-Eu digo, Ryu, mas acho bom você não se iludir, vai ser
extremamente difícil ela te perdoar!
-Estou consciente disto, Lune-san, mas não tenho nada à perder,
afinal, já perdi tudo mesmo, não custa tentar !
-Você tem razão,Ryu-san. Vá à luta, espero que você consiga ter a
Sasam-san de volta!
-Obrigado, Lune-san. Até mais, e quando você e o Takeo-nii-san puderem, por
favor, venham me visitar, certo?
-Certo, Ryu-san. Até mais, então!
-Um abraço, até mais !
-Até mais.
-Era o Ryu-nii-san, amor? O que ele te contou?
Lune contou a ele o que o irmão dele lhe disse.
-Certo. Lune-san, amorzinho, avisa então o Delegado, passa estas
informações para ele!
Assim Lune o fez, e logo eles estavam chegando na casa dela.
Ao chegarem, ficamos sabendo que o Delegadojá tinha informado todas
as notícias mais recentes à família de Lune.
Estavam todos preocupados, e Lune estava muito nervosa!Agora não
andava mais sem sua katana na cintura!
Mas dias e noites se passaram , sem que houvessem novas notícias
de Kotomi, e era isto exatamente o que Lune temia, pois ela devia estar esperando
a poeira baixar, e todos acharem que ela não apareceria mais e todos baixarem a
guarda para que ela pudesse atacar!Nem mesmo os dois carros de polícia em
frente de casa dia e noite a tranqüilizavam... Não conseguia dormir, tinha
pesadelos quando conseguia um breve cochilo,estava com olheiras horríveis, e
num mau humor ainda pior!
Aquela angústia não passava nunca, lhe consumia a alma, lhe
torturava minha essência, lhee exasperava paranóicamente !
Todos os dias Takeo e Megumi ensinavam-na mais a arte do kendô, e
ela foi aprendendo mais e mais da esgrima,treinando quase o dia todo todos os dias,
preparando-se para o pior.
Outra preocupação era a de que não faltava muito para o
vestibular, mas nem ela, nem Takeo tinham cabeça para poder estudar !
Então, pela manhã, o telefone tocou. Atendi correndo, e uma voz
conhecida e temida soou:
-Eu não me esqueci de você....estou chegando !
Tremia de nervosa e Kazuo teve de socorrer Lune!Três dias
seguidos, sempre à mesma hora, Kotomi ligava, dizendo sempre a mesma coisa, e
dando uma risada sarcástica e cruel no final!Ela conseguia se esquivar com
maestria das tentativas da polícia de rastrear suas ligações!
Então começaram à chegar cartas feitas com recortes de jornal,
ameaçando Lune de morte, e três dias depois, um policial que recebeu uma das cartas
para mim teve uma mão e parte do braço arrancados, sem falar do rosto
deformado, e a perda dos dois olhos e ouvidos, por uma bomba de fabricação
caseira que ela colocou numa das cartas! E Lune vi o pobre homem da Lei sendo
arremessado longe pela explosão horrível...
Ao ver,Lune teve um ataque histérico, suaa pressão subiu, ela desmaiou e
teve de ser levada ao hospital de ambulância, às pressas, onde foi medicada e
no mesmo dia voltou.
Agora ela ficava deprimida, e tinha crises nervosas o tempo todo, Kotomi estava deixando Lune desesperada!Ela não podia mais suportar tanta tortura,
tanto sofrimento !
Então um dia, um Honda NSX preto parou em frente de casa, quando Lune olhava pela janela do seu quarto. Era precisamente o horário da troca de
turno dos policiais!A janela se abriu e ela
viu uma arma, não uma de fogo, mas uma versão recente de uma antiga arma
medieval, a besta, ,que embora se pareça com uma carabina , atira flexas,ser
empunhada por uma mão feminina.
O braço que se estendeu da janela denotava que ela vestia um traje
de sacerdotisa taoísta.
Um zumbido agudo e aterrorizante soou em minha direção !
E uma flexa se encravou a menos de cinco centímetros da
cabeça de Lune, enterrando-se na parede,trazendo um bilhete consigo, que dizia:
“-Agora sim você já está preparada para morrer ! Até breve! Muito
breve ! Kotomi”
Ela poderia ter me matado naquele momento, mas não o quis!O carro
saiu cantando pneus e não haviam placas nele.
O Delegado mandou reforçar a guarda, e agora haviam quatro carros de
polícia em frente de casa, e mais dois atiradores de elite.
O dia seguinte chegou. Os pais de Lune saíram, Megumi e Ruri foram
para a escola, e oTakeo ainda não havia chegado.
À cada barulho de carro passando na rua Lune olhava a janela para ver
se ela tinha chegado.
Até que Takeo chegou, desceu do carro e ela o recebeu, trêmula e
nervosa, e ele tentava inútilmente a acalmar.
Tentaram assistir televisão, mas ela não conseguia se concentrar em
nada, até que viram um boletim especial
num dos canais:
“Acaba de irromper um incêndio
de proporções catastróficas na central da Polícia da cidade !”
A apresentadora declarou na televisão.
-Ela vai atacar ! Ela vai atacar ! É hoje, Takeo-kun ! E agora? E
agora?
-Calma,
Lune-san, calma !
(Por continuar)
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