Saki corou ainda
mais de vergonha e gritou:
-Ei, vocês estão exagerando!Assim
também já é demais!
-Bom, ou você tira
seu short, camiseta ,sutiã e calcinha aqui e agora mesmo, ou vai levar seu namorado
daqui num caixão!
-Seus brutos!Criminosos...
E Saki começou
depois de responder, a se desnudar.
Mas revoltado, com
olhar determinado e destemido, Nenshin colocou as sua mãos sobre as dela,
impedindo-a de acabar de descer o short.
-Você não precisa
fazer isto. Não deve.Não me decepcione outra vez !
Disse Nenshin, que
ficou na frente dela e gritou:
-Quem tentar
passar a mão nela vai apanhar!
-Ora, mas agora
deu de ser valentão, é?Nós vamos matar você!
-Quem vai matar
quem mesmo?
A voz era de uma
professora, que tinha atrás de si, de braços cruzados, o robusto Professor de
Educação Física.
Os garotos
tremeram de medo na hora, e foram todos levados para a sala da Diretoria, onde
os professores contaram a tentativa de espancamento e estupro. Foram todos
parar na Delegacia.
Nenshin então
abraçou Saki e lhe disse:
-Calma, calma, já
passou, já passou...
-Me perdoa, me
perdoa, por favor, me perdoa...
Ele não disse
palavra. Apenas beijou a testa dela com carinho, e apertou ainda mais o abraço.
Ela, ainda trêmula
de nervosa, só conseguia chorar no ombro dele, que também tinha os olhos rasos.
Certas respostas não precisam de palavras, os próprios gestos falam por si!
Quem assistiu a
tudo, inconformada, foi Kanna, que percebeu logo a intensa ligação dos dois,
que se afastavam andando de mãos dadas e conversando.
Ainda mais
humilhada e ignorada, com as outras meninas rindo-se na sua cara, saiu correndo
chorando para casa, completamente revoltada.
Ela queria se
vingar de Saki, e agora estava determinada a conquistar Nenshin de qualquer
jeito!E decidiu que, a partir do dia seguinte, ela iria usar seus truques mais
sujos, e a influência política do pai, amigo do Diretor da escola, para pegar
Nenshin para si na marra.
No dia seguinte,
na hora do intervalo, ela agarrou Saki pelo colarinho e, mais alta e mais forte
que a oponente, surrou a menina com uma violência que deixou as colegas que
assistiram a tudo assustadas! Maya viu o acontecido, tentou intervir e apanhou
também.Vendo que daquele jeito Saki corria risco de vida,ela foi correndo
chamar Nenshin.
Quando ele chegou,
esbaforido, Kanna foi pega em flagrante socando o rosto de Saki, já com dois
olhos roxos e o nariz sangrando. Havia uma mancha de sangue no chão, de quando
Kanna, que usava um soco inglês,acertou-lhe a boca do estômago e a menina
vomitou sangue.
Quando Kanna, com
o rosto manchado de sangue, e olhar enlouquecido e fora de controle, olhou para
ele, o olhar que recebeu foi duro, gélido, raivoso, severo, reprovador.
Ela largou Saki,
na hora, que caiu desfalecida, mas foi aparada a tempo pelos braços de Nenshin.
-Ela me provocou!
Ela me humilhou! Olha Nenshin, veja, que te ama sou eu, não é ela não, ela não
serve para você, ela não presta, eu é quem devo ficar com você...
O garoto, com Saki
ainda desmaiada nos braços, não disse palavra. Seu olhar era aterrorizante e
ele simplesmente virou as costas para ela e foi em direção à enfermaria carregando Saki em seus braços.
Ela, sentindo que
o perdia, se arrastou pelo chão suplicando que a perdoasse, humilhando-se publicamente
mais uma vez, mas ele simplesmente a ignorou.
Mas o carisma do
garoto era tanto que quanto mais Kanna se humilhava, mais apaixonada e com mais
desejo sexual ficava por Nenshin, portanto, mais obstinada ficava. Ela foi
levada para a Diretoria e só não foi presa nem expulsa por causa da influência
do pai.Mas pegou três dias de suspensão como punição.
Durante estes três
dias, Kanna ficou completamente descontrolada, numa obcessão doentia por Nenshin.
Ficava ligando para o celular e para a casa dele de cinco em cinco minutos, a
ponto de aborrecer a família dele.Só quando a irmã dele ameaçou ir na casa dela
e dar uma surra nela igual à aquela que ela deu em Saki, Kanna parou.
E por mais quatro
dias ficou entrevada no quarto dela, em depressão profunda e como se recusava a
comer e beber, os pais tiveram de interná-la a força. Uma semana depois ela
teve alta,depois de sessões intensivas de psicoterapia.
Durante este tempo
Nenshin cuidou dos ferimentos de Saki com carinho. A menina ficou doente depois
da surra e tinha febres constantes, mas a dedicação dele foi total:chegou a
pedir aos pais dela para ficar posando na casa deles por alguns dias só para
cuidar da menina.Eles o instalaram no quarto ao lado do dela, e ele passava
horas segurando a mão dela, e conversando com ela com carinho,acariciando-lhe o
rosto e beijando-lhe o rosto e a testa.
Os pais dela
estavam impressionados com tanta dedicação, e começaram a desejar que os dois
de fato namorassem e se casassem, pois parecia realmente haver um profundo amor
de ambas as partes.
Mas perguntado
pelos pais dela, se ele a amava, ele era evasivo:
“- A Amizade
também é uma forma de Amor, e neste sentido eu amo a ela!”
Os pais dela
achavam que ele apenas não queria admitir para si mesmo que ele a amava, mas
que para eles estava clara a intensidade deste amor.
Saki logo se
recuperou e estava saudável de novo e quando, logo pela manhã, levantou-se da
cama e espreguiçou-se, ainda de camisola, Nenshin viu a expressão corada e
feliz dela, abriu um gigantesco sorriso, a abraçou forte, depois a levantou no
ar e rodopiou com ela pelo quarto, com lágrimas nos olhos de felicidade!
Era outra
lembrança que Saki nunca mais se esqueceria e que marcaria sua vida para
sempre. Nunca se sentira tão amada e querida na vida!
A vontade dela era
de beijá-lo e fazer amor com ele ali mesmo, na hora, mas se conteve para não
cometer o mesmo erro outra vez e não estragar aquela lembrança tão terna e
especial...
Um flash inundou o
quarto de luz: eram os pais dela, que fotografaram aquele momento mágico, e ela
se comoveu mais ainda. Guardaria aquela foto até o último de seus dias...
No dia seguinte,
voltaram a ir para a escola juntos, de mãos dadas, trocando olhares meigos e
carinhosos agora sem a interferência incômoda de Kanna.
Nenshin treinara
muito em casa para ser um cavalheiro e de fato agora o era.
Até puxava a cadeira
para Saki se sentar na carteira!
Mas em outro canto
da sala de aula outra garota, extremamente tímida, olhava os dois com inveja. Ela
não era uma das que perseguia Nenshin.
Mas o amava. Ela
tinha por ele, desde que o viu pela primeira vez, uma gigantesca paixão
platônica, e vira tudo o que envolvia ele, Saki e Kanna com atenção, mas ela
nunca tivera coragem de sequer se aproximar dele, quanto menos de se confessar
para ele, ou interferir nos acontecimentos.
Ela vivia
preocupada em cuidar dele e arranjar uma maneira de ficar próxima dele. Até
sentir o hálito dele para ela era um sonho dourado.
Mas sua autoestima
era baixa, se considerava, por detrás de seus óculos redondos, feia (não era) e
indigna dele física e psicologicamente. Ela o colocava como um Deus num
pedestal de um templo grego.
O quarto dela era
cheio de fotos dele, que ela tirava secretamente, e colecionava com fervor.
Quantas vezes ela
não ficava deitada na cama dela admirando as fotos dele, e corava de vergonha
ao beijar as fotos dele?
Perdera a conta!
Para ela, o
envolvimento dele com Saki lhe doía profundamente no coração, e ela vivia se
imaginando no lugar dela.
(por continuar)
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