segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Sensibilidade de Viver Prelúdio ETP- Episódio 33





Repentinamente Lune estremeceu, se arrepiou, um exaspero percorreu a alma dela,e o fato de que ela sabia que ela não podia demonstrar isto era para ela angustiante! Ele parecia saber exatamente como chegar ao fundo dos sentimentos dela e como adormecer consciência dela. Ao mesmo tempo uma sensação de segurança e confiança percorreram minha mente tumultuada dela, e certa ansiedade pelo que ela sabe que está por vir tomou conta de dela. Lune então procurou tentar mudar o tom do diálogo para algo mais culto e filosófico, cobrando-o com vigor, ao mesmo tempo lançando- lhe um olhar desafiador, decidido, afiado:
-Takeo, você está enrolando, responda logo!
Havia certa aflição nos olhos de Takeo, que não conseguiam se desviar da visão do  corpo de Lune. Mas apesar disto ele também notava o olhar dela, por isto logo ele abaixou o olhar dele por um instante, e se recobrou .Por fim ele levantou a cabeça e respondeu:
-Beleza e’ um conceito que o ser humano criou para descrever as pessoas ,os objetos e animais, paisagens, etc, com os quais ele se identifica. O Ser Humano e’ um ser narcisista e vaidoso, pois deseja que tudo exista `a sua própria semelhança, e usa o conceito de beleza para aceitar aquilo com o que se identifica, e o conceito de feiúra para recusar tudo aquilo com o que não se identifica.
Ao que Lune argumentou:
-Então,se me consideras bela, você se considera belo também. Por consequencia você não pode posar de Homem seguro de si, pois você é inseguro, narcisista e vaidoso!
-Huuum, boa resposta, cara amiga! Gostei! Senão, vejamos, então: sim, eu me considero belo sim, mas estou seguro do conceito que faço de mim mesmo, e não preciso provar a ninguém o que penso a meu respeito!

Na hora, a face de Lune mudou, de ruborizada para irritada, o pensamento de que ele estava a tratando com rudeza veio à mente dela na hora!
-Takeo-san, você é um convencido! Eu não o considero particularmente belo!”
-Não seja infantil, Lune-san, por favor, você é bem mais inteligente do que isto, e está se deixando levar por suas emoções. Claro que me considero belo, pois, como eu poderia deixar de me identificar comigo mesmo? Nós somos o primeiro e único exemplo que temos a seguir quando estamos a sós conosco mesmos quando estamos imersos nos nossos pensamentos, Lune-san, e se não apreciamos a nós mesmos, nossa passagem pela Existência estará sendo inútil, por isto, aliás, muita gente se suicida, pois são incapazes de aceitarem-se a si mesmos. Na verdade sinto-me belo, pois vejo a mim mesmo com os olhos do meu coração, e na da mente, pois e’ no coração, nos sentimentos, que a verdadeira beleza existe, não na mente. Tudo é mais belo quando aprendemos a ver com os olhos do Coração, e o ponto de partida correto é sempre nos mesmos. Me considero belo, enfim, porque eu aceito a mim mesmo como eu sou, aceito a minha realidade, tanto a interior, como a exterior, com minhas qualidades e meus defeitos. Não sonho em ser mais do que sou, nem desejo ser menos do que sou, estou satisfeito comigo mesmo.
-Interessante seu conceito, Takeo, mas discutível. Porém não tente adivinhar o que se passa no meu íntimo, você pode errar. Penso que você, no final de contas, é humilde e modesto, pois se satisfaz com pouco. Agora se isto é uma qualidade ou defeito, eis ai um belo tópico para discutirmos ! Mas outra hora, pois agora preciso ir.
Novamente o olhar de Lune o fuzilou com autoridade!
Takeo mostrou-se então espantado, chocado, embora tentasse com exaspero disfarçar. Estava claro que ele se sentia humilhado e ofendido, mas ainda assim, procurava ser gentil, porém, sua voz embargada e pouco à vontade revelava seus verdadeiros sentimentos, eis que as mãos dele tremiam, nervosas! A autoconfiança dele estava em pedaços, e a auto estima dele também. Seus olhos agora pareciam empalidecidos, seu olhar fraquejou, a cabeça se abaixou. Lune sentiu neste olhar cabisbaixo uma ponta de decepção.
-Podemos nos reunir qualquer dia para continuarmos esta conversa tão agradável, Lune-san?
-Sim. Procure por mim na escola.
Lune estendeu a mão para ele, para um cumprimento ocidental de despedida, sentindo-se aliviada por sair daquela situação tensa. Ela se sentia pouco à vontade ali.
Na verdade, sentia-se culpada, repreendendo-me por ter sido tão áspera, cruel e agressiva para com ele, estou arrependida, mas temia que já fosse tarde demais. Sentia que era preciso compensa-lo, um beijo no rosto, talvez, mas faltava-lhe coragem, pois sentia-se envergonhada!
Ele também estendeu a mão dele, que agora  segurava a dela com firmeza, e surpreendentemente, ele beijou a mão de Lune, e puxou o braço dela, e arrebatou um beijo na  boca dela tão rapidamente e repentinamente que  ela não consigo esboçar reação!
Lune sentiu que o sangue parece esvair-se do corpo dela, as  salivas  de ambos se misturaram, as línguas se tocaram, os lábios  de Lune entraram dentro da boca dele como que sugados, e Lune corou de vergonha, mas se arrepiou, sentiu os braços dele envolvendo o torso  dela num abraço fulminante e apertado. Lune estava se sentindo  insegura, mas para a  surpresa dela, logo a insegurança passou, o beijo pareceu durar pela eternidade, e ela sentia seus instintos correndo alucinantemente nas veias e artérias dela, e sentiu-se sexualmente excitada, excitadíssima, o coração  dela dispara em taquicardia!
Uma sensação de se sentir sufocada tomou conta dela, parecia que não conseguiria mais respirar, até  que o abraço afrouxou e a boca dele se descolou da dela .Ainda tonta, Lune o ouviu dizer no ouvido dela, aos sussurros:
-Minha boca deseja a sua boca. Pense no que sentiu agora para rever seu conceito de beleza, não pense, aliás, apenas, sinta. Certas coisas precisamos ver com o Coração, não com os olhos. Eu te amo!

(por continuar)

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