Depois de tanto conversar, após Lune
se acalmar, ela percebeu que já estava tarde. Ela então disse a Takeo
que era hora de ir embora, e ele se ofereceu para a levar para a casa dela,
pois agora a chuva desabava novamente e estava forte. Aliviada por não ter de
voltar de ônibus em meio ao verdadeiro dilúvio que se apresentava lá fora, Lune
aceitou. Como bom cavalheiro, Taleo abriu o guarda chuva dele ao saírem do
restaurante, , a protegendo de se molhar
e abriu a porta do carro para ela .Isto
trouxe uma sensação de segurança e tranqüilidade muito grande para Lune, ela
estava gostando enfim, de ter a companhia dele ao seu lado,embora fosse uma uma
experiência totalmente nova para ela .O transito estava caótico, o
congestionamento era intenso, as palhetas do limpador de pára-brisas dançavam frenéticas, mas previsível e
monotonamente. Por um bom tempo, Lune permanceu calada, com suas mãos em seu
colo,
.Ele dirigia, transmitindo a ela que ele tivesse muita autoconfiança, mas
certas reações dele diante de ocasiões algo imprevisíveis, como um sinal de trânsito
que se fechava na última hora, por exemplo, a fazia observar nele uma certa
insegurança, que ele tentava exasperadamente disfarçar. Ele às vezes fazia
algum comentário sobre o transito, ela mas permaneceu calada. Algo acontecia
com ela, no entanto. Súbitamente ela se sentiu absolutamente sozinha e isolada,
insegura, um vazio dentro de mim tomava conta dela!
Entretanto, quando Lune percebeu que eles estavam chegando em frente à casa dela, o vazio que sentia aumentou ainda mais, uma certa tristeza e
melancolia algo profundas tomaram conta dela.
-Lune-san, você está agarrada no meu braço! O que aconteceu, querida, está
com medo de alguma coisa?
Pega de surpresa, Lune tentou disfarçar, mas não resistiu a olhar ele nos
olhos.
-Por Buda, você está chorando, Lune-san!
Ele então instintivamente a abraçou forte, e ela sentiu um alivio em seus
sentimentos. Ela não consiguia entender porque se sentia triste, e por quê esta solidão tão medonha a assolava
tanto assim!
-Eu...eu não entendo..eu..eu não sei porque...
-Não precisa justificar nada, querida, fique tranqüila, estou aqui com
você, estarei sempre. Estou aqui para te proteger, porque te amo e quero vê-la
feliz. Não precisa se sentir só, amanhã é outro dia e nós nos veremos novamente
!
Aquelas palavras tiveram um efeito tranqüilizador em Lune, um alivio
indisfarçável, até o frio que ela sentia antes já não sentia mais!
-Obrigada, Takeo, você é muito gentil! Lune disse com um olhar meigo e um
sorriso tímido mas doce nos lábios.
Logo após ela dizer isto e olhar e sorrir para ele com encanto, a boca dela tocou a dele rapidamente- e os lábios que
beijavam estavam trêmulos de ansiedade e desejo- para agradecer, e Lune já ia abrir a porta, quando uma mão forte me segurou.
Lune engoliu em seco, se arrepiou inteira e seus lábios ficaram ainda mais
trêmulos, a ansiedade tomou conta dela, e ela estava intimamente excitada!
Ele a beijou na boca com energia, as mãos dele a abraçaram e percorram o corpo dela por baixo das roupas, apertaram
seus seios, e desta vez, ela se sentiu relaxada, não conseguia sentir raiva,
era como se ela estivesse anestesiada! Ele enfim a soltou, e Lune disse, extasiada,
mas procurando disfarçar o máximo possível sua excitação sexual :
-Bom, Takeo-san, você sabe que eu não o amo, mas você é para mim uma
companhia agradável e alguém com quem gosto de conversar. Se você queria me
namorar, bom, para mim é uma experiência nova, inédita, e se você desculpar e
compreender a minha ignorância e inexperiência nestas coisas, e tolerar minha
frieza e meu gênio, então, eu oficialmente o aceito em namoro!
O rosto dele se iluminou todo, e um sorriso cobriu-lhe o rosto.Os olhos
dele se arregalaram de espanto, mas o olhar dele era radiante de felicidade!
-Muito obrigado, querida, eu quero sim, e seja bem vinda ao nosso
relacionamento! A partir de agora nós somos oficialmente namorados!
-Ai, Takeo-kun, eu estou tão feliz! E estou feliz com a sua felicidade
também !
Um curto beijo na boca de agradecimento, e ele abriu a porta do carro
para ela, e a levou até a porta da casa dela, aguardou ela abrir a porta, e
então foi embora, feliz da vida!.
Quando o carro dele desapareceu no horizonte, aquela sensação de vazio,
de solidão, de frio, invadiu a Lune novamente.
Ela se recolheu então para dentro de casa, e as pessoas que compõem a
família pareciam simplesmente não significarem nada para ela, apenas fazerem
parte do frio que ela sentia não só em meu corpo, mas na alma!
-Filha, onde você estava? Por que demorou tanto? Quem é o rapaz que te
deixou aqui?Com quem você tem andado?
Perguntou a mãe dela, aflita.
-É meu namorado, o Takeo-kun. Tive um encontro com ele, eu o pedi em
namoro e ele aceitou.
-Takeo? O primo da Rina? Aquele que você disse que ia ignorar e brigou
com a Rina-san por causa dele aquela vez?
Lune, no entanto, ouvia a voz da mãe dela, como se fosse uma voz distante
e indiferente, indistinguíveis e ininteligíveis, e ela sentiu uma forte
compulsão de fugir para o seu quarto.
-Mãe, será que é verdade o que escutei? Que a Lune-chan está namorando o
Takeo-san? Aaaai, eu vou contar para a classe inteira ! Onee-chan, conta para
mim, conta tudo, estou curiosa !
Disse Ruri, mas Lune nem a escutou e subiu as escadas.
-Que alvoroço é este? Porque vc e a Ruri estão abraçadinhas e felizes
deste jeito?
-Papai, papai, a Lune está namorando o Takeo-san! Disse Ruri entusiasmada
com a fofoca do ano!
-Opa, que maravilha, finalmente, já não era sem tempo, estou super feliz
!Preciso dar um abraço nela e dar-lhe os parabéns!
-Deixa ela, Kazuo, ela já se recolheu ao quarto dela, melhor deixarmos
ela em paz...
Disse Momiji, que também estava feliz, embora preocupada.
Alheia ao clima festivo da família com a notícia, Lune não sabia o que acontecia
consigo, não sabia o que sentia, não sabia porque estava assim, tão pouco à
vontade em sua própria casa. A ansiosidade tomou conta dela, ficou irritadiça,
nervosa. Mas acima de tudo se sentia só. Ela se deitou na cama dela, tentou
dormir, não conseguia. Uma solidão algo depressiva e angustiante lhe vinha em
ondas, um sofrimento, saudades, e lembranças de Takeo povoavam a mente dela sem
tréguas. E ela se perguntava: Porque tudo isto?
A pergunta parecia não ter resposta!
A imaginação correu solta, e Lune começou a imaginar Takeo deitado na
cama com ela, a beijando, abraçando, acariciando, apertando os seios dela, as
mãos dele invadindo o interior do íntimo
mais íntimo dela,e então uma súbita sensação de júbilo, de alegria, de estado
de graça gloriosa a invadiu. Quando deu
por si, ela estava completamente nua, e ao olhar para as próprias mãos, cujos
dedos tinham acabado de se afundar dentro do colo dela, ela percebeu que elas estavam
molhadas, encharcadas, pingando um liquido semitransparente e pegajoso!
Então ela resolveu tomar um banho.
A porta corrediça do box da banheira estava aberta, e Lune estava em pé,
em meio à água do chuveiro, e ela olhou
para o espelho, e ficou a admirar seu corpo. Pouco tempo depois entrou no
chuveiro, e depois que a banheira estava cheia, se deitou lá e começou a se
lavar.
As mãos de Lune percorriam meu corpo dela, e ela sentia cada curva, cada
pelo, cada toque, sentia a quentura da água reconfortante a envolvendo, e
imaginou que as mãos dela seriam as mãos de Takeo. O frio na alma desapareceu.
Ela estava pensativa, se indagando se ela tinha mudado. Definitivamente
muita coisa mudou em mim, ela pensava consigo mesma. Ou nada mudou? Ela mesma
ainda não sabia dizer...
(por continuar)
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