Cristine sabia
direitinho quando ele estava alegre, triste ou contrariado, o que não seria de
se esperar num réptil, que quando muito demonstra sinais de nervosismo.
Iggy balançava a cabeça
de um lado a outro e a cauda também ao trotar,quando estava alegre e seus
mugidos, parecidos com os de uma vaca, eram ,por assim dizer, felizes.Quando
estava triste ou deprimido, como quando, por exemplo, ele fazia alguma coisa
errada,ele andava de cabeça baixa e a cauda baixava.
Mas ninguém nunca
o tinha visto nervoso até então,e um evento muito distinto demonstrou como ele poderia
ficar quando bravo, e seu potencial de agressividade.
Uma das filhas dos
pesquisadores,Lilian, tinha um cachorrinho da raça Poodle, com menos de um ano de idade,e ela
passeava pelo quintal da fundação com o cachorro na coleira, quando deu de cara
com Cristine também levando Iggy para passear, na coleira com corrente, como se
fosse de fato um cachorro.
Só que Iggy não
era de modo algum nenhum cachorro,mas um legítimo dinossauro, e isto ficou
patente com o que ocorreu a seguir:
A reação de ambos
os animais foi espantosa:
O poodle, que era
sempre muito irriquieto e histérico,primeiro balançou a cabeça para um lado e
outro, como os cães fazem quando não entendem alguma coisa.Depois ficou de
olhos vidrados,e começou a latir sem parar, furioso, fora de si!
Iggy, por outro
lado, ao ver o cão,ficou extremamente curioso, e como era muito musculoso e
forte para um animal de seu porte, arrastou Cristine com ele para ir cheirar o
animal que ele nunca vira na vida.
Mas o cachorro,
quando o dinossaurinho se aproximou,disparou a latir sem parar e arreganhar os
dentes, e rosnava alto também.
De nada adiantavam
as tentativas de Lilian de segurar o cachorro, ele parecia enlouquecido, a ponto
de, quando a dona tentou pegá-lo no colo, ele morder a mão dela !
Os latidos agudos
e insistentes do cãozinho e sua atitude agressiva fez Iggy primeiro se encolher
todo, depois mugir muito alto,olhar para Cristine,que, sem saber de nada,
tentou agradá-lo na cabeça, mas ele desviou e não deixou.Seu olhar também
estava vidrado no cão,e os lábios logo atrás do bico quadrado da ponta de sua boca se
encrisparam.Ele tremia todo, e era notório que ele estava irritado com o som
contínuo dos latidos e rosnados do cachorro.
De repente o
poodle atacou para mordê-lo!
Os Iguanodons tem
as patas dianteiras num formato muito singular: três dedos unidos por uma
membrana, seguidos de um lado por um pequeno dedo opositor, como se fosse um
polegar,e o quinto, do outro lado da mão era um esporão, um espinho afiado como
faca, usado para a defesa.
Reação!
Iggy desviou-se do
bote do cachorro com agilidade espantosa, levantou-se nas patas traseiras, e
com a pata dianteira esquerda desferiu um golpe com o esporão, que se afundou
no pescoço do cachorrinho e o levantou no ar,indo até a cabeça e arrancando uma
orelha fora !
O golpe fora tão
profundo que rasgou a artéria jugular do poodle e depois rasgou-lhe o crânio,
fazendo voar fora um pedaço do cérebro
dele!
O cachorro, ao
cair no chão, já estava morto, com o sangue jorrando em profusão e alta pressão
!
As duas meninas
gritaram , assustadas, e os cientistas do laboratório em frente correram para
ver o que tinha acontecido, e chamaram Lankers e o Dr.Ettore, que ficaram
pasmos: Iggy estava agora de volta nas quatro patas, todo encolhido, e seu
mugido agora parecia um rosnar dissonante,as escamas arrepiadas, e suas patas
dianteiras batucavam no chão, nervosas.
Cristine abraçou o
pai, chorando, sem entender,e Lilian, cuja mãe foi chamada, estava em estado de
choque, afinal, a menina tinha apenas nove anos de idade.Também foi abraçada
pela mãe,igualmente chocada com a cena sangrenta.
Mas bastou o
cachorro ser retirado dali que Iggy voltou ao normal, alegre e feliz,como se
nada tivesse acontecido!
Este estranho
comportamento de Iggy também gerou muitas discussões e ninguém conseguia
chegar à uma conclusão se o
comportamento dele seria natural ou não, já que não se parecia com o de
qualquer mamífero, réptil ou ave conhecidos.
Um mês depois, com
Iggy já do tamanho de um pastor alemão,Cristine recuperou a confiança em Iggy,
e voltou a tomar banho com ele na banheira, embora seu pai lhe dissesse que ele
já estava grande demais para tomar banho com ela, e que logo ele estaria grande
demais para ficar perambulando pelas dependências do prédio da Fundação.
Mas a menina não o
escutava e insistia em mantê-lo perto de si.
Depois do banho e
de enxugar Iggy com uma toalha, a garota se enxugou e se trocou, e colocou no
seu aparelho de som uma música pop bem animada e começou a dançar.
Isto atiçou a
curiosidade de Iggy, que começou a tentar imitar os movimentos dela,empinado
nas patas traseiras.Ele não conseguia ficar na posição totalmente vertical, por
causa de sua cauda rígida, mas suas patas traseiras tentavam seguir os
movimentos dos pés da menina que estava ao seu lado, e ela o incentivou a
continuar.
Não demorou ele
imitava direitinho os movimentos dos pés e braços de Cristine dentro dos
limites de movimentação de seu esqueleto e musculatura, e parecia estar muito
alegre!
A menina não teve
dúvidas e mais tarde, quando o pai chegou no apartamento, cansado do
trabalho,ela ligou o som e fez diante dele um “show” dela e de Iggy dançando
sincronizadamente,o que o deixou de queixo no chão!
Seu assombro foi
tanto que Lankers providenciou outro “show” dos dois na frente de uma platéia
de cientistas e Emil Furs, todos absolutamente passados e encantados com a
demonstração!
(por continuar)
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