Logo que chegaram na cidade, aparentemente tudo
estava em paz e normal. Eles ainda caminharam um bocado até achar um hotel
barato para se hospedar e ter onde
dormir e ficar.
Com a mágica da Deusa, Lilia proveu dinheiro
suficiente para pagar uma semana de hotel adiantado e assim assegurar a estadia
deles, e logo estavam subindo as escadas para os quartos deles, já que Ayakata,
encarnada em Lília, exigiu que eles ficassem em quartos separados para evitar
que eles fizessem amor entre si.
Os dois então procuraram descansar a tarde toda e
acordaram com fome, e quiseram ir a um restaurante por ali.
Prevenida, Lilia providenciou duas pequenas
alforjes que iam nos bolsos internos dos
kimonos com bastante dinheiro, um para cada um.
Estavam eles tranquilamente jantando e saboreando
finas iguarias em um caro restaurante, quando repentinamente entrou um cidadão
esbaforido e desesperado gritando por
socorro.
A dona do restaurante, vendo que o sujeito não
tinha uma aparência de classe e não parecia ter dinheiro suficiente para pagar
uma conta, ficou de cara fechada e mandou expulsarem-no dali.
Mas ele fazia escândalo, incomodando os clientes
gritando:
-Demônios !Demônios estão me perseguindo !Socorro
! Por favor me ajude! Por favor não me expulsem !Por favor !Por favor !
Ele tinha os olhos arregalados e uma expressão de
terror no rosto, mas a dona nele não se apiedou, nem acreditou em suas
palavras:
-Tirem este pobre coitado daqui, ele está
incomodando a clientela! Chutem-no para fora!
Lilia, porém, ficou com dó do pobre homem, que se
ajoelhava e se humilhava pedindo perdão.
Segundos depois porém, uma figura medonha
apareceu:
Ele tinha uma pele intensamente vermelha, uma
cauda fina, pequenos chifres na cabeça, olhos que pareciam de gato, com pupilas
fendidas, também vermelhos, uma cabeleira preta que ia até o fim das costas,
corpo humanóide muito músculos, e dentes caninos superiores e inferiores
enormes saindo da boca, e era prognato, com a mandíbula inferior bastante para
a frente da inferior.Tinha garras negras e afiadas imensas nos pés e mãos e estava nu.
Ao arrebentar a porta do restaurante e jogar
mesas para o alto com seus chutes, ele
soltou um rugido trombeteante e horripilante, que gelou a espinha de todos ali
!
A dona, antes arrogante e nervosinha, se encolheu
toda num canto, apavorada.
A maioria dos clientes quebrou as janelas do
restaurante e fugiu, mas um deles, uma moça, foi apanhada por ele, que
mordeu-lhe a barriga, e a rasgou, e os intestinos dela caíram no chão, numa
lagoa de sangue, enquanto ela berrava de dor.Depois mordeu-le a cabeça e
esmagou seu crânio com suas mandíbulas poderosas e uma torrente de sangue explodiu
em sua boca, enquanto ele mastigava e engolia a cabeça dela, que já estava
morta.
Os poucos clientes que não conseguiram escapar, e
a dona também, ao verem aquilo, entraram em desespero!
Então, ouviu-se uma prece dirigida a Ayakata. A dona
era devota da Deusa do Amor, e, em seu exaspero, rogou à sua Deusa para que ela
intercedesse.
Claro que Ayakata ouviu e saiu do corpo de Lilia,
e se materializou fora do corpo dela.
Ao vê-la na frente dela, a dona teve seus olhos
marejados e seu coração aflito preenchidos pela esperança.
Ayakata não disse nada, porém e foi postar-se
diretamente em frente do demônio,encarando o ser monstruoso de quase três
metros de altura sem medo algum.
Rito e Lilia, seguros do poder da Deusa, ficaram
só assistindo.
-Como ousa você, criatura infernal, a ameaçar
meus devotos e interrompeu meu jantar?
-Matar ! Matar ! Matar!
Respondeu o ser das trevas.
-Ah, um dejeto da sua classe , não era nem para
eu estar gastando meu poder com tão pouco, mas você me irritou, então agora vai
ser seu fim !
Matar !Matar ! Matar Deusa !
Disse o ignaro monstro, que definitivamente não
primava pela inteligência.
O olhar de Ayakata era determinado, decidido,
olhar de morte, de fera destemida, e atacou sem mais nada falar:
Raios poderosos saíram de sua mão e envolveram o
monstruoso ser, que berrou de dor.Ele expandiu o ki mágico dele e rompeu o anel
de força, mas Ayakata, ainda mais irritada soltou outros raios ainda mais
fortes pelas mãos e o deteve a menos de meio metro dela. Ela o levantou no ar e
começou a comprimir o corpo dele com seus raios, que urrava de dor,
imobilizado, sem conseguir reagir. Então Ayakata, aproveitando que ele estava
bem preso no anel de energia mágica, fez aparecer uma espada katana magnífica e
enorme , e de um só golpe, partiu o demônio em dois, de baixo para cima.Em
seguida o anel se transformou numa bola enorme de energia, que continha o que
restava do monstro dentro dela, e foi diminuindo de tamanho até o esmagar
completamente e destruí-lo por completo e ele desaparecer. Só então a bola de
energia desapareceu.
-Obrigada, muito obrigada, minha Deusa, ó minha
idolatrada, santa, divina, Vossa
Divindade Ayakata-sama !
Dizia a dona do restaurante, tentando beijar os pés
da Deusa, que com uma pose arrogante, tirou os pés do alcance dela.
-Não faz mais que sua obrigação agradecer-me pela
graça por mim concedida !
E ela voltou a incorporar-se em Lilia, na frente
da senhora, que viu espantada a Deusa entrar dentro do corpo de Lilia .
-Desculpe a arrogância e má educação dela,
senhora, ela é assim mesmo! Eu sou Lilia, devota da Deusa, e escolhida por ela
para em mim se encarnar.
-E eu sou Rito,
namorado dela!
(Por continuar)
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