Debulhando-se em
lágrimas, comovida, encantada, apaixonada, emocionada, Saki saltou para cima
dele e o abraçou, caindo em cima dele. Que se danasse a posição comprometedora,
a vergonha profunda, ela só queria saber dele e sentia cada cantinho do corpo
dele recostado ao seu.
Ela o olhou e viu
nele as lágrimas também.
Seu olhar para ele
suplicava por um beijo. Seus lábios tremiam de nervosa e desejo, ela nunca
esteve tão próxima de beijá-lo assim,o beijo tão sonhado, e o olhar dele era de
espanto.Ele fez menção de afastá-la de si, e então ela sentiu que era agora ou
nunca.O primeiro beijo da vida dele tinha de ser dela, e se ela não o
conquistasse logo, Kanna o faria.
A imagem de Nenshun
abraçado com sua rival voltou-lhe à mente, apavorando-a, e então ela se deixou
se levar pelos seus instintos e sua boca mergulhou na dele com volúpia e agressividade,
com todo o clamor que o instinto sexual lhe gritava agora! Enlouquecida de
desejo, colocou as mãos dele em cima das nádegas dela!
Mágoa.
Mágoa era o que
sentia ao perceber que aqueles lábios não lhe correspondiam, não participavam
do beijo, e ela abriu os olhos e percebeu a raiva e o furor nos olhos dele, que
a arrancou de cima de si, levantou-se da cama, e já de pé, disse, de cabeça
baixa, e olhos fechados, apontando para a porta:
-Fora daqui!Você é
igualzinha às outras!Só quer me agarrar! Você não gosta de mim coisa nenhuma !
Chocada, terrificada,
Saki voltou a abotoar a camisa, pois estava com seus pequenos seios quase de
fora, e, corada de vergonha, e profundamente magoada com as duras palavras de
Nenshin, que a machucavam tremendamente, ela saiu correndo e chorando fortemente,
levando, entretanto, sem nem perceber, a poesia consigo.
Ao chegar em casa,
subiu as escadas correndo, deitou-se em sua cama, e chorava sem parar. Para ela
parecia que ela o tinha perdido para sempre, e que ele tinha deixado de gostar
dela. Arrependia-se amargamente de tê-lo beijado, mas ao mesmo tempo seu dilema
era que ela queria se sentir feliz por ter tido finalmente seu primeiro beijo. Só
que ele terminara de forma traumática e dramática, o que a fazia sofrer ainda
mais!
E quanto mais sofria, mais se apaixonava !
No dia seguinte, o
clima na classe estava horrível: ele não olhava mais na cara dela, e pediu algo
rudemente para ela procurar outra carteira que não do lado da dele, mas para
desespero de Saki, permitiu que Kanna ficasse ao lado dele. Em momento nenhum
ele permitia que Saki lhe dirigisse a palavra ou chegasse perto dele.O
tratamento que ele lhe dispensava era o mesmo que dispensava às meninas que o
perseguiam : frieza total e absoluta!
Depois da aula,
que não rendeu nada, Saki seguiu sozinha para casa, absolutamente arrasada e em
profunda depressão, sentindo-se a mais rejeitada das criaturas!
Trancou-se em seu
quarto e ficou chorando na cama.
Foi quando o
telefone tocou e ela não quis atender. Mas sua mãe atendeu e poucos minutos
depois a campainha soou.
Não demorou tinha
alguém batendo na porta de seu quarto. Era sua amiga e colega de escola Maya.
Saki abriu a porta
e a abraçou a amiga chorando, o que a fez dar um passo para trás de susto, mas
depois a abraçou e elas entraram no quarto e fecharam a porta.
Ela se abriu com a
amiga e explicou tudo o que causava seu sofrimento e como se sentia.
Maya, sentada ao
seu lado, pegou em suas mãos, e lhe disse:
-Minha amiga,
olha, não fica assim... você , por tudo o que está sentindo ,o ama profundamente,
não é?
-Sim, Maya-chan,
eu tenho loucura por este garoto, mas... eu acho que agora estraguei tudo!
-Não se sinta
culpada, você errou em se precipitar, mas ele não é um garoto comum, e reagiu
de uma maneira inesperada, muito mais intensa que um garoto normal agiria. Mas
preste atenção no que vou te dizer e nunca se esqueça:quem ama, não desiste!Nunca!
(por continuar)
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