terça-feira, 25 de abril de 2017

Episódio 14- As Piratas também Sonham:Armada !



                  
Finalmente o Blaack Marlin aportava em Macaira, e o pranchão foi descido. Como sempre, quinze piratas ficaram no navio e o resto desceu.
A  taverna que elas tinham ido na última vez não mais existia, então resolveram ir em outra.
Mas não resistiram a passar em frente do local onde estava a antiga, e no lugar dela agora estava um pequeno cemitério, com as pessoas que morreram na destruição dela.
June , ao passar em frente , sentiu uma brisa gelada a lhe arrepiar a espinha.
Não demorou e as garotas chegaram em outra taverna, “O Mero Falastrão”. Porém, ao chegarem na porta, ouviu-se a correria dos serviçais e antes que entrassem muito para dentro, um robusto taverneiro de fartos bigodes, com as mãos na cintura, disse, num tom ríspido e grosseiro:
-Piratas não são bem vindos aqui. Retirem-se imediatamente, donzelas!
Long Legs Laura fez menção de avançar nele, mas June a conteve, e abriu seu casaco e de lá retirou um enorme e pesado saco de dinheiro, e o abriu na cara do taverneiro, mostrando as moedas de ouro e prata.
-Não importa o dinheiro de vocês. Vocês são ricas, roubando dos outros e vem fazer baderna e destruir as tavernas dos outros!Deixa eu te falar, mocinha !Aqui é lugar de gente decente, de  gente honesta, não de bandidos do mar, não de ladrões, assassinos, proscritos malditos, ralé!Vocês não tem dinheiro honesto, o dinheiro de vocês é sujo, imundo, desonrado !Vão embora, ou eu vou chamar os militares !
-Nós não temos medo de militares, ô, bigodudo, mas também não somos estúpidas de ficar onde não nos querem e nos ofendem. Nós poderíamos sim, mata-lo e matar todo mundo aqui se quiséssemos, mas estaríamos lhe dando razão. Garotas, vamos procurar outra taverna e deixemos este infeliz pobre diabo para lá, não precisamos dele!
Disse June, e elas foram para outra taverna. E lá, nova recusa.
Começava então uma verdadeira peregrinação pela ilha, e ninguém queria a presença delas ali. Tentaram comprar mantimentos e víveres, mas nenhum comerciante queria vender para elas.
Elas chegaram na praça central de volta, enfrentando o olhar desconfiado e  preconceituoso de todos os ilhéus.
-É, eles não perdoam mesmo termos destruído aquela taverna aquela vez...
-É humilhante, Capitã, nunca me senti tão rejeitada!
-Eu também, Juliette...bom, melhor voltarmos ao navio e irmos para outra ilha. Não adianta ficar onde não gostam da gente. É triste ver as pessoas guardando rancor de nós, mas fazer o quê?Já fomos a todas ‘as tavernas da ilha, e nada.Bom, gente, vamos embora !
Disse June.
E elas voltaram para o porto.
Ao avistar as companheiras piratas voltando, uma delas, que tinha ficado no navio, Mônica, gritou para elas:
-Mas já?
-Sim, nenhuma taverna quis nos receber, e nenhum comerciante daqui quis nos vender nada.Esta ilha está muito hostil para conosco...
Disse Lilian, começando a subir no pranchão.
-Puxa, que pena...então não comeram nada...
-Nem comemos, nem bebemos, Mônica, estamos com uma fome danada !
-Podem deixar comigo que eu faço um almoço no capricho para todo mundo!
-Ih, os almoços da Joanna...
-Melhor que passar fome, Mônica, não reclame !
-Está bem, Joanna, está bem, não está aqui mais quem falou, desculpe...
Disse Mônica.
Com todas a bordo, o pranchão foi recolhido, e o navio foi desamarrado, e a âncora puxada de volta.
As piratas subiram no mastro e começaram a manobrar as velas e logo estas se enfunavam e o navio saia do cais do Porto, para ganhar o alto mar.
E logo, Joanna, ajudada pelas crianças, começava a fazer o almoço para a tripulação faminta e decepcionada.

(Por continuar)

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