Ele se desnudou, para horror dela. E começou a
tocar-lhe as partes mais sagradas, e ela fazia cara de asco e tentava se
afastar, mas as mãos fortes dela a seguravam e machucavam seus braços.
Ela começou a espernear quando ele rasgou-lhe as
vestes e seu corpo ficou nu diante dele.
Ele a imobilizou e ela começou a gritar, a plenos
pulmões, com os olhos marejados:
-Não !Nãaaaooo !Nãaaaaaaaooooo !
Ela podia-sentir-lhe o hálito putrefato e sentiu
vontade de regurgitar quando ele lhe beijou a boca, e para seu horror, ela
sentiu o peso enorme do corpo dele em cima do dela. E pior que nem gritar mais
ela conseguia, e se sentia sufocada.
No dia seguinte, ao raiar do dia, havia sangue na
cama, sangue íntimo. E a roupa de cama estava toda encharcada e manchada,
fétida como um chiqueiro.
Finalmente o Capitão saiu de cima dela, e ela, ainda exausta e com os olhos quase secos
de tanto chorar, com uma vergonha que não tinha tamanho, ainda conseguiu dar-lhe
um tapa na cara com toda a força que ainda lhe restava.
Tobias ficou furioso e fora de si com o tapa. Ele
colocou seu dedo no olho esquerdo dela com tamanha força, ainda mais que suas
unhas estavam compridas, que o olho foi furado, e sangrou abundantemente, e
Amélie berrou de dor diante da dor lancinante !
Como se nada tivesse feito, em silêncio, Tobias
vestiu sou uniforme de Capitão e saiu da cabine.
Amélie chorava de dor desesperadamente, e tentava
estancar a sangria com os lençóis sujos, buscando alguma área que não estivesse
tão imunda.
Ela, no entanto, acabou desmaiando de dor e
exaustão.
Hora depois chegava Bestini, mantido ocupado pelo
Capitão de propósito.
Foi com horror que ele constatou a situação da
menina e imediatanete, com a maior delicadeza,
tirou as roupas de cama sujas e levou as roupas rasgadas dela.
Ele lavou pessoalmente as roupas de cama e as
deixou a secar no sol, em um varal improvisado, e fez questão de costurar as
roupas dela.
Depois foi verificar se ela permanecia respirando,e
passou um pano molhado pela, tentando limpá-la como podia. Depois, com um
trapo, fez um tapa olhos improvisado para ela.e com outro pano, limpou o
ferimento e estancou o sangue e o limpou.
Só então, ele a deixou dormindo na cama e fechou
a porta do quarto.
Quando Amélie finalmente acordou, levou um susto
ao dar de cara com Bestini sentado no pé da cama, de costas para ela.
-Aaaaaaaaaaaah !
O Imediato deu um pulo de onde estava, tamanho o
seu susto, e se virou para ela.
-Sai ! Sai daqui ! Sai daqui !Saaaaaaai !
Gritou Amélie, histérica.
-Filha, calma...
Eu não sou sua filha ! Sai ! Sai ! Sai ! Não
quero nunca mais ver um homem na minha vida na minha frente !
Bestini ficou magoado. Ele tinha velado o sono
dela e impedido que qualquer pirata entrasse na cabine.
-Eu lavei sua roupa de cama, e lavei e costurei
suas roupas, estão na cama, a seu alcance. Vou sair agora.
Disse ele cabisbaixo, com olhos inundados de lágrimas.
Ele saiu da cabine e fechou a porta.
Só então Amélie viu as roupas dela, tanto as de
baixo como as de cima, costuradas, limpas e dobradas com o maior zelo e
cuidado, bem pertinho dela.
E ela olhou para seu corpo e ele estava fisicamente
limpo, embora ela se sentisse a mais imunda das criaturas. Sua virilha e suas
pernas ainda estavam muito doloridas e doíam muito, assim como o busto e as nádegas.
Os hematomas, no entanto, roxos e vermelhos, ainda existiam em abundância.Com
tremenda dificuldade, tratou de se vestir o mais rápido possível, e desdobrou
um dos lençóis e o jogou sobre seu corpo. E voltou a chorar em profusão, de início,
baixinho, depois a plenos pulmões.
Do outro lado da porta, Bestini também chorava,
com seu coração partido de vê-la sofrer tanto assim e também, por não poder
fazer nada para ajudar.Ele sabia o que acontecera, e se enchia de culpa por não
ter impedido seu capitão.E sabia também que, diante do que acontecera, era
natural que ela ficasse com raiva de todos os homens e nunca mais os quisesse
ver na vida. Ali, de pé de costas para a porta, estava um homem que, embora não
tivesse feito nada com ela, se sentia também a mais horrenda, nojenta, imunda
das criaturas...
(Por continuar)
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