quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Antes daquela fria manhã de Outono-Episódio 15





Com Ume , Maki conseguiu abrir seu coração e teve momentos divertidos, onde pôde finalmente voltar a sorrir.Foram poucos , mas belos e preciosos momentos de alegria e amizade,carinho e atenção, que nunca mais se repetiram naquele orfanato infernal.Maki,entretanto, tinha desenvolvido um justificado pavor da Gerente e de Mei e suas asseclas.
Nem sempre Ume podia estar lá para defendê-la, e nestes momentos Maki apanhava sem qualquer misericórdia, e gritava e berrava de dor, assim como de pavor, e chamava por Nami para salvá-la.
Mas  se Nami nunca estava lá para salvá-la, Ume, sempre que podia, estava.E quando percebia que Maki apanhara, batia em suas algozes.
Mas Mei tinha jurado vingança e um dia esta vingança veio de forma trágica:
Maki e Ume estavam na cozinha do Orfanato, preparando o jantar,e conversavam animadamente,bastante distraídas.
Mei entrou na cozinha,aproveitando-se da distração delas e de que elas estavam de costas para ela, pegou uma enorme faca de cortar carne que estava na mesa,aproximou-se das largas costas de Ume,e em silêncio total, mas com toda a sua força, acertou uma facada nas costas da inimiga!
Mas não fora num lugar qualquer das costas:a faca afundou-se no fígado de Ume, que urrou de dor, e antes que pudesse reagir, mais quatro facadas acertaram-lhe pulmões ,intestinos, pâncreas.
Mei fora tão meticulosa em seu plano que estudara um livro de anatomia para acertar os pontos mais críticos e mortais, mas mais demorados para levar a pessoa à morte!
Contorcendo-se de dor, Ume caiu ensanguentada no chão, e Mei montou em cima do tronco dela, e começou a esfaquear o peito e o pescoço dela, e quando a lâmina cortou a jugular, um esguicho de sangue em alta pressão jorrou e quase imediatamente a pressão sanguínea caiu a níveis críticos e ela perdeu os sentidos.
O golpe final foi no olho esquerdo, onde a faca varou o olho e se enterrou no cérebro.O outro olho ficou estático, arregalado, e a boca aberta, em agonia, numa careta medonha, e a respiração parou, assim como o coração.Ume estava morta!
Maki não parava de gritar e chorar, traumatizada,e o sangue de Ume tinha espirrado em seu rosto, peito e mãos.
Mei gargalhava histérica, uma gargalhada sinistra de assassina impiedosa a sangue frio, e continuava esfaqueando sem parar o corpo morto, num frenesi.e estava coberta  de sangue dos pés à cabeça, a ponto de seus cabelos ficarem pegajosos e esponjosos , pingando sangue!
Maki começou a urinar e defecar nas próprias roupas e tremia de nervosa, num choro convulso,e repentinamente, despertou nela um rompante de revolta, que explodiu.Pela primeira vez na vida ela,arriscando sua própria vida, atirou-se contra a assassina e a surrou impiedosamente, numa fúria totalmente histérica, que pegou Mei totalmente de surprêsa,conseguindo inclusive, com uma força que nem mesmo Maki sabia de onde tirara,arrancar da mão de Mei a faca do crime,jogando-a longe.Com suas unhas, marcou as faces da inimiga profundamente, tirando sangue, uma marca permanente,cujas cicatrizes Mei carregaria pelo resto de sua vida.
Ouvindo a gritaria histérica de Maki, outras internas vieram correndo e arrancaram ela de cima de Mei, agora cheia de hematomas e com os dois olhos roxos.Na verdade , um dos socos de Maki fora tão forte, que um dos olhos de Mei  descolou a retina completamente, deixando-a cega de um olho para sempre.Depois disto, ela teve de usar um tapa-olhos.
Desta vez não houve como abafar o caso.Mei foi presa, e a temida Sra.Miyasaki foi processada criminalmente como responsável.
Mei nunca mais voltou ao orfanato:morreu num confronto com outras bandidas na penitenciária.
Agora, no entanto, Maki ganhara o respeito das internas:ninguém mais se atrevia a  tentar bater nela, humilhá-la ou fazer chacota dela.Ela passou a ser temida, e por ordem da Sra.Miyasaki, o Esquadrão Disciplinar foi desfeito.
Mas esta mesma gerente que desfez o temido Esquadrão Disciplinar, ficou furiosa com Maki e a culpou por todos os seus problemas.Iniciava-se a tortura psicológica da menina, e muitas vezes a Gerente colocava Maki por dias, semanas na solitária, e a deixava, três, quatro dias sem comida nem água.Era a maneira de a Sra. Miyasaka se vingar de Maki pela morte de Mei.Outras vezes ela amarrava Maki numa cadeira e fazia lavagem cerebral nela, para que ela acreditasse que era uma menina má e criminosa,e que tudo o que havia de ruim fosse culpa dela, que ela fosse uma inútil que só desse trabalho e não contribuía para a sociedade.
Mas era exasperante tanto para a carrasca como para a vítima, pois na mente de Maki só havia dor, desespero, luto, e ela ia se infantilizando cada vez mais,perdida nas lembranças carinhosas e perdidas de Nami.
A Sra. Miyasaka, quando soube que Tetsuo requeria a guarda de Maki, fez de tudo para obstruir a justiça e nunca o deixou visitar o Orfanato e ver a menina.
A única agora que dava um pouco de apoio e carinho agora era a Assistente, que continuava, mesmo arriscando o próprio pescoço,intercedendo em favor de Maki, e fazia o máximo possível para preservar a saúde mental da garota.

(por continuar)

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