também.
-Agora faça de conta que você é uma coveira, e faça um buraco de cemitério, que caiba uma pessoa, vamos !

(Por Continuar)

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