Finalmente o Blaack Marlin aportava em Macaira, e
o pranchão foi descido. Como sempre, quinze piratas ficaram no navio e o resto
desceu.
A taverna
que elas tinham ido na última vez não mais existia, então resolveram ir em
outra.
Mas não resistiram a passar em frente do local
onde estava a antiga, e no lugar dela agora estava um pequeno cemitério, com as
pessoas que morreram na destruição dela.
June , ao passar em frente , sentiu uma brisa
gelada a lhe arrepiar a espinha.
Não demorou e as garotas chegaram em outra
taverna, “O Mero Falastrão”. Porém, ao chegarem na porta, ouviu-se a correria
dos serviçais e antes que entrassem muito para dentro, um robusto taverneiro de
fartos bigodes, com as mãos na cintura, disse, num tom ríspido e grosseiro:
-Piratas não são bem vindos aqui. Retirem-se
imediatamente, donzelas!
Long Legs Laura fez menção de avançar nele, mas
June a conteve, e abriu seu casaco e de lá retirou um enorme e pesado saco de
dinheiro, e o abriu na cara do taverneiro, mostrando as moedas de ouro e prata.
-Não importa o dinheiro de vocês. Vocês são
ricas, roubando dos outros e vem fazer baderna e destruir as tavernas dos outros!Deixa
eu te falar, mocinha !Aqui é lugar de gente decente, de gente honesta, não de bandidos do mar, não de
ladrões, assassinos, proscritos malditos, ralé!Vocês não tem dinheiro honesto,
o dinheiro de vocês é sujo, imundo, desonrado !Vão embora, ou eu vou chamar os
militares !
-Nós não temos medo de militares, ô, bigodudo,
mas também não somos estúpidas de ficar onde não nos querem e nos ofendem. Nós
poderíamos sim, mata-lo e matar todo mundo aqui se quiséssemos, mas estaríamos
lhe dando razão. Garotas, vamos procurar outra taverna e deixemos este infeliz
pobre diabo para lá, não precisamos dele!
Disse June, e elas foram para outra taverna. E
lá, nova recusa.
Começava então uma verdadeira peregrinação pela
ilha, e ninguém queria a presença delas ali. Tentaram comprar mantimentos e
víveres, mas nenhum comerciante queria vender para elas.
Elas chegaram na praça central de volta,
enfrentando o olhar desconfiado e preconceituoso de todos os ilhéus.
-É, eles não perdoam mesmo termos destruído
aquela taverna aquela vez...
-É humilhante, Capitã, nunca me senti tão
rejeitada!
-Eu também, Juliette...bom, melhor voltarmos ao
navio e irmos para outra ilha. Não adianta ficar onde não gostam da gente. É
triste ver as pessoas guardando rancor de nós, mas fazer o quê?Já fomos a todas
‘as tavernas da ilha, e nada.Bom, gente, vamos embora !
Disse June.
E elas voltaram para o porto.
Ao avistar as companheiras piratas voltando, uma
delas, que tinha ficado no navio, Mônica, gritou para elas:
-Mas já?
-Sim, nenhuma taverna quis nos receber, e nenhum
comerciante daqui quis nos vender nada.Esta ilha está muito hostil para
conosco...
Disse Lilian, começando a subir no pranchão.
-Puxa, que pena...então não comeram nada...
-Nem comemos, nem bebemos, Mônica, estamos com
uma fome danada !
-Podem deixar comigo que eu faço um almoço no
capricho para todo mundo!
-Ih, os almoços da Joanna...
-Melhor que passar fome, Mônica, não reclame !
-Está bem, Joanna, está bem, não está aqui mais
quem falou, desculpe...
Disse Mônica.
Com todas a bordo, o pranchão foi recolhido, e o
navio foi desamarrado, e a âncora puxada de volta.
As piratas subiram no mastro e começaram a
manobrar as velas e logo estas se enfunavam e o navio saia do cais do Porto,
para ganhar o alto mar.
E logo, Joanna, ajudada pelas crianças, começava
a fazer o almoço para a tripulação faminta e decepcionada.
(Por continuar)
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