.-Taverneiro!Quem é este outro Cavaleiro na mesa ao lado?
.-Ele é Sir Ethon
,o Chefe da Cavalaria Real,Duque da Cabruália,Senhor! Comandante do
Exército Real.
.-Não era Sir
Constance de Pomp,o Chefe da Cavalaria? O que aconteceu a ele? Não era ele
leal ao Velho Rei?
-Não sei de
nada,senhorita. Com licença...
.-Ei,Amazona da
Armadura Negra,não está por acaso fazendo perguntas demais?
.-Nenhuma pergunta é realmente excessiva para qualquer dos dois usurpadores,você e o Rei! Ou seria
apenas um Grão Duque?
.-Oora,mas que
atrevimento! Quem é você,afinal?
.-A Amazona de
Exfalligur,libertadora do povo!Princesa das Fadas !
.-Acabou de me
ofender,garota! Terá de lutar pela sua vida comigo! Vamos `a
Praça, sua bruxa!
.-Terei prazer em
tirar sua vida,fanfarrão! Bruxa é a prostituta velha da Nausevômia, vou te ensinar uma lição !Ninguém me ofende e sai vivo !
Dali a pouco:
. Agora ambos os
cavalos estava postados em cada extremo da Praça. Ágata abriu uma
caixa,fixada junto `a sela,atrás desta,e montou a lança de guerra,que ficava
desmontada em várias secções,para ocupar bem pouco espaço. Abaixou a viseira
do elmo. Viu o Cavaleiro da Cabruália fazer a mesma coisa. O combate ia
começar.
-Hoho ! Vocês viram esta?Ela não tem sequer um escudeiro para ajudá-la !Aliás, nem escudo ela tem !Ahahahahahah!
Riu-se o Duque, com desdém, contando vantagens.
- Eu não preciso de escudeiro, nem de escudo para matar você,arrogante ordinário !
Respondeu Ágata, com olhar furioso, arreganhando os dentes!
. Os cavalos estavam
nervosos,como os ansiosos Cavaleiros. .Ao sinal do Mediador,no caso,o
Taverneiro,empinaram e galoparam um em direção ao outro,ambos em alta velocidade,deixando
intensas nuvens de poeira atrás de si. Estavam chegando,chegando,se
aproximando,as pontas das lanças rebrilhando ao sol,o vento batendo nas
armaduras,os cavalos bufando,a atenção do povo observando,e estavam mais e
mais próximos,cada vez mais; Ágata já não pensava em mais nada,a
expectativa aumentando,os olhares ferozes por trás dos elmos,os músculos
vigorosos dos cavalos espremendo velocidade de cada fibra,encontrando forças
em todas as suas reservas,os cascos quase flutuando no ar,e...e...
. IMPACTO!!Um corpo
pesado se desloca no ar,metal rompido e sangue jorrando. Olhos
injetados,surpresos,o choque com o solo é inevitável!
Um cavalo se
desequilibra e cai.
. O outro
estaca,impávido,elegante e vitorioso. Sua dona sorri,a armadura negra
rebrilhando ao sol,a tranquilidade da vitória. Ágata se aproxima do
Cavaleiro derrubado por sua lança. Ela viu o ferimento terrível produzido no
homem caído no chão: um rasgão vertical considerável em seu flanco,a
armadura impregnada de sangue!
. Ainda assim,para a
surprêsa de Ágata,eis que ele se levanta,cambaleante,gritando:
.-Infeliz! Vai
sentir a lâmina da minha espada! Vou levá-la ao inferno!
. A Amazona de
Exfalligur desmontou de Magia Negra,e sacou a Espada Sagrada. O Duelo iria
prosseguir!
. Ethon,sacou a sua
também. Mal podia se firmar em pé.
. Os golpes! A luta
se iniciou,encarniçada,e o Duque mostrava-se excelente espadachim. Ambos usavam
ambas as mãos,em golpes verticais,horizontais,transversais,cada vez mais
rápidos. Ethon ia deixando pequenas poças sanguíneas por onde andava,mas sua
energia parecia não acabar nunca!
. Mas a agilidade
felina de Ágata era impressionante. Ela o atingia sem ser atingida. Ethon era
puro desespero;sua vida se esvaía. Atingiu a armadura negra:a espada dele
se partiu. Dois golpes rápidos de Ágata arrancaram ambos os braÇos de seu
oponente. Por fim,o golpe de misericórdia:A Espada Sagrada de Exfaligur
rompeu sua testa,enterrando a lâmina profundamente dentro da cabeça!
. Foi quando o corpo
inerte do Cavaleiro da Cabruália desabou. Morto,afinal!
. Aplausos
entusiasmados da multidão. Sem dúvida o Duque não era lá muito querido
pelo povo daquele feudo. Ágata foi carregada nos braços do povo como
legítima heroína. Levaram-na `a taverna,onde o taverneiro ofereceu `a ela
comida e vinho de graça. Houve festa e a bebida corria solta em plena luz do
dia. Até a chegada dos Guardas Reais.
.-Amazona!. A
Senhorita está presa em nome de Vossa Majestade! Acusação:o frio assassinato
do Cavaleiro da Cabruália!
. Ágata soltou uma
gostosa gargalhada:
.-Presa? Eu? Está
brincando! Eu sou a Libertadora,defensora da Lei e da Ordem,do povo oprimido,eu
não assassinei a ninguém!
.-Se defende a
Lei,como a quebrou? Como ,mas como cometeu um crime?Está em contradição!
Sabemos dos seus poderes,mas lutaremos até a morte para cumprir nosso dever!
Entregue-se,renegada! Ou estará se desmoralizando perante o povo que diz
defender! Como pode uma assassina revoltosa como Vossa Alteza defender o povo?
.-Espere aí,seu
vendido,corrupto!Que moral você tem para me dizer estas coisas? Trabalha para
um tirano usurpador corrompido e maligno! Eu já disse que não assassinei
ninguém:ele me desafiou `a um duelo,ele me ameaçou a vida,eu apenas me
defendi,e todo o povo que está aqui é testemunha disto!
. O Chefe dos
guardas hesitou,amedrontado pelo olhar feroz daquela gente,que se prontificou a
apoiar Ágata.
Os guardas voltaram ao Castelo.
Mas o Chefe teve tempo de ver a Amazona de Exfalligur insuflar o povo `a desobediência civil,`a
revolta,convocando-os a pegar em armas! Estava assustado,e muito,com o
entusiasmo popular e sua rebeldia!
. Chegando na Sede
do Poder,contou tudo em detalhes ao Rei Topaz. Ao final do relato,o usurpador
estava quase púrpura e chegando a babar de fúria. Quase quebrou as mãos
com os socos que deu nos braços do trono de madeira maciça folheado a ouro.
. Todos guardas
agora tremiam de medo tal qual varas verdes. Pareciam feitos de gelatina. Mas
quem é que veio acalmar o Monarca? Nausevômia.
.-Calma,meu Rei. A Amazona libertadora está com sua existência contada,condenada!Vinho!Bom
vinho é de que precisa. Olhe minhas mãos:esfregam-se uma na outra,criam
luz,e aqui está:uma taça refulgente de ouro,com vinho farto e fresco. Tome!
. Topaz tomou o
vinho,que lhe provocou um imediato efeito relaxante.
.-Bruxa velha,um dia
destes...O quê vocês todos estão esperando? Deem uma surra no
povo,tirem sangue,quero ver ação! Vamos!
(por continuar)
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