domingo, 16 de abril de 2017

Episódio 6-As Piratas também sonham: Armada !





Como a vida estava tranquila e não havia mesmo muito o que fazer, outras piratas gostaram da idéia e começaram a ajudar nos trabalhos.
Era serra daqui, serra de lá, prega daqui, prega de lá, aplaina, alisa, e depois de todo um dia de trabalho duro, já quase na hora do jantar, todas as modificações estavam prontas.
As rampas eram portáteis e tinham rodinhas, se encaixavam em aparadores. Novas portas levantáveis foram feitas, uma do lado direito da proa, outra do lado esquerdo da popa, e dois dos canhões podiam ser deslocados para as novas posições.
E não demoraria muito para que um primeiro teste fosse feito:
No dia seguinte, pela manhã, um galeão espanhol foi localizado, e o Black Marlin se aproximou por trás, e atirou com o canhão de proa, destruindo o cesto de vigia da presa.
Sem ter como saber onde estava o inimigo, o galeão foi pego novamente de surpresa e seus canhões foram destruídos pelos do Black Marlin , e não demorou, foi imobilizado e assaltado.
A presa, civil , logo se rendeu, e mais de trezentas peças de ouro e seiscentas de prata foram pilhadas, deixando June feliz da vida !
Os dois navios se separaram e o Black Marlin seguiu seu curso, agora, novamente com dinheiro para o que precisasse.
-Parabéns, Fran !Olha, foi a presa mais fácil de conquistar que eu já vi! Impressionante !
Esses e muitos outros elogios Fran recebeu, toda feliz, com o sucesso de suas idéias !
Enquanto isto, no Barracuda Feliz:
-Ângela, você não desistiu daquela sua idéia de matar a Capitã June, não?
-Claro que não !Só não tive oportunidade ainda ! E você , Sofia?
-Claro que não também !
-Vocês duas, vamos prestar atenção no trabalho nestas velas, senão daqui a pouco a Lorena vai estar nos torrando a paciência !
Disse Denise.
Mas mais abaixo, Ariadne reunia-se com Lorena em sua cabine:
-Quem da tripulação você acha que deve entrar para o lugar da Geraldine no timão? Ela disse que está com as pernas inchadas demais e não consegue mais ficar em pé!
-Já que pedistes minha sugestão, Capitã, eu recomendaria a Elise.
-E por que ela?
-Por que, senhora, ela é a menos hábil na espada e a menos violenta, menos feroz nas batalhas. E não é das melhores nem nas velas nem nos canhões. Não podemos abrir mão de nossas melhores piratas no timão!
-Certo, sugestão aceita.  Mande a Elise vir falar comigo. Depois a Geraldine.
-É para já , Capitã !
Não demorou, Elisa apareceu.
-Sim, Capitã !
-Elisa, eu decidi que a partir de agora, você vai substituir a Geraldine no timão, e será nossa timoneira oficial. A Geraldine vai te ensinar como manusear direitinho.
-O que aconteceu com ela, Capitã?
-Ela está doente, com as pernas muito inchadas.
-Puxa, que pena, entendi...tudo bem, vou lá aprender com ela então.
Ao chegar ao timão, Elise falou com Geraldine, que lhe explicou tudo o que teria de fazer em apenas cinco minutos. Parecia ter muita pressa para sair de seu posto.
Elisa assumiu o timão, e Geraldine foi o quanto antes para a cabine  de Ariadne, que ainda estava sentada na cadeira de sua escrivaninha.
-Capitã, permissão para ir me deitar na minha rede na galé !
-Permissão concedida.
Geraldine foi então, manqueando feio, mal se equilibrando, e com extremo sacrifício , desceu a escada e chegou em sua rede. Tirou suas botas e meias, e tirou sua calça e arregaçou as pernas de sua roupa de baixo até o joelho, e se deitou.
E chorava de dor !
A trombose tinha consumido suas pernas e  pés, que pareciam que iam explodir de tão inchadas, e várias veias estouradas faziam sangrar as duas pernas.Só ficando com as pernas para cima aliviava um pouco a dor, mas ainda assim, era muito sofrimento!
Por acaso já estava perto da hora do almoço e Débora descera para fazer as refeições quando ouviu os gritos lancinante e horrendos de dor de Geraldine.
-Uuuh, mas o que aconteceu com você !Por que está sentindo tamanha dor?
Geraldine apontou para as próprias pernas.
-Aaargh ! Que horror, estão roxas, quase pretas, e estão com cheiro de carniça !Eu vou falar com a Capitã agora !
Débora   foi correndo falar com Ariadne, e contou o que viu.
-Capitã, não vai ter jeito, não temos médico a bordo, vamos ter de cortar as duas pernas dela !

(Por continuar)

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