sexta-feira, 28 de abril de 2017

Episódio 17-As Piratas também Sonham:Armada !





O taverneiro, inclusive não se fez de rogado e começou a conversar com Débora e Sofia, contando da recente visita da tripulação do Black Marlin, e claro, falando mal delas.
Ariadne, percebendo o quanto o pessoal da ilha detestava June e sua tripulação, ficou bem quieta e não disse que elas e  a tripulação de June agora eram aliadas e amigas, pois temia ter de pagar tudo aquilo e ainda serem expulsas da ilha.
Para alívio dela, o taverneiro  mudou de assunto, finalmente:
-Vocês ficaram sabendo da última notícia da Inglaterra?
-Não, o que aconteceu?
-Ah, Capitã, o Rei Carlos I foi assassinado pelo revolucionário Oliver Cromwell !Estão falando que doravante a Inglaterra não será mais uma monarquia!
-Então ele venceu! Desde criancinha que ouço falar da Revolução Inglesa e deste Cromwell !
-Então, parece que muitos nobres estão sendo mortos lá, uma coisa terrível !Aliás, eu também me chamo Oliver! Oliver Olivier !
-Nossa, que nome interessante, senhor Oliver !
-Pois é, Débora ! Você sabia que eu também já  fui pirata?
-Não, não sabia não...
-É verdade, na minha juventude, fui da tripulação do falecido pai do Capitão Bigodão !
-Aquele lá é hilário !Mas o senhor nem é tão velho...
-Ah, Sofia, sou sim, já completei cinquenta anos...pouca gente chega nesta idade, viu?Pirataria é coisa para os jovens...
-Mas por que o senhor largou a pirataria?
-Ah, Débora, por um amor...eu namorei uma tia sua por vários anos, casei com ela...mas ela faleceu no parto da minha filha, ah, que tristeza...tão jovem, tão jovem...
-Tia Vanessa?
-Sim, ela mesma !
-Tinha fama de ser a louca da família...mas, sinto muito por sua filha, senhor Oliver...
-Muito obrigado, Débora...bom, agora preciso ir atender outros clientes, com licença, moças !
Não demorou muito e todas terminaram, e se despediram de Oliver, e voltaram para a embarcação. Traziam sacos de comida que sobrou do banquete para as demais piratas que tinham ficado no navio.Também receberam de presente fartos víveres , insumos, barris de água fresca, pólvora e mantimentos diversos, podendo assim reabastecer o navio.
Porém, antes de ir, Débora e Sofia pediram para Ariadne para elas irem visitar o local onde ficava a antiga Taverna a Barracuda Feliz.
Quando viram que no lugar onde ela ficava agora jazia um cemitério, elas entraram lá, e rezaram pela alma de seus entes queridos defronte ‘as suas lápides.
E sentiram um vento gelado e horripilante a lhes percorrer a espinha.
Arrepiadas de pavor, saíram de lá correndo e foram direto para o navio.
Já começava o sol a se por quando o Barracuda Feliz zarpou e ganhou o alto mar.
Débora e Sofia ficaram com muitas saudades de sua ilha natal, olhando a ilha  abraçadas uma ‘a outra na proa do navio.
Ao mesmo tempo, sentiam um grande alívio, pois deixavam para trás os fantasmas de seus passados.
-Sabe de uma coisa, amiga? Não quero mais me lembrar desta ilha , nem de minha família e amigos daqui...
-Eu sinto a mesma coisa, Sofia!É um sentimento muito estranho mesmo, esquisito, mas vir aqui me deixa triste e amargurada, e eu quero mais é mel alegrar ! Melhor pensar nos dias para a frente !
-Isto mesmo, Débora, tens toda a razão !

(Por Continuar)

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