Quando o relógio marcou cinco da
madrugada, Lune acompanhou Takeo até a porta e ele foi para o apartamento dele.
Pouco tempo depois, ainda bocejando de sono, Lune levantou-se da cama e procurou apagar todas as pistas de que
Takeo estivera lá, afinal,ela sabia que a sua mãe não teria gostado se soubesse que ele
tinha vindo sem avisar.
Ruri e Otaru ainda não tinham se
levantando, Momiji já tinha levantado e estava a preparar o café da
manhã.
-Bom dia, mãe!
-Bom dia, filha! O que aconteceu para
você acordar tão cedo hoje?
-É que eu tive uma idéia, mãe.
-Conta, então, ou vai querer me
deixar curiosa?
-Eu tenho visto na escola várias meninas
trazerem lanches preparados por elas para presentearem os namorados e...
-Já sei ! Eu vou preparar um
lanchinho para o Takeo-san, então!
-Não, mãe, não é isto! Eu quero que a
senhora me ensine a cozinhar !
Momiji ficou de queixo caído e olhos arregalados:
-Ah, não! Eu não acredito ! Você?
Não, repita outra vez, acho eu estou sonhando e não acordei ainda, filha !
-Eu disse que quero que a senhora me
ensine a cozinhar para que eu mesma prepare um lanche para o Takeo-kun !
-Filha! Mas que mudança !O amor faz
milagres mesmo, hein? Você nunca quis saber de aprender a cozinhar, nem fazer
os afazeres domésticos, dizia sempre que estas coisas eram mundanas demais para
você...e agora, você vem espontãneamente para mim...sabe de uma coisa?
Realmente o amor faz milagres mesmo,olha...parabéns filha ! Vou te ensinar a fazer
um lanche gostoso agora mesmo !Com todo o prazer, pois estou orgulhosa de você
!
Lune não pôde disfarçar um sorriso
amarelo,torto, desengonçado, mas procurou prestar atenção em tudo,enquanto ela a ensinava,
preparando o lanche de Otaru.Então Momiji pediu'a Lune para que ela tentasse fazer os
lanches dela e de Takeo sozinha. Ela foi para a sala e ficou assistindo
televisão enquanto Lune se virava sozinha, tentando se lembrar de todos os
detalhes.Os bolinhos de arroz saíram meio queimados, mas a lula grelhada saiu
bem feitinha, o restante não ficou tão
bom quanto os que sua mãe fazia, mas ela achou que não ficaram ruins.
Lune mostrou à ela então, e ela aprovou,
então Lune colocou tudo nas caixinhas de madeira e embrulhou com panos bonitos e
coloridos e deu o lacinho tradicional.Estavam feitos!
Logo seu pai, Otaru e Ruri
chegaram e todos tomaram o café da manhã.
Mais tarde Lune estava saindo para a
escola e no intervalo ela tirou os lanches da mochila.
-Amor, hoje eu tenho um presentinho
para você !
-Um presente para mim, Lune-san? Que gentil !
-Eu fiz um lanchinho para você
almoçar hoje !Eu mesma que cozinhei !
-Você, amor? Olha só que legal !
Estou curioso para provar, então ! Tudo que é feito por você e´muito especial !
-Obrigada, anjinho.Mas, olha, eu
quero que você fale a verdade, heim?Se estiver intragável, não tenha medo de me
magoar, afinal, hoje foi a minha primeira vez na cozinha!
-Pode deixar comigo, amor.O que vale
mesmo é a sua intenção de me agradar!
-Então aqui está, é este embrulhado
no pano vermelho com pequenos corações brancos.
-Wooow,
que capricho, amor ! Tudo tão organizadinho, tão bonitinho, uma
graçinha ! Esta sua comida está com uma cara deliciosa ! E o aroma também !
-Então vamos, coma...estou tão
nervosa...
E Lune estava mesmo! A expectativa e a
insegurança se ele iria gostar ou não eram tantas, que os segundos entre ele
pegar a comida com os palitinhos e colocar na boca pareciam durar uma
eternidade!
Mas enfim ele começou a comer.
-Huuuum, amor, que delícia ! Olha,
está bom demais ! Este tempurá de camarão
está divino ! A lula também está especial !
-E os bolinhos de arroz...ai, não...
-Também estão muito gostosos ! Meus
parabéns, amorzinho !
-Larga de ser mentiroso, amor...você
está querendo me agradar! Os bolinhos estão queimados!
-E como você adivinhou que eu adoro
um gostinho de queimado no arroz?Você é demais, amor ! Começou muito bem !Muito
obrigado, minha princesinha !
-Mesmo?
Lune exclamou sorrindo de orelha a orelha!
-Mesmo, amor ! Aqui, olha o
aviãozinho...experimente você mesma!
Lune abocanhou um bolinho de arroz, e apesar de meio queimado, ela gostou do sabor.
Ela suspirou aliviada!
-Você tem razão, isto aqui está uma
delícia !
Mais tarde cada um foi para sua casa,
e depois do jantar , Takeo passou na casa dela para a levar na casa da prima
dele.
Ao chegar lá:
-Takeo-san ! Que bom revê-lo ! E
quem é esta menina bonita, é a sua namorada?
-Sim,vou apresenta-la à você. Esta é
a minha namorada Tamassuki Lune ; Lune,
esta é a minha prima Madoka, e este é o
marido dela, Mazuo.
-Prazer em conhece-los, senhora
Madoka e senhor Mazuo!
- O prazer é nosso, senhorita Lune,
entrem, entrem por favor, sejam bem vindos !
Disse Madoka, com um sorriso gentil e
sincero no rosto.
Fomos recebidos na sala de estar,
onde nos sentamos enquanto nossa anfitriã nos preparava um chá.
Conversaram trivialidades com Mazuo,
até a esposa dele chegar e servir um chá
que eles acharam delicioso.Então Takeo disse a Madoka que Lune queria conhecer a filha
deles.
-Ah, pois não, será um prazer! Ela
está dormindo agora, mas já já estará acordando, está quase na hora de
amamenta-la.
-Como ela se chama, senhora Madoka?
-Washu.Venham ver! Ela tem só um mês
de vida, mas está tão linda...
Disse
Madoka, com um olhar doce e encantado para o marido.
Entraram então no quarto do bebê,
ainda dormindo no berço, procurando manter silêncio para não acorda-lo.
Mas logo que entraram, o grito soou:
-Unheeeeeeeeeeeeeé !
-Vou precisar amamenta-lo.Takeo-san e Mazuo-kun, poderiam dar licença para mim e a Lune-sama, por favor?
Eles responderam que sim, e saíram do
quarto.
Madoka tirou um seio para fora e
colocou a criança no colo.
Logo a bebezinha grudou a boca no
mamilo dela e começou a sugar com vontade.
Foi impossível para Lune não imaginar que
aquela criança fosse dela e que fosse ela a amamenta-la.
-Só consigo imaginar como deve
ser ser uma mãe, senhora Madoka...
-Ah, Lune-san, pode me chamar só pelo
nome, não precisa de formalidades.Sua vez vai chegar, pode ter certeza! E pode
estar certa de que é muito, muito bom mesmo !
Era
impressionante : aquela criaturazinha toda delicadinha, tão frágil, com
um olhar tão inocente e tão doce...aos poucos uma sensação inebriante foi
tomando conta de Lune, que se sentiu mais leve, ansiosa,uma felicidade muito intima e
intensa, algo difícil de descrever,algo que ela nunca tinha sentido antes,fora
do seu controle, um encantamento que parecia emanar daquela criança e que a
contagiava de uma forma irresistível...
Quando o bebê terminou de mamar um
dos seios, ela se virou para Lune e perguntou o inevitável:
-Quer pegar ela no colo um pouquinho?
-Ah, Madoka-san, eu nunca peguei um bebê na vida,
tenho medo de machuca-la, de deixa-la cair...
(por continuar)
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