Os Observadores testemunharam tudo:
Lamby estava nervosa, assustada e
agitada, pois era experiente e sabia que aquele caçador de dentes navalhinos
não estava sozinho, e sabia ainda melhor, apenas um deles bastava para
despedaçá - la viva.
Sabia que não adiantaria correr:
eles eram mais velozes que ela!
Sua única arma era uma cauda de uma
tonelada de músculos rijos, que podia ser usada como uma táboa de madeira
girando no ar.
Ela encarou a fera com coragem.
O Tiranossauro abriu seu sorriso
sinistro com seu arsenal de facas afiadas na bocarra aberta Ele não hesitou.
Rugiu estrondosamente, e atacou!
Ela procurou se desviar, e
acertou-lhe um golpe de cauda violento, que quase o derrubou. Ele avançou de
novo e suas mandíbulas poderosas se cerraram, e deram uma puxada poderosa.
Ela tentou se desviar novamente,
mas a mordida lhe fisgou a pata dianteira direita, arrancada fora com
violência, quase inteira.
Ele engoliu quase a metade desta
perna de uma só vez, e em outra bocada, a segunda parte.
Lamby sangrava abundantemente,
tentando equilibrar-se em três pernas.
Outro tirano emergiu então da mata
repentinamente e afundou suas mandíbulas em sua cauda, e um jovem tirano
,filhote já um pouco crescido, apareceu logo depois.
Agora o primeiro tirano já a
prendia no pescoço, e tanta força faziam em desmembrá-la viva que a levantaram
do chão alguns centímetros!
O filhote foi direto para o abdome
dela, e rasgou-lhe o ventre, de fora a fora, os intestinos esparramando-se pelo
chão em um mar de sangue.
Ela ainda mugia, desesperada, mas
sabia que estava condenada.
A cabeça foi arrancada com pescoço
e tudo.
Coração e pulmões engolfados pelas
goelas famintas em uma só bocada voraz. Ela estava morta agora, mas por alguns
segundos, ela pode assistir sua própria morte, cabeça separada do corpo vendo o
corpo sendo estraçalhado. Uma lágrima caiu dos velhos olhos ,que se fecharam, a
inconsciência veio e com ela a morte, para a cabeça também.
E Crys chorava copiosamente, mas
baixinho.
Mas o que parecia ser um festim
sanguinolento foi brutalmente interrompido, inesperadamente. O Giganotossauro
retornara, e queria aquela carcaça.
Os dois tiranos olharam ferozmente
para o predador maior. Não, eles não estavam a fim de ceder a refeição deles ao Gigante, ainda
maior do que eles próprios. E o instinto de preservar o filhote também falou
mais alto.
O gigante atacou o tiranossauro menor, um macho, que
desviou-se do golpe e acertou-lhe uma mordida
nas costelas, arrancando um naco de carne, mas quebrando um dente.
A fêmea , um pouco maior que o
macho, com quatorze metros de comprimento e cinco metros e meio de comprimento,
avançou no Giganotossauro e o mordeu na
cauda, quebrando-lhe algumas vértebras.
O Gigante reagiu e sua bocarra
acertou o pescoço do macho, que esperneou e riscou-lhe as costelas com suas
garras dianteiras e traseiras, produzindo profundos vergões deixando espirrar
muito sangue.
Mas ,indiferente o Gigatonossauro
cerrou suas mandíbulas e esmagou-lhe as vértebras do pescoço, e continuou
apertando até tritura-las. A cabeça rolou pelo chão.
A fêmea atacou e desta vez acertou-lhe a espinha.
Suas mandíbulas se fecharam com força. Então o Gigatonossauro desabou.
A mordida tinha lhe paralisado as pernas.
Outra mordida arrancou-lhe o
coração e parte de um pulmão.
-Vamos dar o fora daqui, pois aqui
logo estará repleto de predadores!
-Mas, Did, é uma oportunidade
magnifica de observar o comportamento deles!
-Eu sei, Pierce, mas e uma
estupenda oportunidade de nós também fazermos parte da refeição deles!
-Ei, olhe la! Um bando de Syntarsus
está chegando de um lado, e um outro de Coelophisis de outro. E a hora dos necrófagos fazerem o serviço deles. Agora,
Did e Pierce, nós ficaremos aqui, portanto, calem-se para não sermos
descobertos!
Enquanto isto Rick, Marina e
Valéria prosseguiam em sua jornada, encontrando agora o outro lado de um riacho
que ia desaguar no laguinho dos Lambeossauros.
Uma clareira se abriu em um ponto
em que o riacho se alargava. O que se descortinou a frente deles foi magnifico:
nas praias ao lado do riacho, pequenas colônias de Maiasauras, Coritossauros,
Anatotitans, e Iguanodons. Ao longe, se via as cabeças e pescoços de
Camarassauros, Titanossauros e Barossauros, se refastelando nos espinhos de
coníferas.
-Aaaah! Venham ver, venham ver,
meninas!
-Ooooh! Oh, meu Deus, olhe todos
aqueles filhotes, que gracinha! Disse Valéria.
-Val,eu vou brincar com os
filhotes!
-Bom, eles não se assustaram
conosco. Você acha que eles já conhecem humanos, Dr. Lankers?
-Sim, senão já teriam debandado,
Val. Se quiser, vá brincar com eles, Marina, mas vá com cuidado e não faça
movimentos bruscos, Okay?
-Sim, Doutor. Pode deixar.
E lá se foi Marina.
Uma vez a sós, Valéria se dirigiu a
Rick:
-Estou tão acalorada, que tomaria
um banho neste riacho agora mesmo!
-Eu também!
-Então o convido a tomar um banho
comigo, Doutor!
-Você não se importa?
Em resposta, Valéria tirou a camisa
e deixou livres, 'a brisa fresca, os enormes seios molhados de suor.
Sem a menor cerimônia, ou vergonha tirou o
shorts e o restante das roupas e calcados. Estava nua!
Rick não vacilou de tirar a roupa
também e entrou no riacho com ela. Impossível resistir 'a tentação. Valéria era
deslumbrante!
Logo já estavam se beijando e fazendo amor entre si.
Repentinamente, os dinossauros ficaram nervosos.
Passou por eles a manada de
Lambeossauros que Crys, Did e Pierce tinham encontrado.
-Predadores por perto! Marina, é
melhor irmos embora, venha!
Assustadas, todos os dinossauros
por ali puseram-se a correr!
-Venham, meninas! Vamos para aquele lado, onde estão os saurópodes, é
mais seguro!
Disse Rick, vestindo -se, como
alias já o fazia Valéria. Nem tiveram tempo de se secarem .
E mudaram de direção ,rumando para
os saurópodes.
Um pouco depois, no entanto:
-Esperem! Pegadas frescas de
Deinonichus! Eles estão por perto! Temos de ter muito cuidado.
Um trovão rugiu.
-Vai chover agora mesmo, Rick.
Precisamos encontrar um abrigo!
-Sim, Val, mas onde? Na verdade,
minha preocupação são estes predadores!
-Achei uma caverna! Olha lá,
naquela ravina!
Outro trovão e a chuva finalmente
desabou.
-Vamos para lá, então. Não encontro
arvores altas por aqui!
-Mas árvores atraem raios, Rick!
-Eu sei, Val, mas pode ter certeza,
se encontrarmos Deinonichus, vai ser preferível ser atingido por um raio do que
por eles!
-Pois eu lhe digo que esta caverna
me parece uma armadilha perfeita para os Deinonichus nos pegarem!
-Tem razão, Marina, mas se
pensarmos bem, eles nem precisam de armadilhas para nos pegar. Vamos lá então!
Entraram na caverna.
-As pegadas deles estão por perto
daqui, mas não dá para segui-las , pois a chuva já as desmanchou. Iiih, esperem
um pouco...iiih, não gosto nada disto!
-O que foi, Rick?
-As pegadas vem daqui! Aqui é a
toca deles!
-Olhe, Rick, achei cascas de
ovos, um ninho!
-Boa descoberta, Marina!
-Achei um ovo ainda intacto!
-Um ovo temporão, ainda não nasceu!
O ovo começou a tremer, e tremer, e
trincar.
-Vai nascer e agora! Disse Rick.
E foi o que começou a ocorrer. Um
focinho, um pedaço de casca rompido, e lá estava um sadio bebê Deinonichus,
recém nascido.
Ele se virou para Rick tão logo
abriu os olhos.
-Você e o pai dele agora, Rick!
-Sim, por temerário que o seja. Eu
o batizo “Phobos”, Deus da Morte, meu pequeno Deinonichus.
E recebeu uma lambida carinhosa.
Haviam restos de carne de dinossauros mortos por toda a caverna, e
Rick os usou para alimentar o bebê, que
comia com voracidade.
-E agora, Rick, ele vai segui-lo
por onde irmos!
-E, eu sei, Marina. Ainda mais que
o alimentei agora. Acho que terei de adotá-lo como meu animal de estimação a
partir de agora , ainda que a contragosto!
-Mas os outros deve chegar logo,
Rick, o que vamos fazer?
-Calma, Valéria. Ele será nosso
salvo conduto para fora daqui. Agradem o Phobos, deixemos que ele brinque
conosco, nós ficaremos com o cheiro dele, e eles nos reconhecerão como
Deinonichus. Mas não o deixem mordê-las: nos velhos tempos da Fundação, já
tivemos raptores como animais de
estimação, e quando um dos filhotes mordeu uma funcionária, alias minha velha
amiga Linda Blondie, eles gostaram do sabor da carne humana e os filhotes em
peso saltaram em cima dela e a devoraram viva !
-Meus Deus! E o senhor não tem medo
de ter uma fera destas de estimação?
-Sim, mas uma vez que se
estabeleceu um laço, só meu sangue e minha carne desatarão este laço. Precisarei me cuidar, mas
ate lá, terei um amigo fiel e muito
inteligente.
Ouviram-se ruídos e rosnados ao
longe. A chuva agora estava parando.
-O bando chegou! Fiquem ao meu
lado. Não corram, não mostrem medo, sigam meus atos, e teremos talvez uma
chance de sairmos vivos daqui!
-Talvez? Isto não e muito animador!
-Pode ser, Marina, mas talvez ainda
nos áa uma possibilidade de vida, pois o encontro com eles já e inevitável.
Agora, silêncio, e imobilidade. Só façam o que eu fizer, e fiquemos todos
juntos, e Phobos provavelmente nos salvara, eles já estão quase na entrada da
caverna.
De fato, o bando de dezesseis
Deinonichus chegou, muitos deles ainda com pedaços de Camptossauros e Tenontossauros na boca, todos eles com
sangue fresco ainda respingando de seus dentes e garras enormes.
O maior deles, que ia a frente do
bando, parou logo na entrada, e cheirou o ar. A caverna estava bastante escura,
mas os olhos deles eram muito bons para enxergar na escuridão.
Aproximaram-se barulhentamente. O
chefe do bando parou em frente a Rick, olhou-o nos olhos e cheirou-o.
Phobos então se interpôs e começou
a rosnar e ronronar. O chefe se abaixou,
cheirou-o e ronronou para ele. Gritou, e colocou suas garras dianteiras em riste.
Phobos novamente intercedeu, e rosnou e gritou.
O bando agora estava agitado e
nervoso. Cercaram os quatro, estavam prontos para atacar!
O chefe cheirava Phobos e cheirava
Rick e suas alunas e cheirava Phobos novamente, parecia perplexo. Então,
decidiu-se. Colocou os demais raptores em um corredor duplo, e Phobos passou
entre as duas colunas, e Rick e as meninas junto com o filhote.
Era assustador ver aquelas duas
colunas de garras e dentes afiadíssimos rosnando e gritando ameaçadoramente
para eles, mas conseguiram finalmente saírem vivos da caverna, e continuarem
caminho a salvo.
Todos suspiraram de alivio!
(Por continuar)
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