E lá se
foram elas para a feira do mercado, na praça da cidade.
Laura, a mais forte do grupo, carregava os sacos
de mantimentos e víveres, quando então ouviram um burburinho que se espalhara
pela ilha.
June resolveu interrogar uma senhora que passava:
-O que está acontecendo aqui, por que estão todos
cochichando nas ruas?
-Um navio fantasma está rondando nossa ilha !
Dizem que são os marinheiros mortos de um navio mercante português, cuja
tripulação foi assaltada por piratas e foram deixados amarrados no convés e
morreram de insolação, fome e sede! Falam as más línguas que seus fantasmas
querem vingança e amaldiçoaram quem os
matou !
-Oras, mas isto é conversa fiada, navios
fantasmas não existem !Bobagem !
Disse June, autoconfiante.
-Temei, temei, senhoritas, não blasfemem, eles as
podem levar ao inferno !
Elas deixaram a idosa mulher seguir seu caminho.
-Vamos voltar ao navio e carregá-lo. Não demora a
escurecer, e precisamos continuar nossa jornada !
-Sim , Capitã!
Disseram as outras duas.
E logo chegavam no navio, e June fez a contagem
dos víveres e dos mantimentos a bordo e os registrou em seu diário de bordo.
Ao terminar, já se iniciava o por do sol e a
tripulação foi voltando e quando já estava para escurecer, todas estavam a
bordo e elas já zarpavam.
O mar estava tranquilo, refletindo as estrelas, e
todas foram dormir.
Então ouviu-se a voz da vigia, algumas horas
depois, já tarde da noite:
-Tempestade !Tempestade chegando !
June acordou, se vestiu e foi correndo ao
tombadilho:
-Recolham todas as velas ! Amarrem-se nas
amuradas !Timoneira, procure colocar o navio de frente em todas as ondas e
cuidado para não receber ondas de lado !
-Sim, senhora, Capitã ! Disseram as tripulantes
em uníssono, obedecendo as ordens recebidas.
Agora os trovões eram ribombantes, e o vento uivava feroz, os vagalhões
ameaçadores eram enormes, e o navio subia e descia, e a agua entrava generosa
pelo tombadilho a cada vez que a proa afundava e voltava, e marujas aflitas
procuravam tirar, com baldes, os excessos.
O navio balançava muito e muitas piratas enjoavam
e regurgitavam, passavam mal e sofriam.
Nisto, uma onda maior arrastou Juliette para o
mar!
-Mulher ao mar, mulher ao mar!
Eram os gritos que se ouviam!
June ficou desesperada, e jogou uma corda para
sua Imediata, que se segurava com força.
-Laura, me ajude !Gritou June, apavorada !
Long Legs Laura veio em seu auxílio, e fez valer
seus músculos avantajados: somando forças com sua Capitã, conseguiu trazer
Juliette de volta a bordo, sã e salva !
Os raios explodiam, próximos do navio, e a luta
para não deixar o navio afundar era desesperadora, mas por fim, a tempestade
arrefeceu e as piratas suspiravam aliviadas, mas exaustas.
June então as liberou para voltarem a dormir, e
ela mesma foi ao timão .Afinal, a Timoneira quase desmaiara de tanto esforço e
mal se aguentava em pé, e June, com seu bom coração, a dispensou e mandou ela
ir dormir. Juliette substituiu a vigia também.
Já estava quase amanhecendo, e o por do Sol foi
lindo!
Quando a tripulação acordou e voltou a trabalhar,
June deixou Juliette no comando, e foi dormir em sua cabine, completamente esgotada!
Agora ela via como a vida de um pirata era dura,
mas para ela, compensava, pois era um sonho conquistado !
(por continuar)
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