-Está certo, Lune-san, mas o que não me
conformo é você tratar a sua mãe deste jeito...
-Eu trato as pessoas como me tratam. Tratou
bem, trato bem, tratou mal, trato mal. Ela mereceu, e merece ainda!
-Lune-san, lembra-se de o que Sócrates disse
sobre o perdão?
-Não há como discordar dele, mas neste caso,
talvez não se aplique, Rina-san.
-Então que tal lembrar do que Platão falou
sobre o tentar? Minha amiga, eu não sou a Marika...
Disse Rina, sorrindo.
-Você pode descobrir mais sobre uma pessoa em
uma hora de brincadeira do que em uma hora de conversa, Platão também, claro! A
cada dia descubro mais sobre você, Rina-san, por isto que sua amizade me
encanta tanto! Está bem, você me convenceu. Vou te contar, só você mesma para
conseguir uma proeza destas !Ela já foi punida o bastante!
Disse Lune, num sorriso iluminado. Seus olhos
brilhavam e a raiva passara.
Após um fraterno abraço, as duas voltaram para
a sala e Lune se viu frente a frente com Momiji.
O clima esfriou e ficou tenso, gélido. Parecia
que a festa toda tinha parado !
Repentinamente Lune, de frente para a mãe, na
frente de todos, abaixou seu torso e cabeça e disse em alto e bom tom para todo
mundo escutar:
-Mãezinha querida, parabéns pelo seu
aniversário, e peço-te perdão e a todos os presentes também, por ter estragado a
sua festa e seu dia, e a ter constrangido e feito passar vergonha diante de
todos! Estou muito envergonhada, mas queria dizer que apesar de não parecer, pelas
minhas atitudes, eu a amo sinceramente, de todo o coração !
Momiji mal podia acreditar no que vira e
ouvira! Ainda tremendo de tensão, seus olhos inundaram-se de lágrimas e assim
que Lune voltou à postura ereta e a
encarou nos olhos, ela a abraçou tão forte quanto nunca antes na sua vida !
-Obrigada, muito obrigada, minha filhinha, eu
não poderia ter recebido melhor presente de aniversário na minha vida...nunca
mais vou esquecer...você...você não tem idéia do quanto tudo isto significa
para mim...é claro que a perdoo, minha filha...eu também te amo de todo o
coração!
Agora era a vez de Lune se emocionar,
especialmente porque imediatamente irromperam os aplausos de todos os
convidados da festa ao mesmo tempo!
Palavras não eram mais necessárias, e Kazuo e
os irmãos de Lune, Além de Rina, todos visívelmente comovidos, as abraçaram
também, apoiando-as!
-Somos uma família unida e que se ama, afinal,
não?
Disse Kazuo,e todos concordaram.
Assim a festa terminou de modo ameno e Lune
passou a maior parte da festa como em todas as festas que participava, isolada
de todos, conversando só com Rina, e comendo à vontade!
No dia seguinte, na saída da aula, Lune voltava
da aula e podia ver, uns trinta metros à frente, sua irmã caminhando também.
Ao chegar em uma esquina, Ruri atravessou, mas
não houve tempo de Lune fazer o mesmo a tempo, então teve de esperar. Neste
meio tempo, Ruri resolveu esperar pela irmã do outro lado da rua.
Eis que aparece um motoqueiro em uma enorme Yamaha
V-Max e parou em frente a Lune, interpelando-a:
-E aí, gatinha? Vamos dar uma voltinha? Eu
conheço um motel maneiro por aqui, você vi adorar !
-Por favor, tire o capacete!
O sujeito, muito mal encarado, com barba por
fazer e envergando um óculos escuro de griffe, e careca, obedeceu.
SPLAAAFT!
Soou o tapa que Lune deu na cara dele, o que
fez os óculos escuros dele voarem longe.
O sujeito não gostou nada daquilo e desceu da
moto e ele era imenso, verdadeiro brutamontes, com um físico assustador de halterofilista!
-Aí, gatinha, não gostei disto não, sacou? Este
óculos custou mais do que você ganha de mesada em um ano! Já que não quer ir
por bem, vai por mal mesmo !Agora você vai pagar pelo meu prejuízo com seu
corpo, vou te arrombar a ponto de você nunca mais conseguir juntar as pernas de
novo, ok?
-Você não me intimida, seu gorila com cérebro
de minhoca! Até uma ameba tem mais miolos que você! Escuta aqui, ô estúpido
pervertido machista de uma figa, seu pedaço de esgoto fedorento, eu não iria
com você nem morta, até um cachorro vira latas na rua deve ser melhor na cama
que você !Quem você pensa que é, para achar que iria conseguir me levar para a
cama, porco imundo sobre rodas ?
E Lune chutou a moto do delinquente, que caiu
no chão com estardalhaço, bem na hora que um táxi vinha passando!
O táxi não conseguiu brecar a tempo e bateu na
moto e quase passa por cima dela.
Agora o sujeito ficou realmente furioso, e
colocou a mão nas costas e tirou um taco de basebol cravejado de pregos
afiados.
-Mina, agora você foi longe demais! Me ofender
até vai, mas arrebentar a minha moto não tem perdão!
-Saia da minha frente, seu pervertido pedófilo,
ou eu vou chamar a polícia!
Agora sim, Lune estava assustada, e tremia de
pavor, pois a expressão no rosto do sujeito era medonha!
Mas ela nem precisava chamar a polícia, Ruri
vira tudo e chamou a polícia por seu celular.
O delinquente então agarrou o uniforme de Lune
pela gola e a levantou a mais de um metro de altura, deixando aparecer o sutiã dela,e gritou com ela:
-Prostitutazinha desaforada ! Vadia !Ainda tem
coragem de se fazer de difícil,é? Pois saiba que sou pedófilo sim, e não só
isto, sou necrófilo também e adoro transar com menininhas mortas! Eu vou
arrancar sua cabeça agora e depois te estuprar, sua vagabunda!
Ao ver a irmã em maus lençóis, Ruri se
desesperou, e nem olhou se o sinal estava aberto ou fechado e atravessou a rua
correndo para tentar socorrer Lune.
Mas o sinal estava aberto para os carros, e um
Nissan Micra vinha em alta velocidade e o motorista afundou o pé no pedal do
freio, mas não houve tempo hábil: o parachoques dianteiro bateu na perna
direita de Ruri de raspão, que foi jogada para o lado, o que evitou que o carro passasse
sobre o tronco, mas ainda assim, não evitou que atingisse a mesma perna de
novo. Ruri estava caída no chão, desmaiada, pois batera a cabeça no asfalto depois
do acidente.
-Ruriiiiiiiiiiii! Nãaaaaaao !
Gritou Lune em desespero, e logo em seguida o
barulho de diversas armas automáticas se ouviu: eram os policiais, que cercaram
o delinquente, que soltou a menina imediatamente e se rendeu.
Lune aproveitou para correr e ir socorrer a
irmã e a arrastou pela rua arriscando-se a ser atropelada também. Finalmente ao
chegar do outro lado da rua, chamou o serviço de emergência pelo seu celular e
em instantes a ambulância chegava.
Os paramédicos examinaram Ruri, enquanto Lune,
ainda na angústia da culpa e do desespero, chorava sem parar.
-Ela tem fratura exposta da tíbia e rádio, mas
a cabeça não foi afetada. Não há traumatismo craniano, apenas uma concussão. Ela
logo vai acordar, não corre perigo de vida.
Disseram eles, o que a aliviou tremendamente.
Lune fez questão de ir com a irmã na ambulância
para o hospital, e tratou de chamar os pais pelo celular.
Kazuo largou o trabalho imediatamente e saiu do
trabalho cantando pneus e foi direto ao hospital.
(por continuar)
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