quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Mini séire: Gentileza de Viver-Episódio 5



Saki corou de vergonha, mas ao mesmo tempo estava para explodir de raiva ao vislumbrar o olhar pornográfico de Kanna para seu amado, um profundo e sequioso olhar de desejo, e ela fazia de propósito, porque sabia que a rival estava vendo sua provocação. Tinha vontade de sentir raiva de Nenshin por, sem mesmo saber, estar favorecendo a rival dela que ele mal acabara de conhecer, mas não conseguia!
Era só perceber o olhar perdido do menino, que nem percebera o desejo de Kanna por ele, aliás, ele sequer sabia o que viria a ser isto. Em muitos aspectos ele era, apesar do corpo quase adulto, uma criança!
-Claro, vamos ser amigas, Kanna!
O aperto de mãos era agressivo, uma querendo esmagar a mão da outra!Dos olhos de ambas só faltavam sair faíscas!
A Professora se aproximou, e delicadamente puxou para a frente o queixo de Nenshin.
-Nenshin-san, meu bem, agora não é hora de conversar, não é mesmo?Você me deixa começar a aula, por favor?
-Claro, professora!Desculpe!
Nenshin corou de vergonha, ao receber a carícia no rosto e os tapinhas carinhosos no alto da cabeça da professora, que olhava pare ela encantada.
-Tudo bem, obrigada, Nenshin-kun, você é tão bonzinho!Não é à toa que adoro você!E vocês duas, nada mais de tagarelar mais, ou serão expulsas da classe!
A parcialidade de tratamento da professora deixou Saki ainda mais preocupada. Começava a imaginar a mestra se desnudando para Nenshin e beijando-o, o que ameaçava levá-la às lágrimas, mas ela não podia chorar na frente da rival, então engoliu-as e se segurou.
Depois da aula, Nenshin foi para seu computador e pesquisou sobre o cavalheirismo. O que viu e descobriu o encantou,e começou a treinar em casa as mesuras que vira em vídeos sobre cavalheirismo.Começou a olhar as poesias que tinha feito,incentivado pela avó,poesias estas de amor, que ele escrevia, mesmo sem saber o que era amor, ou amar, pois nunca tinham dito a ele do que aquilo se tratava.Fazia as poesias  pelo seu amor às lembranças ternas da avó, pois desde criança sabia que aquilo agradava a ela, e ele adorava agradar as pessoas, e também porque achava as palavras bonitas e sua sonoridade também.
Foi quando a campainha tocou.
Era Saki, que viera visitá-lo.
O garoto a recebeu no quarto dele com animação e alegria.
-Saki-san! Eu quero ser um cavalheiro!
-Que bonito, Nenshin-kun!
Ela respondeu, magoada, pois aquilo era influência de Kanna. Mas o que lhe doía era o fato de que cavalheirismo tinha tudo a ver com ele.
Enquanto ele falava verborragicamente sobre  este assunto, ela entediou-se, levantou da cama, onde esteve sentada, e olhou a tela do computador, que exibia uma das poesias dele.
-Desculpe te interromper, mas que lindas estas poesias de amor!Foi você quem escreveu?
-Fui eu sim, que bom que você gostou, fiquei contente!
Disse ele, com um sorriso carinhoso e carismático ao extremo.
-Para quem você as escreveu, Nenshin-kun?
Saki até tremia de ansiedade, com medo da resposta.
-Para ninguém em especial, Saki-chan!Minha avó que me ensinou a gostar de poesias, me fez ler muitas e depois me incentivou a escrevê-las. Mas se você quiser, eu faço uma só para você !
O garoto não tinha nem ideia do significado deste gesto para aquela que o amava!
Sem nem pensar, ela disse, na esperança de ouvir uma confissão de amor:
-Eu quero!Nenshin-kun, faz uma para mim agora?Por favor...
O garoto, como era bonzinho e gostava de agradar, respondeu:
-Tudo bem!Senta na cama, de costas para o computador, que vou escrever, imprimir, e aí vou declamar para você !
O coração dela parecia que ia sair pela boca, de tanto que palpitava!
Ela sentou-se recostada na cabeceira da cama, de costas para o menino, e a imaginação dela voava.
Surpreendentemente não levou mais de quinze minutos.
-Vou ler para você!
Disse o garoto, sentando-se de frente para ela de pernas cruzadas, na cama, com uma folha de papel na mão. A menina estava taquicárdica de emoção, ansiando fervorosamente pela hora que as palavras começassem a soar:

“Para você que sempre esteve ao meu lado,
Que sempre me defendeu,
Minhas dores e pecados entendeu,
Amizade também é uma forma de amor,

Amor que nasce como a alvorada do dia,
Mas ao por do sol não se põe,
A amizade ao Amor não se opõe,
Disto eu já sabia,

Quando via seu olhar estrelado,
Dirigido para o lado esquerdo do meu peito,
Você que sempre morou no meu coração,
Deixa-me abrigá-lo,
Com ternura e satisfação,
Sentimento bem feito,
s profundas emoções afeito!

Se desejar o Amor encontrar,
Deixa eu te mostrar,
Descobre quem realmente  te ama pelo olhar que revela o verdadeiro Amor, 
Aquele que faz resplandecer as estrelas do céu do seu coração!

E você,
Para mim tão especial,
Eu te digo com convicção:
Você é aquela que faz resplandecer as estrelas do céu do meu Coração!”


Depois destas palavras, Saki não suportou mais...

(por continuar)

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