Com Ume , Maki conseguiu
abrir seu coração e teve momentos divertidos, onde pôde finalmente voltar a
sorrir.Foram poucos , mas belos e preciosos momentos de alegria e
amizade,carinho e atenção, que nunca mais se repetiram naquele orfanato
infernal.Maki,entretanto, tinha desenvolvido um justificado pavor da Gerente e
de Mei e suas asseclas.
Nem sempre Ume podia estar
lá para defendê-la, e nestes momentos Maki apanhava sem qualquer misericórdia,
e gritava e berrava de dor, assim como de pavor, e chamava por Nami para
salvá-la.
Mas se Nami nunca estava lá para salvá-la, Ume,
sempre que podia, estava.E quando percebia que Maki apanhara, batia em suas
algozes.
Mas Mei tinha jurado
vingança e um dia esta vingança veio de forma trágica:
Maki e Ume estavam na
cozinha do Orfanato, preparando o jantar,e conversavam animadamente,bastante
distraídas.
Mei entrou na
cozinha,aproveitando-se da distração delas e de que elas estavam de costas para
ela, pegou uma enorme faca de cortar carne que estava na mesa,aproximou-se das
largas costas de Ume,e em silêncio total, mas com toda a sua força, acertou uma
facada nas costas da inimiga!
Mas não fora num lugar
qualquer das costas:a faca afundou-se no fígado de Ume, que urrou de dor, e
antes que pudesse reagir, mais quatro facadas acertaram-lhe pulmões
,intestinos, pâncreas.
Mei fora tão meticulosa em
seu plano que estudara um livro de anatomia para acertar os pontos mais
críticos e mortais, mas mais demorados para levar a pessoa à
morte!
Contorcendo-se de dor, Ume
caiu ensanguentada no chão, e Mei montou em cima do tronco dela, e começou a
esfaquear o peito e o pescoço dela, e quando a lâmina cortou a jugular, um
esguicho de sangue em alta pressão jorrou e quase imediatamente a pressão
sanguínea caiu a níveis críticos e ela perdeu os sentidos.
O golpe final foi no olho
esquerdo, onde a faca varou o olho e se enterrou no cérebro.O outro olho ficou
estático, arregalado, e a boca aberta, em agonia, numa careta medonha, e a
respiração parou, assim como o coração.Ume estava morta!
Maki não parava de gritar e
chorar, traumatizada,e o sangue de Ume tinha espirrado em seu rosto, peito e
mãos.
Mei gargalhava histérica,
uma gargalhada sinistra de assassina impiedosa a sangue frio, e continuava
esfaqueando sem parar o corpo morto, num frenesi.e estava coberta de sangue dos pés à cabeça, a ponto de seus cabelos
ficarem pegajosos e esponjosos , pingando sangue!
Maki começou a urinar e
defecar nas próprias roupas e tremia de nervosa, num choro convulso,e
repentinamente, despertou nela um rompante de revolta, que explodiu.Pela
primeira vez na vida ela,arriscando sua própria vida, atirou-se contra a
assassina e a surrou impiedosamente, numa fúria totalmente histérica, que pegou
Mei totalmente de surprêsa,conseguindo inclusive, com uma força que nem mesmo
Maki sabia de onde tirara,arrancar da mão de Mei a faca do crime,jogando-a
longe.Com suas unhas, marcou as faces da inimiga profundamente, tirando sangue,
uma marca permanente,cujas cicatrizes Mei carregaria pelo resto de sua vida.
Ouvindo a gritaria
histérica de Maki, outras internas vieram correndo e arrancaram ela de cima de
Mei, agora cheia de hematomas e com os dois olhos roxos.Na verdade , um dos
socos de Maki fora tão forte, que um dos olhos de Mei descolou a retina completamente, deixando-a
cega de um olho para sempre.Depois disto, ela teve de usar um tapa-olhos.
Desta vez não houve como
abafar o caso.Mei foi presa, e a temida Sra.Miyasaki foi processada criminalmente
como responsável.
Mei nunca mais voltou ao
orfanato:morreu num confronto com outras bandidas na penitenciária.
Agora, no entanto, Maki
ganhara o respeito das internas:ninguém mais se atrevia a tentar bater nela, humilhá-la ou fazer
chacota dela.Ela passou a ser temida, e por ordem da Sra.Miyasaki, o Esquadrão
Disciplinar foi desfeito.
Mas esta mesma gerente que
desfez o temido Esquadrão Disciplinar, ficou furiosa com Maki e a culpou por
todos os seus problemas.Iniciava-se a tortura psicológica da menina, e muitas
vezes a Gerente colocava Maki por dias, semanas na solitária, e a deixava,
três, quatro dias sem comida nem água.Era a maneira de a Sra. Miyasaka se
vingar de Maki pela morte de Mei.Outras vezes ela amarrava Maki numa cadeira e
fazia lavagem cerebral nela, para que ela acreditasse que era uma menina má e
criminosa,e que tudo o que havia de ruim fosse culpa dela, que ela fosse uma
inútil que só desse trabalho e não contribuía para a sociedade.
Mas era exasperante tanto
para a carrasca como para a vítima, pois na mente de Maki só havia dor,
desespero, luto, e ela ia se infantilizando cada vez mais,perdida nas
lembranças carinhosas e perdidas de Nami.
A Sra. Miyasaka, quando
soube que Tetsuo requeria a guarda de Maki, fez de tudo para obstruir a justiça
e nunca o deixou visitar o Orfanato e ver a menina.
A única agora que dava um
pouco de apoio e carinho agora era a Assistente, que continuava, mesmo
arriscando o próprio pescoço,intercedendo em favor de Maki, e fazia o máximo
possível para preservar a saúde mental da garota.
(por continuar)
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