domingo, 5 de outubro de 2014

Sensibilidade de Viver: Ensina-me a Amar ETP-Episódio 73



Quando o relógio marcou cinco da madrugada, Lune acompanhou  Takeo até a porta e ele foi para o apartamento dele.
Pouco tempo depois, ainda bocejando  de sono, Lune levantou-se da cama e procurou apagar todas as pistas de que  Takeo estivera lá, afinal,ela sabia que a  sua mãe não teria gostado se soubesse que ele tinha vindo sem avisar.
Ruri e Otaru ainda não tinham se levantando, Momiji já tinha levantado e estava a preparar o café da manhã.
-Bom dia, mãe!
-Bom dia, filha! O que aconteceu para você acordar tão cedo hoje?
-É que eu tive uma idéia, mãe.
-Conta, então, ou vai querer me deixar curiosa?
-Eu tenho visto na escola várias meninas trazerem lanches preparados por elas para presentearem os namorados e...
-Já sei ! Eu vou preparar um lanchinho para o Takeo-san, então!
-Não, mãe, não é isto! Eu quero que a senhora me ensine a cozinhar !
Momiji ficou de queixo caído e olhos arregalados:
-Ah, não! Eu não acredito ! Você? Não, repita outra vez, acho eu estou sonhando e não acordei ainda, filha !
-Eu disse que quero que a senhora me ensine a cozinhar para que eu mesma prepare um lanche para o Takeo-kun !
-Filha! Mas que mudança !O amor faz milagres mesmo, hein? Você nunca quis saber de aprender a cozinhar, nem fazer os afazeres domésticos, dizia sempre que estas coisas eram mundanas demais para você...e agora, você vem espontãneamente para mim...sabe de uma coisa? Realmente o amor faz milagres mesmo,olha...parabéns filha ! Vou te ensinar a fazer um lanche gostoso agora mesmo !Com todo o prazer, pois estou orgulhosa de você !
Lune não pôde disfarçar um sorriso amarelo,torto, desengonçado, mas procurou prestar atenção em tudo,enquanto ela a ensinava, preparando o lanche de Otaru.Então Momiji pediu'a Lune para que ela tentasse fazer os lanches dela e de Takeo sozinha. Ela foi para a sala e ficou assistindo televisão enquanto Lune se virava sozinha, tentando se lembrar de todos os detalhes.Os bolinhos de arroz saíram meio queimados, mas a lula grelhada saiu bem feitinha,  o restante não ficou tão bom quanto os que sua mãe fazia, mas ela achou que  não ficaram ruins.
Lune mostrou à ela então, e ela aprovou, então Lune colocou tudo nas caixinhas de madeira e embrulhou com panos bonitos e coloridos e deu o lacinho tradicional.Estavam feitos!
Logo seu pai,  Otaru e  Ruri chegaram e todos tomaram o café da manhã.
Mais tarde Lune estava saindo para a escola e no intervalo ela tirou os lanches da mochila.
-Amor, hoje eu tenho um presentinho para você !
-Um presente para mim, Lune-san? Que  gentil !
-Eu fiz um lanchinho para você almoçar hoje !Eu mesma que cozinhei !
-Você, amor? Olha só que legal ! Estou curioso para provar, então ! Tudo que é feito por você e´muito especial !
-Obrigada, anjinho.Mas, olha, eu quero que você fale a verdade, heim?Se estiver intragável, não tenha medo de me magoar, afinal, hoje foi a minha primeira vez na cozinha!
-Pode deixar comigo, amor.O que vale mesmo é a sua intenção de me agradar!
-Então aqui está, é este embrulhado no pano vermelho com  pequenos corações brancos.
-Wooow, que capricho, amor ! Tudo  tão organizadinho, tão bonitinho, uma graçinha ! Esta sua comida está com uma cara deliciosa ! E o aroma também !
-Então vamos, coma...estou tão nervosa...
E Lune estava mesmo! A expectativa e a insegurança se ele iria gostar ou não eram tantas, que os segundos entre ele pegar a comida com os palitinhos e colocar na boca pareciam durar uma eternidade!
Mas enfim ele começou a comer.
-Huuuum, amor, que delícia ! Olha, está bom demais ! Este tempurá de camarão  está divino ! A lula também está especial !
-E os bolinhos de arroz...ai, não...
-Também estão muito gostosos ! Meus parabéns, amorzinho !
-Larga de ser mentiroso, amor...você está querendo me agradar! Os bolinhos estão queimados!
-E como você adivinhou que eu adoro um gostinho de queimado no arroz?Você é demais, amor ! Começou muito bem !Muito obrigado, minha princesinha !
-Mesmo?
Lune exclamou  sorrindo de orelha a orelha!
-Mesmo, amor ! Aqui, olha o aviãozinho...experimente você mesma!
Lune abocanhou um bolinho de arroz, e  apesar de meio queimado, ela gostou do sabor.
Ela suspirou aliviada!
-Você tem razão, isto aqui está uma delícia !
Mais tarde cada um foi para sua casa, e depois do jantar ,  Takeo passou na casa dela para a levar na casa da prima dele.
Ao chegar lá:
-Takeo-san ! Que bom revê-lo ! E quem é esta menina bonita, é a sua namorada?
-Sim,vou apresenta-la à você. Esta é a minha namorada  Tamassuki Lune ; Lune, esta é a minha prima  Madoka, e este é o marido dela, Mazuo.
-Prazer em conhece-los, senhora Madoka e senhor Mazuo!
- O prazer é nosso, senhorita Lune, entrem, entrem por favor, sejam bem vindos !
Disse Madoka, com um sorriso gentil e sincero no rosto.
Fomos recebidos na sala de estar, onde nos sentamos enquanto nossa anfitriã nos preparava um chá.
Conversaram trivialidades com Mazuo, até a esposa dele chegar e  servir um chá  que eles acharam delicioso.Então Takeo disse a Madoka que Lune queria conhecer a filha deles.
-Ah, pois não, será um prazer! Ela está dormindo agora, mas já já estará acordando, está quase na hora de amamenta-la.
-Como ela se chama, senhora Madoka?
-Washu.Venham ver! Ela tem só um mês de vida, mas está tão linda...
Disse  Madoka, com um olhar doce e encantado para o marido.
Entraram então no quarto do bebê, ainda dormindo no berço, procurando manter silêncio para não acorda-lo.
Mas logo que entraram, o grito soou:
-Unheeeeeeeeeeeeeé !
-Vou precisar amamenta-lo.Takeo-san e Mazuo-kun, poderiam dar licença para mim e a Lune-sama, por favor?
Eles responderam que sim, e saíram do quarto.
Madoka tirou um seio para fora e colocou a criança  no colo.
Logo a bebezinha grudou a boca no mamilo dela  e começou a sugar com vontade.
Foi impossível para Lune não imaginar que aquela criança fosse dela e que fosse ela a amamenta-la.
-Só consigo imaginar como deve ser  ser uma mãe, senhora Madoka...
-Ah, Lune-san, pode me chamar só pelo nome, não precisa de formalidades.Sua vez vai chegar, pode ter certeza! E pode estar certa de que é muito, muito bom mesmo !
Era  impressionante : aquela criaturazinha toda delicadinha, tão frágil, com um olhar tão inocente e tão doce...aos poucos uma sensação inebriante foi tomando conta de Lune, que se sentiu mais leve, ansiosa,uma felicidade muito intima e intensa, algo difícil de descrever,algo que ela nunca tinha sentido antes,fora do seu controle, um encantamento que parecia emanar daquela criança e que a contagiava de uma forma irresistível...
Quando o bebê terminou de mamar um dos seios, ela se virou para Lune e perguntou o inevitável:
-Quer pegar ela no colo um pouquinho?
 -Ah, Madoka-san, eu nunca peguei um bebê na vida, tenho medo de machuca-la, de deixa-la cair...

(por continuar)

Nenhum comentário:

Postar um comentário