sábado, 30 de agosto de 2014

Sensibilidade de Viver Prelúdio ETP-Epísódio 38





Depois de tanto conversar, após Lune  se acalmar, ela percebeu que já estava tarde. Ela então disse a Takeo que era hora de ir embora, e ele se ofereceu para a levar para a casa dela, pois agora a chuva desabava novamente e estava forte. Aliviada por não ter de voltar de ônibus em meio ao verdadeiro dilúvio que se apresentava lá fora, Lune aceitou. Como bom cavalheiro, Taleo abriu o guarda chuva dele ao saírem do restaurante, , a protegendo  de se molhar  e abriu a porta do carro para ela .Isto trouxe uma sensação de segurança e tranqüilidade muito grande para Lune, ela estava gostando enfim, de ter a companhia dele ao seu lado,embora fosse uma uma experiência totalmente nova para ela .O transito estava caótico, o congestionamento era intenso, as palhetas do limpador de pára-brisas  dançavam frenéticas, mas previsível e monotonamente. Por um bom tempo, Lune permanceu calada, com suas mãos em seu colo,
.Ele dirigia, transmitindo a ela que ele tivesse muita autoconfiança, mas certas reações dele diante de ocasiões algo imprevisíveis, como um sinal de trânsito que se fechava na última hora, por exemplo, a fazia observar nele uma certa insegurança, que ele tentava exasperadamente disfarçar. Ele às vezes fazia algum comentário sobre o transito, ela mas permaneceu calada. Algo acontecia com ela, no entanto. Súbitamente ela se sentiu absolutamente sozinha e isolada, insegura, um vazio dentro de mim tomava conta dela!
Entretanto, quando Lune percebeu que eles estavam chegando em frente à  casa dela,  o vazio que sentia  aumentou ainda mais, uma certa tristeza e melancolia algo profundas tomaram conta dela.
-Lune-san, você está agarrada no meu braço! O que aconteceu, querida, está com medo de alguma coisa?
Pega de surpresa, Lune tentou disfarçar, mas não resistiu a olhar ele nos olhos.
-Por Buda, você está chorando, Lune-san!
Ele então instintivamente a abraçou forte, e ela sentiu um alivio em seus sentimentos. Ela não consiguia entender porque se sentia triste, e  por quê esta solidão tão medonha a assolava tanto assim!
-Eu...eu não entendo..eu..eu não sei porque...
-Não precisa justificar nada, querida, fique tranqüila, estou aqui com você, estarei sempre. Estou aqui para te proteger, porque te amo e quero vê-la feliz. Não precisa se sentir só, amanhã é outro dia e nós nos veremos novamente !
Aquelas palavras tiveram um efeito tranqüilizador em Lune, um alivio indisfarçável, até o frio que ela sentia antes já não sentia mais!
-Obrigada, Takeo, você é muito gentil! Lune disse com um olhar meigo e um sorriso tímido mas doce nos lábios.
Logo após ela dizer isto e olhar e sorrir para ele com encanto, a boca  dela tocou a dele rapidamente- e os lábios que beijavam estavam trêmulos de ansiedade e desejo- para agradecer, e  Lune já ia  abrir a porta, quando uma mão forte me segurou. Lune engoliu em seco, se arrepiou inteira e seus lábios ficaram ainda mais trêmulos, a ansiedade tomou conta dela, e ela estava intimamente excitada!
Ele a beijou na boca com energia, as mãos dele a abraçaram e percorram o  corpo dela por baixo das roupas, apertaram seus seios, e desta vez, ela se sentiu relaxada, não conseguia sentir raiva, era como se ela estivesse anestesiada! Ele enfim a soltou, e Lune disse, extasiada, mas procurando disfarçar o máximo possível sua excitação sexual :
-Bom, Takeo-san, você sabe que eu não o amo, mas você é para mim uma companhia agradável e alguém com quem gosto de conversar. Se você queria me namorar, bom, para mim é uma experiência nova, inédita, e se você desculpar e compreender a minha ignorância e inexperiência nestas coisas, e tolerar minha frieza e meu gênio, então, eu oficialmente o aceito em namoro!
O rosto dele se iluminou todo, e um sorriso cobriu-lhe o rosto.Os olhos dele se arregalaram de espanto, mas o olhar dele era radiante de felicidade!
-Muito obrigado, querida, eu quero sim, e seja bem vinda ao nosso relacionamento! A partir de agora nós somos oficialmente namorados!
-Ai, Takeo-kun, eu estou tão feliz! E estou feliz com a sua felicidade também !
Um curto beijo na boca de agradecimento, e ele abriu a porta do carro para ela, e a levou até a porta da casa dela, aguardou ela abrir a porta, e então foi embora, feliz da vida!.
Quando o carro dele desapareceu no horizonte, aquela sensação de vazio, de solidão, de frio, invadiu a Lune novamente.
Ela se recolheu então para dentro de casa, e as pessoas que compõem a família pareciam simplesmente não significarem nada para ela, apenas fazerem parte do frio que ela sentia não só em meu corpo, mas na alma!
-Filha, onde você estava? Por que demorou tanto? Quem é o rapaz que te deixou aqui?Com quem você tem andado?
Perguntou a mãe dela, aflita.
-É meu namorado, o Takeo-kun. Tive um encontro com ele, eu o pedi em namoro e ele aceitou.
-Takeo? O primo da Rina? Aquele que você disse que ia ignorar e brigou com a Rina-san por causa dele aquela vez?
Lune, no entanto, ouvia a voz da mãe dela, como se fosse uma voz distante e indiferente, indistinguíveis e ininteligíveis, e ela sentiu uma forte compulsão de fugir para o seu quarto.
-Mãe, será que é verdade o que escutei? Que a Lune-chan está namorando o Takeo-san? Aaaai, eu vou contar para a classe inteira ! Onee-chan, conta para mim, conta tudo, estou curiosa  !
Disse Ruri, mas Lune nem a escutou e subiu as escadas.
-Que alvoroço é este? Porque vc e a Ruri estão abraçadinhas e felizes deste jeito?
-Papai, papai, a Lune está namorando o Takeo-san! Disse Ruri entusiasmada com a fofoca do ano!
-Opa, que maravilha, finalmente, já não era sem tempo, estou super feliz !Preciso dar um abraço nela e dar-lhe os parabéns!
-Deixa ela, Kazuo, ela já se recolheu ao quarto dela, melhor deixarmos ela em paz...
Disse Momiji, que também estava feliz, embora preocupada.
Alheia ao clima festivo da família com a notícia, Lune não sabia o que acontecia consigo, não sabia o que sentia, não sabia porque estava assim, tão pouco à vontade em sua própria casa. A ansiosidade tomou conta dela, ficou irritadiça, nervosa. Mas acima de tudo se sentia só. Ela se deitou na cama dela, tentou dormir, não conseguia. Uma solidão algo depressiva e angustiante lhe vinha em ondas, um sofrimento, saudades, e lembranças de Takeo povoavam a mente dela sem tréguas. E ela se perguntava: Porque tudo isto?
A pergunta parecia não ter resposta!
A imaginação correu solta, e Lune começou a imaginar Takeo deitado na cama com ela, a beijando, abraçando, acariciando, apertando os seios dela, as mãos dele invadindo o interior do  íntimo mais íntimo dela,e então uma súbita sensação de júbilo, de alegria, de estado de graça gloriosa a invadiu. Quando  deu por si, ela estava completamente nua, e ao olhar para as próprias mãos, cujos dedos tinham acabado de se afundar dentro do  colo dela, ela percebeu que elas estavam molhadas, encharcadas, pingando um liquido semitransparente e pegajoso!
Então ela resolveu tomar um banho.
A porta corrediça do box da banheira estava aberta, e Lune estava em pé, em meio à água do chuveiro, e  ela olhou para o espelho, e ficou a admirar seu corpo. Pouco tempo depois entrou no chuveiro, e depois que a banheira estava cheia, se deitou lá e começou a se lavar.
As mãos de Lune percorriam meu corpo dela, e ela sentia cada curva, cada pelo, cada toque, sentia a quentura da água reconfortante a envolvendo, e imaginou que as mãos dela seriam as mãos de Takeo. O frio na alma desapareceu.
Ela estava pensativa, se indagando se ela tinha mudado. Definitivamente muita coisa mudou em mim, ela pensava consigo mesma. Ou nada mudou? Ela mesma ainda não sabia dizer...

(por continuar)

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