Ambos montaram na moto
e foram ao mirante.
À luz da lua cheia, o
clima estava pesado desta vez. Ambos estavam silenciosos, olhando para o
chão.
Não havia o que dizer.
As lágrimas continuavam a cair, e os soluços vinham irresistívelmente. Quando
finalmente os olhares tristes se encontraram, eles acabaram se abraçando e
chorando suas mágoas um no ombro do outro.
Não havia mais clima.
Cada um montou em sua moto e foram embora cada um para sua casa.
Na noite seguinte, eles
se encontraram no mirante de novo.
- Queria
que me desculpasse por ontem, Adrian.
- Não
há o que se desculpar, Pristine, tudo bem, a culpa foi minha mesmo...
- Não
precisa assumir a culpa, eu fui quem insisti para que você fosse na minha
garupa. Por favor, sem duplo sentido, desta vez...
- Claro.
Mas de qualquer forma, no final das contas, aconteceu, não foi culpa de
ninguém, são coisas da vida que acontecem, e no final, a conseqüência foi boa,
se pensarmos bem, pois nunca estivemos tão juntos quanto ontem, foi muito comovente
!
- Sabe
de uma coisa, você tem toda a razão. É verdade, agora, que você bem que gostou
do que fez, você gostou, não é, seu danadinho?
Adrian ruborizou, sem
graça.
- É,
que jeito, claro que gostei de sentir, tocar seu corpo, estas coisas, a gente
não controla, não é ? Você é uma bela mulher, seu corpo é tão macio...
- Pode
parar por ai mesmo!
Foi a vez de Pristine
ruborizar de vergonha. Estava altamente constrangida!
Ela continuou:
-Não fale assim
comigo...estou meio sem graça, mas... no fundo, no fundo, também gostei, só não
tive coragem de admitir, o que você poderia pensar de mim?
- É,
foi bem no fundo mesmo! ahahahahahah! Literalmente!
- Seu
bobo ! Pare com estas brincadeirinhas de duplo sentido! Estou cheia delas!
Estava falando sério algo que eu não admitiria para homem algum, já foi difícil
para eu admitir para mim mesma, você não tem consideração?
- Desculpe,
me perdoa por favor, você não merecia esta grosseria de minha parte.
- Tudo
bem, mas se você me tocar de novo onde não deve, você vai ver, entendeu? Fui
bem clara?
- Foi.
- -Quando
eu quiser alguma coisa assim, eu peço, por favor, respeite.
- Sim,
claro.
- Agora
sim, você está sendo um cavalheiro! Gostei de ver ! Merece um beijinho !
Pristine abraçou – o
meio de longe e lhe deu um beijinho na bochecha direita.
Ele sorriu, e respondeu
com um beijinho carinhoso na bochecha esquerda dela.
Suas mãos estavam na
cintura dela, um pouco abaixo das costela e um pouco acima dos rins.
-Passei no seu teste?
-Adrian, seu bobo, você
percebeu, não é ?
-Claro. Você queria ver
se eu iria me comportar bem, resistir à tentação e fazer tudo direitinho,
conforme o figurino, não é mesmo?
-Acertou. E você passou
no teste direitinho.
-Bem que eu gostaria de
mais testes como este. Foi muito gostoso, sabia?
-Bobinho. Se você se
comportar daqui por diante, mais para frente outros prêmios maiores estarão
esperando por você, basta respeitar meu ritmo!
-Ah, isto está ficando
ótimo! É muito bom ouvir isto de você !
Pristine pegou na mão
dele, apertou e o empurrou do banco da praça para que ele levantasse e a
seguisse, dizendo então:
-Então, senhor
cavalheiro, não vai me convidar para o nosso barzinho de sempre? Estou afim de
tomar uma bela cuba libre, o que acha?
-Huuum, isto está
ficando interessante! Vamos lá !
Ela foi a passo apertado,
de mãos dadas com ele. Súbitamente, não viu um buraco no chão, pisou de mau
jeito , torceu o pé e caiu.
-Pristine ! Você se
machucou? Deixe –me ver este ferimento.
-Ai!Aiaiaiaiaiiiii...
-Não quebrou nada. Foi
só uma torção. Mas você não pode andar deste jeito. Vou carrega-la até o bar.
-Não precisa, tudo bem,
já vai passar. Aiaiaiaiai !!!
-Pris, eu me preocupo
com você. Quero o seu bem. Eu não vou deixar você ficar mancando deste jeito.
Talvez seja melhor eu a levar a um hospital.
-Ah, Adrian, que gracinha....mas
não precisa exagerar, seu bobo. Nada de hospital.
-Tudo bem, me abrace
que eu vou te carregar, ok ?
-Olha lá onde você vai
por as mãos, heim? Lembre – se que sou uma dama, heim?
(Por continuar)
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