quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Minissérie: Glória de Aço ! Episódio 5



.-Taverneiro!Quem é este outro Cavaleiro na mesa ao lado?
.-Ele é Sir Ethon ,o Chefe da Cavalaria Real,Duque da Cabruália,Senhor! Comandante do Exército Real.
.-Não era Sir Constance de Pomp,o Chefe da Cavalaria? O que aconteceu a ele? Não era ele leal ao Velho Rei?
-Não sei de nada,senhorita. Com licença...
.-Ei,Amazona da Armadura Negra,não está por acaso fazendo perguntas demais?
.-Nenhuma pergunta é realmente excessiva para qualquer dos dois usurpadores,você e o Rei! Ou seria apenas um Grão Duque?
.-Oora,mas que atrevimento! Quem é você,afinal?
.-A Amazona de Exfalligur,libertadora do povo!Princesa das Fadas !
.-Acabou de me ofender,garota! Terá de lutar pela sua vida comigo! Vamos `a Praça, sua bruxa!
.-Terei prazer em tirar sua vida,fanfarrão! Bruxa é a prostituta velha da Nausevômia, vou te ensinar uma lição !Ninguém me ofende e sai vivo !
Dali a pouco:
. Agora ambos os cavalos estava postados em cada extremo da Praça. Ágata abriu uma caixa,fixada junto `a sela,atrás desta,e montou a lança de guerra,que ficava desmontada em várias secções,para ocupar bem pouco espaço. Abaixou a viseira do elmo. Viu o Cavaleiro da Cabruália fazer a mesma coisa. O combate ia começar.
-Hoho ! Vocês viram esta?Ela não tem sequer  um escudeiro para ajudá-la !Aliás, nem escudo ela tem !Ahahahahahah!
Riu-se o Duque, com desdém, contando vantagens.
- Eu não preciso de escudeiro, nem de escudo para matar você,arrogante ordinário !
Respondeu Ágata, com olhar furioso, arreganhando os dentes!
. Os cavalos estavam nervosos,como os ansiosos Cavaleiros. .Ao sinal do Mediador,no caso,o Taverneiro,empinaram e galoparam um em direção ao outro,ambos em alta velocidade,deixando intensas nuvens de poeira atrás de si. Estavam chegando,chegando,se aproximando,as pontas das lanças rebrilhando ao sol,o vento batendo nas armaduras,os cavalos bufando,a atenção do povo observando,e estavam mais e mais próximos,cada vez mais; Ágata já não pensava em mais nada,a expectativa aumentando,os olhares ferozes por trás dos elmos,os músculos vigorosos dos cavalos espremendo velocidade de cada fibra,encontrando forças em todas as suas reservas,os cascos quase flutuando no ar,e...e...


. IMPACTO!!Um corpo pesado se desloca no ar,metal rompido e sangue jorrando. Olhos injetados,surpresos,o choque com o solo é inevitável!
 Um cavalo se desequilibra e cai.
. O outro estaca,impávido,elegante e vitorioso. Sua dona sorri,a armadura negra rebrilhando ao sol,a tranquilidade da vitória. Ágata se aproxima do Cavaleiro derrubado por sua lança. Ela viu o ferimento terrível produzido no homem caído no chão: um rasgão vertical considerável em seu flanco,a armadura impregnada de sangue!
. Ainda assim,para a surprêsa de Ágata,eis que ele se levanta,cambaleante,gritando:
.-Infeliz! Vai sentir a lâmina da minha espada! Vou levá-la ao inferno!
. A Amazona de Exfalligur desmontou de Magia Negra,e sacou a Espada Sagrada. O Duelo iria prosseguir!
. Ethon,sacou a sua também. Mal podia se firmar em pé.
. Os golpes! A luta se iniciou,encarniçada,e o Duque mostrava-se excelente espadachim. Ambos usavam ambas as mãos,em golpes verticais,horizontais,transversais,cada vez mais rápidos. Ethon ia deixando pequenas poças sanguíneas por onde andava,mas sua energia parecia não acabar nunca!
. Mas a agilidade felina de Ágata era impressionante. Ela o atingia sem ser atingida. Ethon era puro desespero;sua vida se esvaía. Atingiu a armadura negra:a espada dele se partiu. Dois golpes rápidos de Ágata arrancaram ambos os braÇos de seu oponente. Por fim,o golpe de misericórdia:A Espada Sagrada de Exfaligur rompeu sua testa,enterrando a lâmina profundamente dentro da cabeça!
. Foi quando o corpo inerte do Cavaleiro da Cabruália desabou. Morto,afinal!
. Aplausos entusiasmados da multidão. Sem dúvida o Duque não era lá muito querido pelo povo daquele feudo. Ágata foi carregada nos braços do povo como legítima heroína. Levaram-na `a taverna,onde o taverneiro ofereceu `a ela comida e vinho de graça. Houve festa e a bebida corria solta em plena luz do dia. Até a chegada dos Guardas Reais.
.-Amazona!. A Senhorita está presa em nome de Vossa Majestade! Acusação:o frio assassinato do Cavaleiro da Cabruália!
. Ágata soltou uma gostosa gargalhada:
.-Presa? Eu? Está brincando! Eu sou a Libertadora,defensora da Lei e da Ordem,do povo oprimido,eu não assassinei a  ninguém!
.-Se defende a Lei,como a quebrou? Como ,mas como cometeu um crime?Está em contradição! Sabemos dos seus poderes,mas lutaremos até a morte para cumprir nosso dever! Entregue-se,renegada! Ou estará se desmoralizando perante o povo que diz defender! Como pode uma assassina revoltosa como Vossa Alteza defender o povo?
.-Espere aí,seu vendido,corrupto!Que moral você tem para me dizer estas coisas? Trabalha para um tirano usurpador corrompido e maligno! Eu já disse que não assassinei ninguém:ele me desafiou `a um duelo,ele me ameaçou a vida,eu apenas me defendi,e todo o povo que está aqui é testemunha disto!
. O Chefe dos guardas hesitou,amedrontado pelo olhar feroz daquela gente,que se prontificou a apoiar Ágata.
 Os guardas voltaram ao Castelo. 
Mas o Chefe teve tempo de ver a Amazona de Exfalligur insuflar o povo `a desobediência civil,`a revolta,convocando-os a pegar em armas! Estava assustado,e muito,com o entusiasmo popular e sua rebeldia!
. Chegando na Sede do Poder,contou tudo em detalhes ao Rei Topaz. Ao final do relato,o usurpador estava quase púrpura e chegando a babar de fúria. Quase quebrou as mãos com os socos que deu nos braços do trono de madeira maciça folheado a ouro.
. Todos guardas agora tremiam de medo tal qual varas verdes. Pareciam feitos de gelatina. Mas quem é que veio acalmar o Monarca? Nausevômia.
.-Calma,meu Rei. A Amazona libertadora está com sua existência contada,condenada!Vinho!Bom vinho é de que precisa. Olhe minhas mãos:esfregam-se uma na outra,criam luz,e aqui está:uma taça refulgente de ouro,com vinho farto e fresco. Tome!
. Topaz tomou o vinho,que lhe provocou um imediato efeito relaxante.
.-Bruxa velha,um dia destes...O quê vocês todos estão esperando? Deem uma surra no povo,tirem sangue,quero ver ação! Vamos!

(por continuar)

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