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Quando o criamos, implantamos nele um dispositivo de segurança. Programamos o
cérebro dele para , caso ele desobedecesse estas diretrizes, que o impediam de
atacar seres humanos , já que ele era experimental e durante a fase inicial de
experimentos não queriamos que ele escapasse do nosso controle, como escapou,
mas depois que o projeto estivesse aprovado e concluído, retiraríamos estas
diretrizes, já que o propósito dele era militar, e então seria disparada uma
parada cardíaca fulminante, que o mataria. Para a nossa surpresa, no entanto, e
eu não sei como ele conseguiu fazer isto, ele "reprogramou" nossa
programação, e apagou estas diretrizes
por conta própria. Sabemos que esta reação, porém, não foi completa: um pouco
destas diretrizes por vezes ainda se manifesta parcialmente , pois depois de
certo tempo, e por um curto período de tempo, quando seu comportamento
desobedece a programação original, o seu batimento cardíaco se reduz, por meio
de um misterioso mecanismo psicossomático, e ele se acalma, e fica parado,
estático, como que sob o efeito de um calmante fraco. Quando cessa o efeito,
torna-se novamente um assassino cruel. Mas acho que é aí que está nosso trunfo
: nestas crises, ele se torna suscetível `a obedecer ordens, fica manso, lento
e abobalhado. Mas, temos que nos lembrar: estas crises potencializam
explosivamente a memória dele, com gravações extremamente fiéis e de grande
capacidade de influência psicológica, que podem até mesmo aumentar exponencialmente
por mais tempo, indeterminado e imprevisível, a reação assassina dele.
Portanto, se não o matarmos durante estas crises, apenas ferindo –o , ele pode
desenvolver ódio extremo de nós para o resto da vida, o que o orientará a
perseguir específicamente `a nós, e esta reação não cessará até que ele nos
tenha devorado!
-Então teremos de ser muito precisos! Vejo que ele foi feito de modo `a não ter pontos
fracos. Tudo o que é vital está muito bem protegido. E se tentarmos esmagá-lo?
-Esqueça.
A blindagem e a estrutura dele foram construídas para suportar o impacto de vinte e cinco toneladas `a 160 Km/h! .Isso
mostra que ele pode sobreviver até `a um atropelamento de uma carreta! Mas pode
fraquejar diante da exposição `a uma força de pressão, como, a de fortes
mandíbulas, é a única maneira de esmagá-lo.
-Ah, é
mesmo? Mas, Doutor, tenho uma idéia: Podemos fechar o Parque Municipal, e
levar de avião VTOL um grande dinossauro
carnossauro, para caçá-lo em uma jaula especialmente feita com este propósito. Mas
não pode ser um Tiranossauro, é pesado demais para a aeronave. No Zoológico
Municipal de Dinossauros tem um belo espécime de Megalossauro, não me lembro
qual espécie, dos bem grandes, com 3 toneladas de pêso. E o Zôo é vizinho ao
Parque!
-Ah,
ótimo! Um Megalossauro é na medida! Vai servir-nos bem. Deixe que eu falo com o
Prefeito. Vá ao Zôo e fale com o Diretor, Raymond Mundd, é um ex – colega meu
dos tempos da Fundação Furs e e uma sumidade em dinossauros. Diga que é meu
amigo, e ele providenciará tudo para você!
-Muito
obrigado, Dr. Lankers. Farei isso imediatamente! Ate mais!
-Phobos!?
- O dinossauro olhou para Rick imediatamente - Abra a porta para nossa visita,
mas cumprimente-o antes, assim, olhe, como estou fazendo! Cuidado com as garras
dele, London, se ele o ferir e você sangrar ele fica louco!Até mais,
então, Detetive !
Phobos
estendeu sua pata dianteira direita. London, que era canhoto,
cumprimentou-o tortamente, evitando as
garras afiadíssimas. No momento do cumprimento, Phobos soltou um urro
horripilante:
-Sheeeeaaaah! .
E depois caminhou e abriu a maçaneta ,oferecendo a
saída para Fogg. Que saiu,ressabiado. Phobos sabia até manusear chaves!
.Fogg
foi ao estacionamento e se dirigiu ao seu carro, um velho, mas impecávelmente
conservado Mercedes Benz S65 AMG coupé 2015. Enfrentou o congestionamento
habitual e chegou ao Zôo. Foi direto ao gabinete do Diretor, que fora avisado
com antecedência de sua chegada por Lankers.
Foi
recebido imediatamente.
-Detetive
Fogg London, prazer em conhecê-lo. Sou o
Doutor Raymond Mundd.
-O
prazer é meu, Dr. Preciso de um especial favor seu: um Megalossauro que já vi
aqui, vermelho vivo, de peito branco.
-Ah,
que pena! Aquele está com Febre Carnossauriana, estamos tratando-o. Mas posso
lhe oferecer um Megalossaurídeo, um belíssimo exemplar de Rapator australiano,
mais ou menos do mesmo tamanho, ou seja, nove metros de comprimento por quatro
metros e meio de altura, pesando uma tonelada. Para que precisa?
Fogg
explicou toda a situação.
-Eu
sempre disse ao Rick que não mexesse com os militares!Ah, vou te contar!Desde que
Emil faleceu, Rick so se meteu em encrencas!Mais esta
agora!Bom , não seria melhor um Tiranossauro Rex, ou um Allossauro Atrox ou
Fragilis? Eu tenho bons exemplares deles aqui. Inclusive tenho um exemplar,
pela janela o senhor pode ver, um belissimo e gigantesco exemplar do maior
carnivoro terrestre que já andou no planeta, o Gigatonossauro!
London
olhou pela janela e viu o monstruoso carnossauro negro de dezesseis metros de
comprimento por nove de altura, nove toneladas de pura ferocidade, em uma jaula
de igualmente generosas proporções.
- Todos
eles são pesados demais. O convertiplano
não aguentaria!
-Certo.
Venha dar um passeio no parque comigo, Sr. London!
Ambos
saíram do escritório e se dirigiram ao estacionamento de carrinhos elétricos,
do tipo que se usa em campos de golfe. Entraram em um deles e começaram o
passeio.
- Estes
Zôos de dinossauros são tão comuns, hoje em dia, não, Doutor?
-
Realmente . Cada cidade tem o seu. Uns maiores, outros menores, alguns
privados, mas a maior parte, públicos como este. Olhe só, Fogg, aqui temos
um belo Carnotaurus, tigrado de azul
turquesa e branco. Tem sete metros e meio de comprimento e três metros e
setenta e cinco de altura. Não é belo?
-Ele é,
Dr. , mas seus dentes...Deve ser uma fera e tanto!
-Magnífico,
isso sim. Mas o comportamento dele não é normal. Ih, acho que ele também esta
com Febre Carnossauriana. Isto é uma praga, eu digo, uma praga! .Rick Lankers e
eu ,anos atrás, ainda no tempo da Fundação Furs, tivemos de enfrentar uma praga
dessas, na Floresta dos Dinossauros, que pertencia também `a Fundação. Quase os
levou `a extinção, lá, acredita? Mas achamos
o remédio para o tratamento `a tempo, e os curamos. Foi, foi uma
aventura! Venha, Fogg, entre na jaula do Carnotaurus comigo. Ajude-me `a
examiná-lo!
- Mas
Dr., eu não sou veterinário, eu ...
-
Bobagem, meu jovem. Não gosta de aventuras? Enfrente essa!
- Eu já
enfrentei muitas aventuras como essa, mas, mas ...
-
Bobagem, eu já disse! Está com mêdo, isto sim! Agora venha! Ora, não vê que o
coitado está prostrado?
O Dr.
Mundd pegou-o pelo braço e o arrastou para dentro da jaula.
Ali, em
meio `as `arvores exuberantes e mata densa, o Carnotaurus estava deitado, quase
imóvel, arfando muito. Sua dentuça alva era amedrontadora .
-Pupilas
dilatadas, prostração,ah,não! Está ardendo em febre! Fogg, passe-me o injetor,
o azul, com `acido acetilsalicílico. Segure o braço dele. Isso. Agora o
vermelho, com o Antídoto. Isso....Bom, está fazendo efeito.
-Rrrraurrrraurrrriiiiiiiiiiorrgggriiior!
- Ah,
não! Ele vai atacaaaar!
-Mas
que medroso! O dinossauro dá um rugidinho de nada e você já quer sair
correndo!? Não, senhor, Fogg ; trate de pegar o injetor laranja com o sonífero
agora mesmo. Vamos colocá-lo para dormir agora mesmo! Pronto, ele dorme agora.
-Mas
Dr., olhe para trás, a companheira dele, vem vindo!
A
Carnotaurus fêmea soltou um rugido horripilante. Mostrou os dentes e veio na
direção deles!
(Por continuar)
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