-Até quando você vai ficar aí parado? Vá atrás
dela !
Disse Ayakata para Rito, enxugando suas lágrimas.
Mas o desânimo tomava conta do rapaz, que estava
em total confusão mental, sem saber o que fazer.
Irada, Ayakata soltou raios pelas mãos, que
passaram pertinho de Rito, que se assustou e foi atrás de Lilia.
Acabou encontrando-a debaixo de uma árvore solitária,
onde abraçava sua próprias pernas e chorava sem parar.
Rito se
abaixou, acariciou os cabelos dela e contou o que Ayakata tinha lhe contado.
-Puxa, eu fiz uma grande besteira mesmo, sou uma
trapalhona sem jeito, faço tudo errado...ela está sofrendo por minha causa, e
eu...eu me sinto culpada, e me sentiria culpada se eu ficasse com você, estaria
prejudicando à ela, tornando-a infeliz...
-Bom, eu...eu acho melhor nós deixarmos este negócio
de amor para lá por enquanto e nós três ficarmos só amigos. Espero que não
fiques magoada comigo, nem se sinta rejeitada...
Foi quando Ayakata chegou e declarou:
-Acho que é a solução. Vamos deixar estas coisas
para lá, temos uma viagem a fazer e estamos perdendo tempo !
E reencarnou de volta em Lilia.
Continuaram a viagem a pé pela estradinha e ao
largo dela se podia ver as montanhas majestosas. O sol começava a se por.
-Uh, estou tão cansado, meus pés estão me matando
!
-Eu também, vamos parar para descansar um pouco ,
Rito-san !
-Tudo bem, mas precisamos arrumar um abrigo, não
quero ficar ao relento...e vai que chove também !
-Vou providenciar uma cabana para nós então!
Disse Lilia, com olhar cansado. Ela imaginou uma
pequena e confortável cabana de madeira, com quarto, banheiro e cozinha, e ela
se materializou instantaneamente.
-Está bom assim, Rito-san?
-Está sim,Lilia-san !
Eles entraram na cabana, e então Rito percebeu
algo que Lilia não tinha notado:
-Lilia-san, só tem um quarto e uma cama larga...acho...acho
que vamos ter de dividir a mesma cama !E...e agora ?
-Ih, é mesmo, esqueci ! Quer que eu faça uma
maior, com dois quartos?
-Não, deixa para lá, eu durmo na cozinha...
-Não, deixa eu durmo lá então !
Impaciente, Ayakata se separou do corpo de Lília
de novo e ficou entre os dois:
-Ah, mas que povo indeciso ! Deixa quieto, vamos
dormir nós três na mesma cama e eu vou levantar
barreiras mágicas para impedir que alguém faça sexo aqui!E só para
garantir, eu vou dormir entre vocês dois, só para ter certeza de que não irão
tentar nada pervertido !
Decepcionados e frustrados, os dois aceitaram o
acordo importo por ela.
-Rito-san, o que vai querer de jantar?
-Eu quero Yakissoba, Lilia-san !
-Deixem comigo desta vez !
Disse Ayakata, estalando os dedos. Imediatamente
apareceu, na tigela de cada um, porções generosas e fumegantes de yakissoba.
Todos começaram a comer, mas a Deusa estava
ficando irritada com os olhares apaixonados dos dois pombinhos um para o outro.
-Querem fazer o favor de pararem com estes
olhares flertivos? Isto está me dando nos nervos !
Os dois ficaram sem graça. Depois do jantar, era
hora do banho.
-Rito-san, eu e a Lilia-san vamos tomar banho então
fique aí na cozinha e nada de querer entrar ou nos espiar, fui clara?
-Sim, Vossa Divindade!
-Ah, chega destas formalidades, pode me chamar de
Ayakata-sama! Mas lembre-se: nunca em público, entendeu?
-Sim, Ayakata-sama !
-ótimo, venha, Lilia-san, vou esfregar suas
costas !
E as duas entraram no banheiro e Rito ficou só na
sua imaginação fértil, louco para ver as duas sem roupas. Foi quando ele
lembrou que tinha ganho um pouco do poder da Deusa, então desejou poder ver
através da porta, como se ela fosse transparente.
E dito e feito, ele as viu nuas, como se a porta
nem existisse!
Só que Ayakata não era boba e percebeu o
encantamento. Parou o banho e saiu pelada mesmo, furiosa, soltando raios pelas
mãos e cerrando os dentes !
(Por continuar)
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