terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

O Presídio-Episódio 36



O dia seguinte  raiou, e eu estava com toda a disposição para o trabalho.
Cheguei no escritório da DIIS, e me sentei na confortável cadeira do Chefe. Eu pensava ter sido o primeiro a chegar no escritório, pois era bem cedo, mas eu estava enganado.
220967 estava lá, esperando por mim, e logo ficou em frente a mim, de pé, separada de mim apenas pela minha mesa.
-Eu preciso ter uma conversa em particular com você !
Ela disse, com voz rouca e sensual.
Eu estranhei aquela voz, embora o tom fosse o autoritário de sempre.
-Muito bem, pode falar!
-Aqui não. Permita-me por favor sugerir a sala de reuniões, senhor?
-Tudo bem, vamos lá então.
Ao chegarmos na sala de reuniões, ela trancou a porta. Eu me sentei na cadeira que ficava na cabeceira da mesa e ela se sentou ao meu lado.
-Muito bem, estou à sua disposição.
Ela abandonou a voz rouca e respondeu:
-Vou te contar alguns segredos de minha vida, que, obviamente não deves falar a ninguém!
-Muito obrigado por sua confiança. Claro que guardarei segredo !
-Ótimo !Então, como você sabe, eu sou super temida em todo o presídio, todos os prisioneiros já me conhecem ou já ouviram falar de mim, e sou conhecida como a agente mais temida e cruel da DIIS, e tudo isto é verdade. Confesso que sou cruel mesmo, por gosto, sou sádica e tenho enorme prazer em torturar, ver os outros sofrerem e amo matar ! Mas eu não fui sempre assim na minha vida. Há vários anos atrás, fui amante do Diretor. Era um relacionamento sem amor, baseado unicamente em sexo. Mas eu acabei me apaixonando por ele e ele não correspondeu aos meus sentimentos. Ele recusou sexo comigo e me humilhou, e me abandonou. E , na minha frente, usou uma prisioneira qualquer para  me causar ciúmes e me fazer sofrer e ele conseguiu o intento dele.Ele me jogou numa solitária por seis meses, onde eu quase enlouqueci.
A tortura era tamanha, que muitas vezes ele fazia amor com esta prisioneira na solitária ao lado, só para aumentar os meus ciúmes, e aqueles gemidos me doíam, ah, como doíam!
Eu fiquei furiosa, revoltada e quando saí de lá e voltei para uma cela comum e virei uma simples prisioneira, eu comecei a arranjar brigas, e matar gente.
Não demorou e os agentes da DIIS me prenderam, e me torturaram, inclusive sexualmente, fui violentada em série até ficar dias sem conseguir andar, e apanhei muito. Tive uma séria hemorragia no útero e quase morri.
Mas eu me agarrei à vida e sobrevivi. A minha revolta chegou a tal ponto que consegui roubar a pistola de um deles e os matei a sangue frio. Matei doze agentes de uma vez, e aquilo chamou a atenção do Diretor, que me colocou como vice diretora da DIIS, onde pude exercer minha revolta e fúria ‘a vontade e levei a tortura ao nível de estado de arte!
A partir daí começou a minha fama.  Porém, o Diretor sabia que eu queria me vingar dele, e colocava como chefe, homens da mais extrema confiança dele.Tudo para evitar que eu cumprisse a vingança que prometi a ele um dia.
Mas desta vez ele cometeu um erro, pois o filho dele com aquela presidiária é o menino que ele protege agora. E como você tem sempre protegido o garoto 133144,que eu sei, você virou protegido dele. Ou seja, você também está sujeito a ser alvo da minha vingança !
Logo depois de dizer isto, ela tinha um olhar sinistro e um sorriso maléfico no rosto e me lambeu a face esquerda, e depois lambeu os beiços, como uma fera que está prestes a devorar sua vítima !

(Por continuar)

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