quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Sensibilidade de Viver Prelúdio ETP- Episódio 35



Porquê? Ela se  perguntava! Porque se render a indústria de banalização da mulher, por que ser usada por ela, porque se impregnar de fetiches pré- fabricados, que só tiram das mulheres a individualidade, a identidade? Porque ela estava deixando agora de valorizar seu Ser, sua Essência, para valorizar seu corpo e se exibir?Eram as perguntas que não saíam de sua mente !
As mãos dela percorriam seus seios, ela sentia uma sensação estranha, de um prazer ansioso, instintivo! A mão dela afundou na bolsa dela, e ela abriu a carteira, por fim entrou na loja e comprou a lingerie. Impulso, instinto, fez tudo sem pensar!
Neste momento, ao sair da loja, ela resolveu ir ao cinema. Para justificar, racionalizou de que precisava se distrair, espairecer, se esquecer um pouco de pensar.
No caminho para o cinema, ela não se sentiu à vontade diante da miríade de ofertas, de tentativas de atrair a atenção dela e extorquir o seu dinheiro, dos luminosos e dizeres das lojas, olhou para o lingerie, e se repreendeu, dizendo a si mesma que se deixou levar por pelo comercialismo barato.
Ao entrar no cinema e se sentar, Lune notou que na frente dela estava um casal de namorados, e eles se beijavam intensamente. Imediatamente lembrou-se de Takeo , dos beijos dele e da mão boba novamente.
Os membros do casal na frente dela pareciam estar sentindo muito prazer, e a mão dele percorria as roupas dela, entrava e segurava os seios dela, os apertava, e outra mão entrava por baixo da saia e invadia o colo dela, enquanto eles se beijavam. Ela abaixou as alças da blusa, e ela estava sem sutiã, e ele beijou os seios dela.
Uma sensação de prazer invadiu a mente e o corpo de Lune, que começou a imaginar que ela era a moça da frente, e que ele seria o Takeo, invadindo-a profusamente desta maneira. Ela enrubesceu na hora!
Cenas de sexo agora se passavam no filme. Era muita pressão para Lune, que sentiu suas calcinha encharcada, pois sem ao menos perceber, aquele tempo todo se masturbara novamente!
Ela resolveu ir ao banheiro.
Ao tirar suas roupas, ela notou que a calcinha dela estava sem condições de uso, inaproveitável, como se eu tivesse passado por uma tempestade!
Após se limpar, ela resolveu então colocar então a lingerie que ela tinha comprado, e se olhou no espelho. Estranhamente, aquela que via diante do espelho não parecia ser ela, parece outra mulher. Os seus seios ficaram cheios, empinados, as nádegas parecem maiores, tudo em seu corpo parecia ter mudado repentinamente. Veio ao pensamento  dela repentinamente a idéia de que o corpo dela seria mais belo do que ela pensava  anteriormente.
Por fim ela terminou de se vestir e saiu pelos corredores, e constatou que a miríade não estava só nas lojas, no ambiente comercial, estava também na mente dela, poluindo-a. Estava confusa e pensamentos desconexos concorriam entre si ao mesmo tempo pela sua atenção. Ela sentiu que era hora de sair daquela ilha de consumismo, que estava consumindo a ela!
Ela saiu do Shopping e entrou no ônibus. O estômago de Lune agora estava ruidoso em sua maneira espalhafatosa de dizer a si mesma que era hora de uma nova refeição.
Ela nem vira o tempo passar, a tarde já estava no fim. Ela desceu em frente a um restaurante de macarrão instantâneo fast food.
O restaurante não estava muito cheio, como estaria à noite, e Lune pediu macarrão com carne de porco. Logo ela recebeu minha refeição e dirigiu-se a uma mesa, pensativa como sempre.
Nas mesas, adolescentes comiam ruidosamente, conversando bobagens. Ninguém a notava, apesar de ela ser uma adolescente também, mas ela  não se enturmava, não via razão para se integrar socialmente , e achava que se fizesse isto, ela  perderia a identidade dela, sua essência. Nem ela mesma sabia dizer porque sentia uma necessidade tão forte de se afirmar perante a sociedade como alguém diferente, fora e acima da sociedade, que apenas a observava e criticava. Então, seu telefone celular tocou.

(por continuar)


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