quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Sensibilidade de Viver Origens Episódio 28





-Está certo, Lune-san, mas o que não me conformo é você tratar a sua mãe deste jeito...
-Eu trato as pessoas como me tratam. Tratou bem, trato bem, tratou mal, trato mal. Ela mereceu, e merece ainda!
-Lune-san, lembra-se de o que Sócrates disse sobre o perdão?
-Não há como discordar dele, mas neste caso, talvez não se aplique, Rina-san.
-Então que tal lembrar do que Platão falou sobre o tentar? Minha amiga, eu não sou a Marika...
Disse Rina, sorrindo.
-Você pode descobrir mais sobre uma pessoa em uma hora de brincadeira do que em uma hora de conversa, Platão também, claro! A cada dia descubro mais sobre você, Rina-san, por isto que sua amizade me encanta tanto! Está bem, você me convenceu. Vou te contar, só você mesma para conseguir uma proeza destas !Ela já foi punida o bastante!
Disse Lune, num sorriso iluminado. Seus olhos brilhavam e a raiva passara.
Após um fraterno abraço, as duas voltaram para a sala e Lune se viu frente a frente com Momiji.
O clima esfriou e ficou tenso, gélido. Parecia que a festa toda tinha parado !
Repentinamente Lune, de frente para a mãe, na frente de todos, abaixou seu torso e cabeça e disse em alto e bom tom para todo mundo escutar:
-Mãezinha querida, parabéns pelo seu aniversário, e peço-te perdão e a todos os presentes também, por ter estragado a sua festa e seu dia, e a ter constrangido e feito passar vergonha diante de todos! Estou muito envergonhada, mas queria dizer que apesar de não parecer, pelas minhas atitudes, eu a amo sinceramente, de todo o coração !
Momiji mal podia acreditar no que vira e ouvira! Ainda tremendo de tensão, seus olhos inundaram-se de lágrimas e assim que Lune voltou  à postura ereta e a encarou nos olhos, ela a abraçou tão forte quanto nunca antes na sua vida !
-Obrigada, muito obrigada, minha filhinha, eu não poderia ter recebido melhor presente de aniversário na minha vida...nunca mais vou esquecer...você...você não tem idéia do quanto tudo isto significa para mim...é claro que a perdoo, minha filha...eu também te amo de todo o coração!
Agora era a vez de Lune se emocionar, especialmente porque imediatamente irromperam os aplausos de todos os convidados da festa ao mesmo tempo!
Palavras não eram mais necessárias, e Kazuo e os irmãos de Lune, Além de Rina, todos visívelmente comovidos, as abraçaram também, apoiando-as!
-Somos uma família unida e que se ama, afinal, não?
Disse Kazuo,e todos concordaram.
Assim a festa terminou de modo ameno e Lune passou a maior parte da festa como em todas as festas que participava, isolada de todos, conversando só com Rina, e comendo à vontade!
No dia seguinte, na saída da aula, Lune voltava da aula e podia ver, uns trinta metros à frente, sua irmã caminhando também.
Ao chegar em uma esquina, Ruri atravessou, mas não houve tempo de Lune fazer o mesmo a tempo, então teve de esperar. Neste meio tempo, Ruri resolveu esperar pela irmã do outro lado da rua.
Eis que aparece um motoqueiro em uma  enorme Yamaha V-Max e parou em frente a Lune, interpelando-a:
-E aí, gatinha? Vamos dar uma voltinha? Eu conheço um motel maneiro por aqui, você vi adorar !
-Por favor, tire o capacete!
O sujeito, muito mal encarado, com barba por fazer e envergando um óculos escuro de griffe, e careca, obedeceu.
SPLAAAFT!
Soou o tapa que Lune deu na cara dele, o que fez os óculos escuros dele  voarem longe.
O sujeito não gostou nada daquilo e desceu da moto e ele era imenso, verdadeiro brutamontes, com um físico assustador de halterofilista!
-Aí, gatinha, não gostei disto não, sacou? Este óculos custou mais do que você ganha de mesada em um ano! Já que não quer ir por bem, vai por mal mesmo !Agora você vai pagar pelo meu prejuízo com seu corpo, vou te arrombar a ponto de você nunca mais conseguir juntar as pernas de novo, ok?
-Você não me intimida, seu gorila com cérebro de minhoca! Até uma ameba tem mais miolos que você! Escuta aqui, ô estúpido pervertido machista de uma figa, seu pedaço de esgoto fedorento, eu não iria com você nem morta, até um cachorro vira latas na rua deve ser melhor na cama que você !Quem você pensa que é, para achar que iria conseguir me levar para a cama, porco imundo sobre rodas ?
E Lune chutou a moto do delinquente, que caiu no chão com estardalhaço, bem na hora que um táxi vinha passando!
O táxi não conseguiu brecar a tempo e bateu na moto e quase passa por cima dela.
Agora o sujeito ficou realmente furioso, e colocou a mão nas costas e tirou um taco de basebol cravejado de pregos afiados.
-Mina, agora você foi longe demais! Me ofender até vai, mas arrebentar a minha moto não tem perdão!
-Saia da minha frente, seu pervertido pedófilo, ou eu vou chamar a polícia!
Agora sim, Lune estava assustada, e tremia de pavor, pois a expressão no rosto do sujeito era medonha!
Mas ela nem precisava chamar a polícia, Ruri vira tudo e chamou a polícia por seu celular.
O delinquente então agarrou o uniforme de Lune pela gola e a levantou a mais de um metro de altura, deixando aparecer o sutiã dela,e gritou com ela:
-Prostitutazinha desaforada ! Vadia !Ainda tem coragem de se fazer de difícil,é? Pois saiba que sou pedófilo sim, e não só isto, sou necrófilo também e adoro transar com menininhas mortas! Eu vou arrancar sua cabeça agora e depois te estuprar, sua vagabunda!
Ao ver a irmã em maus lençóis, Ruri se desesperou, e nem olhou se o sinal estava aberto ou fechado e atravessou a rua correndo para tentar socorrer Lune.
Mas o sinal estava aberto para os carros, e um Nissan Micra vinha em alta velocidade e o motorista afundou o pé no pedal do freio, mas não houve tempo hábil: o parachoques dianteiro bateu na perna direita de Ruri de raspão, que foi jogada para o lado, o que evitou que o carro passasse sobre o tronco, mas ainda assim, não evitou que atingisse a mesma perna de novo. Ruri estava caída no chão, desmaiada, pois batera a cabeça no asfalto depois do acidente.
-Ruriiiiiiiiiiii! Nãaaaaaao !
Gritou Lune em desespero, e logo em seguida o barulho de diversas armas automáticas se ouviu: eram os policiais, que cercaram o delinquente, que soltou a menina imediatamente e se rendeu.
Lune aproveitou para correr e ir socorrer a irmã e a arrastou pela rua arriscando-se a ser atropelada também. Finalmente ao chegar do outro lado da rua, chamou o serviço de emergência pelo seu celular e em instantes a ambulância chegava.
Os paramédicos examinaram Ruri, enquanto Lune, ainda na angústia da culpa e do desespero, chorava sem parar.
-Ela tem fratura exposta da tíbia e rádio, mas a cabeça não foi afetada. Não há traumatismo craniano, apenas uma concussão. Ela logo vai acordar, não corre perigo de vida.
Disseram eles, o que a aliviou tremendamente.
Lune fez questão de ir com a irmã na ambulância para o hospital, e tratou de chamar os pais pelo celular.
Kazuo largou o trabalho imediatamente e saiu do trabalho cantando pneus e foi direto ao hospital.

(por continuar)

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