quinta-feira, 5 de março de 2015

Conto- Não Posso mais lutar contra este sentimento-Parte 1




 Este conto  romântico meu é bem recente,como é grande (11 páginas) vou postá-lo em 4 partes, uma ao dia.


Não posso mais lutar contra este sentimento!


Parte 1


Kristopher era um rapaz tímido, que embora fosse adulto, tinha olhar de criança. Por isto, talvez apenas por isto, quem o conhecia, ou mal o conhecia, o via como um ser ingênuo, inocente, infantil, e que não poderia ser levado a sério.
Calmo, tranquilo, mas às vezes ansioso, era sempre gentil e prestativo com as pessoas e tinha prazer em ajudar.
E isto só aumentava as suspeitas das pessoas de sua suposta imaturidade, e as levavam a acreditar que ele seria incapaz de amar a alguém de maneira romântica.
Ele perdera os pais em um acidente de carro, mas herdara seu apartamento e uma boa renda da pensão que eles lhe deixaram.
         Ele era muito conhecido no bairro onde morava e as pessoas muitas vezes o cumprimentavam, mas estavam acostumadas a serem muitas vezes ignoradas por ele. Ou ao menos as pessoas sentiam-se ignoradas.
Mas, secretamente Kristopher estava em uma busca. A busca por alguém para amar.
Passava dias e noites no seu computador vasculhando as redes sociais e os sites de relacionamento, sempre sem sucesso. Seu olhar de criança e a conservação excepcional para sua idade, fazendo com que ele não aparentasse já ter passado dos trinta anos, mas parecesse ser adolescente ainda, parecia a ela minar todas as suas chances, pois as pessoas o tratavam com condescendência, absolutamente convencidas de que estivessem conversando com uma pessoa assexuada e incapaz de amar e que deveria ser tratada como criança e não ser levada a sério.
Mas dentro dele, as carências afetiva e sexual gritavam e ficavam a cada dia, cada noite, mais profundas.
Ele passeava pelas ruas de seu bairro a pé e as turminhas de garotas adolescentes ou jovens adultas faziam troça dele, não raro faziam jogos com ele, desafiando-o a tentar beijá-las e o fazendo de bobo e o deixando revoltado e frustrado.
De vez em quando ele ia nas lanchonetes de fast food comer seus sanduíches e olhava desejosamente para as mulheres, que se horrorizavam ao ver a cara dele sempre lambuzada de catchup e maionese, com modos que elas consideravam mal-educados na mesa. Ao perceberem o olhar dele aos decotes delas, e, ao mesmo tempo, como ele parecia uma criança crescida, elas riam na cara dele e algumas até apontavam para ele, o que o magoava e machucava muito, mas elas nem percebiam. Ou se percebiam, nem ligavam, em total insensibilidade.
Uma vez algumas das garotas foram se sentar na mesa dele e o assediaram com falsos carinhos, rindo dele e esparramaram catchup e maionese na sua cabeça, rindo dele até não poder e fugiram correndo.
Tudo isto ia-lhe criando traumas sérios, causando-lhe pesadelos e ele não via perspectivas, o que lhe causava uma depressão cada vez maior. O seu sonho de namorar pela primeira vez e sua necessidade de ter alguém para amar eram-lhe muito caras, profundas, densas, e ele as cultivava com carinho, apesar de todos os seus fracassos.
Um dia, porém, quando mais uma turma de meninas zoava com ele novamente, uma outra jovem mulher que passava na rua viu suas lágrimas e parou.
Intrépida, espantou as demais e lhe disse:
-Ei, ei, não fica assim, calma...elas já foram embora, ok?
Ela acariciava seus cabelos com carinho sincero e ele olhou em seus olhos.
A moça espantou-se: a princípio ela parecia ver no olhar dele o olhar de uma criança chorona, mas por trás daquele olhar, outro pranteava: era um olhar que revelava uma meiguice e uma doçura que ela nunca vira antes na vida!
-Olha, meu nome é Krystal! Prazer em te conhecer! Como você se chama?
-Kristopher.
-Que lindo nome! Olha, Kristopher, eu quero muito ser sua amiga, posso? Quer ser meu amigo? Eu te prometo te proteger destas idiotas que ficam te fazendo de bobo!
-Você não me acha bobo, ridículo, nojento? As mulheres sempre me chamam assim, e acham que eu sou criança...
Krystal olhou para ele com carinho e disse, sorrindo:
-Claro que não, você é um doce, eu gostei de você! Então, aceita ser meu amigo?
-Aceito! Disse ele em um sorriso desengonçado. E completou:
-Posso te dizer uma coisa?
-Claro, à vontade!
-Você...você é linda! Tão linda...
Os verdes olhos dele brilhavam e verdes também eram dela os olhos.
-Obrigada, você é muito bonito também, só as meninas bobas que ficam te atormentando é que não percebem!
-Então você não é má como elas? Promete que nunca me fará mal?
-Não, eu não sou, sou sua amiga e prometo sim!

(Por continuar)

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