sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Sensibilidade de Viver Prelúdio ETP-Episódio 30(primeiro do segundo volume)

Hoje tem estréia aqui no blog ! Hoje começa "Sensibilidade de Viver- Prelúdio em Terceira pessoa ! Como é o segundo volume da saga Sensibilidade de Viver, o episódio 1 será chamado aqui de episódio 30, o segundo ,31 e assim por diante, exatamente como já estou fazendo com a saga Naquela Fria manhã de Outono !
Então, vamos lá, boa leitura e divirtam-se !




Sensibilidade de Viver
Prelúdio
Em Terceira Pessoa

Episódio 30 





Osaka, Japão, 2005:

Chovia forte, muito forte, e Lune caminhava pelas ruas do centro da cidade, e estava encharcada, realmente ensopada, pois não trouxera o guarda chuva, mas, imersa em suas filosofices, nem ligava. Após muito zanzar por aí, resolveu entrar numa estação do metrô.
Já no subsolo, um homem estranho a olha de longe com desejo, enquanto o trem passa e rapidamente o vento levanta a curta sai dela.
A reação dela foi imediata: ruborizou de vergonha e colocou uma das mãos sobre as nádegas, fazendo a saia voltar a esconder sua roupa íntima o mais depressa que pôde, e lançou um olhar severo de reprovação para o homem, que disfarçou e virou o rosto para o lado, assobiando.
Ela continuava constrangida, e corada, imaginando que o Homem agora a imaginava nua e fazendo sexo com ela, a desejando.
E imaginou a ele nú, e excitado, e corou mais ainda, tentando de toda maneira espantar aquele pensamento “sujo” da cabeça. Ela inda não sabia lidar com seu próprio desejo, seu próprio libido, quanto menos com o dos outros, e se sentir sexualmente desejada por alguém a incomodava profundamente e a constrangia, a deixava sem ação, a assustava, não tinha idéia de como assimilar aquilo, então tratou de racionalizar estas coisas em pensamentos lógicos e filosofices.
Ao entrar no trem do metrô, sentou-se na frente e na janela.
E uma senhora de idade se sentou ao lado dela. E a idosa , olhando para Lune, com olhar aparentemente perdido, imersa em seus pensamentos, achou que ela estivesse aborrecida, entediada, talvez mesmo triste.
Parada súbita, os freios do trem guinchou, as luzes piscaram, as pessoas gritaram, e Lune gritou também,  assustada!
Como o trem os pensamentos de Lune pareceram parar igualmente. Novamente pensativa, ela refletia :Porque gritara, porque se assustara? Porque caíra sentada no chão, e outras pessoas também se desequilibraram como tontas, e estavam se levantando agora?
Sangue respingou pela janela, e só agora Lune percebeu que machucou uma das mãos, que sangrava um pouco.
-Você se machucou, garota?
Perguntou a velhinha pousando a mão no ombro dela, ainda sentada no chão. Lune, em resposta, olhou para cima e responde secamente:
-Acho que não !
E se levanta e senta no seu assento novamente, ao lado da senhora idosa, que, querendo ajudar e cuidar dela, responde, num tom de voz doce e meigo:
-Ah, mas você se machucou sim, querida, eu estou vendo! Precisamos cuidar do seu ferimento, você deve ter machucado a mão quando caiu. Você não fala muito não?
A resposta dela incomodou a Lune, que não mais conseguia se concentrar em suas filosofices agora.
Vendo que a menina não reagia e continua calada, a senhora continuou falando:
-Você decididamente é uma garota estranha. Onde está seu namorado? Seus pais, onde estão? Onde você mora, onde você estuda? Meu nome e’ Miyuki !
Agora aquela senhora já estava parecendo irritante pra Lune, que já começava a ficar nervosa!
-Lune , eu me chamo Lune. Preciso ir. Agora, desculpe, senhora Miyuki !
Respondeu Lune, com olhar nervoso e tom de voz mal humorado.
-Não dá para ir a lugar algum agora, minha criança. O trem atropelou alguém que caiu na linha. Tem gente nos trilhos, fotografando, tirando o corpo de lá. Você está pálida, menina, acho que não anda comendo direito!
Respondeu a senhorinha, fazendo um curativo improvisado n mão de Lune, que, logo após a Sra. Miyuki  terminar, retirou sua mão da mão dela num sacão mal educado.
-Obrigada, Sempai. Adeus!
E a porta do vagão finalmente se abriu e Lune saiu do trem sem nem olhar para trás.
Ela não viu , mas a Sr. Miyuki ficou chateada, pensando em como a menina era mal educada, grosseira e mal agradecida, pois sequer um  “Prazer em conhece-la” , ou um cumprimento formal, abaixando a cabeça e o torso para agradecer Lune fez, simplesmente virou-se, deu-lhe as costas e foi embora, como se a velhinha sequer existisse !
Mas Lune não estava se importando muito com isto, ocupada que estava tentando passar pela multidão que se acotovelada, os repórteres cobrindo o acidente, etc.
Suspirou aliviada quando saiu daquela confusão barulhenta que a incomodava profundamente. Para ela o que realmente importava, o que lhe era realmente importante era continuar nas suas filosofices!

(por continuar)

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