quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Sensibilidade de Viver:Ensina-me a Amar-Episódio 43



Os olhos de Lune se abriram. A sua primeira visão, ainda embaçada , foram os olhos da Rina.Lune sentiu seu corpo gelado,  calafrios, seu nariz escorria e começou a tossir.Estava fraca e com dores por todo o corpo.
-Lune ! Que bom que você acordou ! Eu já estava preocupada! Você está ardendo em febre!
-Onde...onde estou?
-Na enfermaria da escola.Tome por favor estes comprimidos e este xarope, você vai melhorar!
-Não quero, Rina.Estou entregue ao Nada!
Rina me abraçou forte.
-Nunca mais fale assim, Lune, nunca mais, por favor! Pare com esta loucura!Você jamais irá ao Nada, nunca vou permitir!
-O Takeo, ele...ele me recusou...Ele...ele..ele.. não me quer, não me quer mais...
-Não é verdade, Lune...disse Rina, de olhos rasos.
-É verdade, Rina, esta é exatamente a verdade, ele quer a você, não à mim!
-Lune, por favor, não sejas cruel comigo, não me torture...você sabe que isto não é verdade!
Ela me olhou com desespêro nos olhos,e alguma coisa neles parecia expressar que ela dizia a verdade, estava sendo sincera do fundo do coração! Mas isto ainda assim não me fazia sentir-me melhor...
-Lune, eu sou sua amiga há tanto tempo...ainda que ele gostasse de mim um dia, eu o convenceria à ficar com você, e o colocaria em seus braços novamente,eu...eu o recusaria...por você!
-Obrigada, Rina,mas isto não dependeria de você, e nenhuma de nós quer faze-lo infeliz.Mas ele tem me feito sentir infeliz, e a ausência dele não me tem feito bem algum...
O  olhar de Lune , sempre distante e desanimado focou na porta da enfermaria, e uma sombra masculina se projetou.
Uma voz, bem conhecida, soou:
-Ela tem razão, Rina. Eu só faço mal à ela, só a faço sofrer, eu não mereço à ela, não a mereço!
-Ah, não, é o Takeo-san, ele escutou toda a nossa conversa! Disse Rina, em tom desesperado!
Pêga de surpresa,agora sim eu me sentia como se ele se desfizesse como uma estátua de areia, esfarelando-se por entre meus dedos, esvaindo-se para o Nada sombrio !
Mas na  mente de Lune urgia uma reação, ela não podia se entregar a devaneios e visões,tinha de se esforçar para tentar reaproxima-lo dela!
Foi quando  voz  de Lune finalmente se soltou e tentou consertar as coisas:
-Takeo-kun, não é verdade, não é....não é...
Ela murmurou, já que sua garganta doía e tinha dificuldade em falar. Uma onda de tosse invadiu sua garganta inflamada.
-Ele não precisava ter escutado estas coisas, Lune-san! Foi ele quem te carregou até aqui! Ele olhou para trás e não te viu mais e voltou, e quando voltou você estava caída, desmaiada, então ele te levou correndo para cá e me avisou na hora! Se você pensar bem, verá que na verdade ele sempre esteve por perto, nunca a deixou sozinha ! Então não diga que ele não te quer, Lune-san!
A boca de Lune, com seus lábios belos , delicados e sensuais, se abriu num sorriso tímido. Um raio de esperança agora lhe iluminava a mente .Lembranças de carinho, de se sentir querida, amada , protegida  voltaram 'a mente dela e lhe aqueciam novamente o coração!
Lune tossiu e então, virou a cabeça para  Takeo e murmurou com dificuldade:
-Takeo-kun...obrigada...o que você fez por mim...foi lindo, lindo...
-De nada...procure se recuperar agora! Lembre-se sempre que tudo tem o seu tempo certo.Até logo !
Respondeu Takeo, não sem pegar na  mão e me dela e dar um beijo na testa dela com carinho.E saiu pela porta.
E aquele beijo  fez toda a diferença para Lune!
Agora, mais animada, finalmente resolveu tomar os comprimidos e o xarope.
Sorriu ao ver a expressão animada e aliviada da Rina.
A enfermeira então a avisou:
-       Senhorita Lune? Sua mãe acabou de chegar com seu irmão.
-       Mãe? Otaru? O que vocês ...o que vocês estão fazendo aqui?
-       Filhinha ! Nós ficamos  tão preocupados! Vem, nós vamos te levar para casa!Otaru, me ajude a carregar sua irmã, pegue o outro braço dela que ela está muito fraca!Rina, obrigada por tomar conta da Lune!
-       De nada, Senhora Momiji,mas agradeça ao Takeo-san, ele é quem a achou e a trouxe para cá, e avisou à vocês.
-       Certo, preciso agradecer a ele, então, ele é mesmo um menino muito bonzinho!
-       Ah, senhora Momiji,mas como vocês duas são parecidas ! Mais  parecem irmãs do que mãe e filha !Disse a enfermeira.
-       Obrigada, ela puxou muito para mim!Vamos indo então !Até logo !
Lune deu um sorriso para Rina, era claro que as duas tinham o mesmo pensamento: “menino bonzinho...para minha mãe, os rapazes sempre serão meninos,acho que ela não consegue pensar neles como homens...quanta ingenuidade!”
-Bom, Lune-san, você está em boas mãos agora, então  eu estou indo! Qualquer coisa é só me ligar !Até logo !
Disse Rina, que também foi embora.Lune Acenou para ela, despedindo-se dela.
Então Otaru se colocou debaixo do  braço direito da irmã, a apoiando, e Momiji a apoiou do lado direito.
Logo chegaram ao carro da  mãe dela, uma pequenina van Daihatsu Atrai.Colocaram Lune no  banco de trás, colocaram nela o cinto de segurança, e então Momiji,já ao volante, disparou:
-Otaru, vá no banco de trás também para tomar conta da sua irmã!
-Ah, mãe , eu quero ir no banco da frente ! Porque que eu tenho de ficar de babá desta idiota da Lune?
-Obedeça à sua mãe ! Já para o banco de trás ! Agora !
-Eu estou bem, mãe, pode deixar ele vir aí na frente.
-Não se esforce, querida, você está fraca,procure não falar, poupe sua garganta, seu irmão vai te fazer companhia!
Otaru, contrariado e embirrado, sentou-se ao  lado da irmã no banco de trás, de braços cruzados.Momiji então ligou o motor e foram para casa. 

(por continuar)

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