Os caças investiram em massa contra as naves grandes e
as poucas Canhoneiras Troglons que ainda restavam,mas houve grande
sangria:estas eram muito blindadas e defendidas,e agora só restavam,após quinze
minutos de combate,cerca de mil duzentos e cinqüenta caças,sendo obrigados a
pedir reforços:Logo chegariam mais dez Fragatas e dez mil Caças,e a batalha
estava estressantemente árdua.
Em Liptériah,os Revoltosos avançavam.Mas a chegada de
carretas gigantes com canhões lazer de dez metros de calibre revertia a situação
dos Troglons:apenas dez delas destruíram quatrocentos tanques e mataram meio
milhão de homens!
O exército de Vanglorius estava ameaçado:tinha sido
reduzido a metade.Em caráter de emergência,quinhentas naves de ataque ao solo
decolaram de Reptériah,destruindo nove das dez carretas antes existentes ao
custo assombroso de todas as naves atacantes destruídas!
-Vanglorius,responda!
-Sim,Plushaimer!Vanglorius falando!
-Perdemos todas as naves de ataque!Só resta uma
carreta,precisa destruí-la,ou não nos restará exército!
-Deixe comigo!Eu cuido disto!
Vanglorius foi rompendo as linhas inimigas matando
soldados às
dúzias para isso,até chegar ao gigantesco caminhão de vinte metros de
altura,duzentas rodas,e trezentos metros de comprimento,transportando o enorme
canhão lazer de reparo quádruplo com dez metros de diâmetro cada cano,cada qual
capaz de fazer uma cratera de um quilômetro de diâmetro com um alcance de tiro
máximo de cem quilômetros -um monstro!Porém estas formidáveis armas,muito
blindadas,tinham um ponto fraco:embora a cadência de tiros fosse muito rápida
(seiscentos tiros por minuto),a torre do canhão era lenta em seus movimentos,e
tinha um intervalo de um minuto entre cada rajada.A velocidade e agilidade de
Vanglorius eram imprescindíveis para uma vitória,e ele aproveitou-se disto.Teve
uma idéia brilhante:usou uma bazuca de anti-matéria,cavando um túnel direto
para baixo do caminhão,guiando-se pela vibração que este transmitia ao solo.O
movimento do caminhão também era bastante lento,e saiu bem debaixo dele.Usou
sua corda com gancho,depois de escavar um apoio para ela,subiu pela corda,sacou
sua espada,colocou-a no modo giratório e escavou o aço plástico e a blindagem
cerâmica multicamadal do casco da carreta.Entrou na torre de tiro,e matou o
artilheiro.Matou também já na cabine,o piloto e o co-piloto.Então fez a
festa:atirou nos Troglons,com efeitos devastadores.Agora já não era mais
trezentos milhões contra um e meio milhão:eram
Cento e cinqüenta milhões contra quinhentos e cinqüenta
mil!
No espaço,as coisas já estavam melhores:os reforços já
tinham chegado,e todos os cinco Destróieres Troglons tinham sido
abatidos,batalha que custou o abate de seis mil Caças e quase todas as canhoneiras
revoltosas,mas mais reforços vinham.Os Troglons já usavam tudo o que tinham,e
não podiam chamar reforços.Depois de três horas de combate,apenas dois
Cruzadores e quatro Fragatas Troglons restaram,e bateram em retirada.Com
isto,vitoriosas,as naves revoltosas puderam ir ajudar o Exército revoltoso e
quando chegaram ao campo de batalha e cercaram o Exército Troglon, estes,
diante de um poder de fogo tão superior logo se renderam
incondicionalmente.Temitrior tinha acabado de perder duzentos e setenta e oito
milhões de soldados e uma Frota planetária inteira.Videofonou para o Palácio
Imperial em Troglos,e pediu para ser teletransportado.Seu pedido foi negado.Desesperado,refugiou-se
no Palácio Real,e escondeu-se nos calabouços.Mas os Revoltosos já tinham
dominado a cidade.Temitrior tinha de se render ou ser morto.Nenhum Troglons
procurou ajudá-lo `a fugir.A cidade estava cercada e sitiada.
-Só falta o Palácio para a nossa vitória,Vanglorius!
-Bem o sei,Belsara.Onde está aquele verme do
Temitrior?
-Encurralado no palácio.Os Troglons o transformaram
numa fortaleza capaz de resistir até aos canhões lazer de calibre espacial!
-Veremos,Plushaimer,veremos!Vou buscar aquele covarde!
Uma enorme projeção holográfica foi gerada do palácio:uma
transmissão de Temitrior!
-Vanglorius!Seu heróizinho estúpido!Ganhou a batalha,mas
jamais me capturará!Esta fortaleza me protege,e tenho mantimentos para viver a
vida inteira aqui,se necessário!Está frustradinho?Oh,que peninha!Nunca se
livrará de mim!Está ouvindo?Pena que tenha tanto músculo e tão pouco cérebro!Estou
usando a coroa de seus pais,sabia?Ah,aliás vou lhe contar algo que não vai
gostar muito:fui eu que matei seu pai pessoalmente,sabia?Pelas minhas próprias
mãos...ah,mas ele sofreu tanto!Foi um prazer torturá-lo por uma
semana,incessantemente,mas eu gostei tanto!E tem mais:eu sei exatamente onde
sua mãe está presa;mas que pena,não vou revelar!Ahahahahahah!
-Aquele verme maldito,aquela besta!Eu mato,eu esfolo,eu
esgano,eu,eu,eu,eu....
.Urrou Vanglorius verdadeiramente
furioso,babando,vendo tudo vermelho,espumando de raiva incontida,que
explodiu:Correu até o palácio,de Espada em punho,com a lâmina girando velozmente.O
que se viu então foi de cair o queixo:
Os golpes violentíssimos da espada foram destroçando
os muros.Os tiros de lazer da espada em rajadas contínuas em conjunto com os
golpes os destruíram,e foram demolindo os pilares principais do prédio,que desabavam
por toda a parte,sistematicamente,fazendo a edificação entrar em colapso e
ruir,e os urros raivosos de Vanglorius ecoavam pelos escombros.O Palácio todo
veio abaixo!
A blindagem do porão se desvaneceu.Vanglorius saltou
lá dentro,destruindo tudo o que viu pela frente.Ele e Temitrior estavam frente a
frente.
-Finalmente é chegada a hora de me
enfrentar,Temitrior!Pagará muito caro por tudo o que fez!
Temitrior,trêmulo,sacou sua espada.
Mas a Espada Sagrada de Zukkor voou sobre ele,sibilante,arrancando-lhe
um dos braços,deixando-o desarmado.O vilão urrou de dor!
-Não preciso de espada para lhe matar!.Rugiu
trovejantemente Vanglorius,insano!
Soco!
Costelas
partidas, um dos pulmões perfurados e o punho saiu do outro lado,partindo a
omoplata do Troglon em pedacinhos.O vilão vomitou sangue e uma nuvem vermelha o
envolveu!
O Herói sacou-se do corpo com um sacão tão violento
que o impacto de Temitrior conta a parede a fez desabar.Já estava
grogue.Vanglorius o arrancou dos entulhos e com as mãos arrancou cada músculo
do outro braço,depois arrancou-lhe as clavículas,e as costelas que ainda
restavam,uma a uma,vagarosamente,ouvindo os berros de dor do Troglon agonizante.Arrancou-lhe
o estômago,e espremeu seus intestinos,arrancando-os aos poucos.Esmigalhou-lhe o
fígado,desfez-lhe toda a ossatura do tórax que ainda restava.Em suas mãos,o
coração do inimigo ainda pulsava.Comprimiu-o bem devagar,até ele explodir.Ele
nem tinha percebido ainda,mas Temitrior já estava morto fazia tempo!
Mas Vanglorius estava cego pelo ódio,e esmagou com
suas próprias mãos o crânio de Temitrior,constritando-a pelas têmporas,que
trincaram,os olhos saltaram,cada dente saltou,a mandíbula se partiu,o cérebro
explodiu,saindo-lhe pela boca,ouvidos e nariz,espumoso.Quando os amigos de
Vanglorius chegaram,Temitrior era apenas uma massa de sangue,pele,e
ossos,verdadeira sopa Troglon deformada.Belsara o acalmou,e Vanglorius subiu ao
monte de entulhos mais alto,sacou a Espada,e atirou um tiro de lazer para o
alto.
-Vitória !
O Herói bradou!
O povo irrompeu em delírio,estourando para o céu
bombas pirotécnicas multicoloridas,aplaudindo,explodindo em alegria.Tinha
custado a vida de mais de um milhão de Lipterianos,esta vitória,mas os
quatrocentos mil soldados restantes e as seiscentas mil mulheres e crianças
choravam de alegria!
A cidade tinha antes da Batalha dois milhões e cem mil
habitantes.Menos da metade da população citadina tinha sobrevivido.Mas havia
valido à pena.Eram vitoriosos e foram libertos.Na noite do mesmo dia,com Zukkor
alto e completo no céu,Belsara beijou Vanglorius com paixão ardente,e tiveram
uma noite tão excitante que jamais se esqueceram.Estava nascendo naquela noite
o futuro filho biológico de Vanglorius!
No dia seguinte,caminhando pelos escombros da
cidade,Vanglorius viu no final da rua,alguém que conhecia e que jamais tinha-se
esquecido,de braços abertos:uma senhora aparentando sessenta anos de
idade,bonita,elegante,com um sorriso franco estampado no rosto.
-Ma...Mãe! É a senhora?
O rosto do herói estava torto e distorcido pela
comoção!
Ela não disse nada.Nem precisava.Seu olhar e seu
sorriso já diziam tudo!
Mãe e filho se abraçaram,num reencontro tocante.Ninguém
viu,mas naquele dia,pela primeira vez em sua vida,o grande guerreiro,o Herói libertador,todo
poderoso Vanglorius,chorou...As lágrimas grossas vertiam de seus olhos numa
torrente exasperada!
-Meu filho!Um gigante...mas ainda uma criança!
Vanglorius ouviu o que sua mãe tinha dito,mas não
conseguia responder...
(Por continuar)
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