terça-feira, 30 de setembro de 2014

Naquela fria manhã de Outono-Episódio 68



Uma vez no quarto, Shinji trombeteou:
-Pode começar a confessar seus pecados!Conte tudo !
Nervosa, Kaede caiu de joelhos diante do marido, de cabeça baixa, e confessou que havia feito amor com Tetsuo, que estava apaixonada por ele,e tudo o que se passou entre eles.
Shinji foi ouvindo, rangendo os dentes, tremendo de nervoso, rubro de raiva, mas teve a paciência de esperar ouvir a confissão até o fim.Quando ela por fim terminou, veio a tempestade:
-Sua prostituta vagabunda !Vadia! Mulher à toa ! Traidora !Teve o desplante, a coragem de ousar me trair, e pior, e mais imoral ainda, me trair com meu próprio filho!Sem vergonha!Ordinária! Porca !Cadela!Imunda!Você me desonrou, desonrou meu nome, a minha casa, minha família, você não está nem aí comigo, eu, que estou velho, recém-operado!Covarde!Enquanto eu estava sofrendo, correndo risco de vida naquele hospital, você ficava me traindo!
-Me perdoa, Shinji-kun, por favor me perdoa! Foi uma estupidez da minha parte, eu sou uma besta,eu traí você com o Tetsuo e com o...
-O queeeeê???Você me traiu com mais gente ainda? Quantos você levou  para a cama, sua suja?Você é uma imoral, safada, libertina,sua...sua...sua...aaaaaaaaaah!
Depois de falar enquanto batia nas costas da esposa com sua bengala com toda a força,Shinji teve um novo infarto!
Mas desta vez foi fulminante! Ele caiu morto no chão!
-Shinji!Shinji...nãaaaaaaaaaaoooo!Gritou Kaede.
Ela tentou levantar a cabeça dele, colocá-la no colo, beijá-lo, tentou massagem cardíaca e nada.
-Shinji-kun!Shinji-kun, fala comigo , Shijiiii-kuuuun!Oh, não, Shinjiii-kun!Shinjiiii-kuuuuuun!
Kaede então ligou para o celular de Tetsuo, que não entendeu nada do que ela dizia, em meio a tanto choro, apenas que era alguma coisa referente a seu pai.Resolveu voltar correndo pela casa.
Lá chegando,alertado pelos gritos desesperados de Kuome,que também foi alertada e chegou correndo,e chorava  desconsoladamente no sofá da sala, Tetsuo entrou no quarto e viu o que ele desconfiava e temia: o pai dele morto nos braços da madrasta.Ela chorava descontroladamente!
-Papai! Papai !
Tetsuo colocou a cabeça no peito dele, e nada de ouvir o coração.Tomou a pulsação, mas esta não havia mais.Ele desabou a chorar também.
Logo Maki e Hideo apareceram, atraídos pela confusão, e Maki começou a chorar também! Duas mortes, dois choques tão próximos, e ela entrou em parafuso!Completamente desnorteada, ela teve de ser amparada por seu namorado e levada para outro quarto.
Dia de luto na escola, dia de luto na casa dos Amagawa.
O velório e o enterro de Ayumi, morta tão jovem,foi de grande comoção e atraiu a escola inteira, tendo ela sido velada em sua sala de aulas.
Maki depositou uma coroa de flores no caixão, pedindo à morta que por favor a perdoasse, pois ela se sentia por demais culpada!
Para piorar, o enterro fora no mesmo cemitério em que sua irmã Nami estava enterrada!
Ela estava muito deprimida e o choque destas duas mortes seguidas a levou a ficar tímida e ingênua de novo, não permitindo mais grandes intimidades com Hideo, que no entanto, a amparou, junto com Tetsuo, com todo o amor e carinho que pôde.Aquele trauma poderia demorar a ser curado, os dois pensaram...
Enquanto isto, no presídio feminino, uma estranha "funcionária" andava pelos corredores procurando pela cela de Izanami.Era Haru, o irmão de Ayumi, travestido de mulher, que tinha conseguido fugir de sua prisão, pronto para matar a assassina de Ayumi.
Finalmente, conseguiu achar a cela dela.Abriu a grade com a chave e entrou, fingindo que ia limpar a cela.Izanami estava dormindo.
Ele se aproximou, tirou uma faca do bolso do vestido,e neste momento a tia  dele abriu os olhos.
-Oi, Titia !Sayonara!Ele disse com ironia, enquanto ela arregalava os olhos ao ver a faca brilhando ao reflexo da luz elétrica.Ele tampou a boca dela com a mão, e a faca mergulhou fundo no seio esquerdo dela, atingindo a veia cava, ao lado do coração, uma veia de grosso calibre, que carrega uma grande quantidade de sangue.rompendo-a e provocando uma enorme hemorragia interna,gravíssima.Em segundos a pressão arterial dela caiu quase a zero e ela perdeu a consciência.Alguns segundos depois, estava morta.
Mas houve uma testemunha, pois a carcereira estava passando por eles justo naquele momento, e deu o alarme.Imediatamente várias policiais apareceram, e Haru tomou a carcereira como refém. Entretanto, uma policial atirou nele  pelas costas, e a bala atingiu a base do crãnio, rompendo o cerebelo e rasgando-lhe o cérebro.Huru caiu morto instantâneamente.
Tentaram socorrer Izanami, mas ela já estava morta.
Dois dias inteiros  se passaram.
.Primeiro dia de aula depois do  enterro de Ayaumi.Também Shinji já tinha sido enterrado.
Maki e Hideo foram para a escola, e agora eram bem recebidos. Toda a animosidade e desconfiança da classe para com eles tinha terminado, e agora colegas de ambos os sexos se aproximavam deles,o clima era leve e animado.
Menos para Maki, que continuava deprimida.
Ela não rendia bem na escola e tinha crises constantes de choro, além de episódios de baixa auto estima, que Hideo tinha dificuldades em conseguir sobrepujar.Preocupado, o menino resolveu conversar com Tetsuo no intervalo:
-Tetsuo-sensei,eu não consigo mais animar a Maki-chan! Ela não consegue se recuperar, e está cada vez mais deprimida, sem ânimo para nada...
-Eu tenho notado isto também, Hideo-san, e também tenho ficado muito preocupado.O clima lá em casa anda fúnebre, não acha?A Kaede-san se martirizando pela morte de meu pai,a Kuome-nee-san a acusando de assassina, a Maki-chan deste jeito...não sei mais o que fazer!
-Olha, eu estou tendo uma idéia aqui comigo, sensei.Acho que a Maki precisa mudar um pouco de ares, descansar um pouco.Ela tem uma amiga lá em Osaka, a Lune Tamassuki, que faz muito bem para ela, e a Maki-chan sempre me fala que a Lune-chan é a melhor amiga dela, e que já a convidou para ir visitá-la na cidade dela quando quiser.
-Olha, mas é uma ótima idéia, Hideo-san! Muito bom ! Vamos fazer o seguinte, eu pago a viagem de vocês para lá! Peça para ela ligar para a Lune-san e combinar uns três dias lá, será ótimo para ela !
-Vou falar com ela agora mesmo, sensei!
Hideo, no entanto teve uma trabalheira danada para  convencer Maki a viajar. Então nossa heroína resolveu ligar para Lune:
-Alô?Lune-san?
-Não, aqui é a Ruri, irmã dela, quem é?
-Aqui é a Maki-chan, amiga dela, de Kyoto!Eu poderia falar com ela, por favor?
-Claro, só um momento, que vou chamá-la!
Alguns segundos depois:
-Maki-chan?Que bom receber sua ligação !Que saudades, como é que você está?
-Ah, Lune-chan, eu também estoucapotando de saudades de você !Olha, oneee-chan, aconteceu tanta coisa depois que você foi embora, muita coisa boa, outras ruins, estou tão deprimida...
-Imagine, Maki-chan, não fique assim...
-Onee-chan,eu...eu posso vir aí te visitar?Estou precisando tanto do seu apoio...
-Claro, venha, vai ser um prazer recebê-la em casa ! Venha sim !
-Eu venho como Hideo-kun, meu namorado, tudo bem?
-Olha só, você está namorando, que coisa boa ! Claro, traga  a ele também!
-Obrigada, Lune-chan, nós chegaremos aí amanhã à tarde, tudo bem?
-Tudo bem, só me passe então os dados do horário certinho, que estarei na estação ferroviária esperando por vocês !
Maki passou os dados.
-Ótimo, amanhã , à uma e meia da tarde eu e o Takeo-kun vamos buscar vocês então!Vai ser muito bom, e vamos poder conversar muito, Maki-chan!
E assim, agora estava tudo combinado.
Em Osaka, Lune já ligava para Takeo, para combinar as coisas, e ele concordou.Sendo assim, ela tratou, ela mesma de preparar o quarto de hóspedes para Maki e Hideo, e avisar a seus pais da visita.Lune estava bem animada, pois tinha poucas amigas, e Maki era  para ela muito querida, e na verdade as duas estavam muito ansiosas para se reencontrarem!
Enquanto isto, de volta a Kyoto,Emi estudava na mesma escola e classe que Kuome e Midori, pois era da mesma idade.Rito, mais novo que ela estava na classe de Maki, e, embora ele e Emi continuassem vivendo juntos como se fossem casados,portando até anéis de noivado,ele continuava dando em cima de tudo quanto era menina que encontrasse, e traía Emi direto.
Mas quem estava na entrada do colégio àquela hora era Katashi, o pai de Emi.
Ele portava uma pistola semi-automática roubada, e disfarçou-se de funcionário da limpeza para  tentar se aproximar de sua filha e cometer mais um crime.
Entretanto, Mira, a brava chefe do Esquadrão Disciplinar da escola estava fazendo sua ronda, e imediatamente suspeitou dele.Afinal, ela conhecia todos os funcionários da escola!
-Ei, o que o senhor está fazendo aí?Está cego?Olhe aquele monte de folhas lá! Vá catar!
-Sim, senhorita! Ele disse, enterrando o boné na cabeça.
-Huum, não sei não!Eu não conheço você, por favor identifique-se!
Katashi coçou o farto bigode e tirou a pistola do bolso.Mira levou um susto e sacou sua espada katana, mas um tiro em sua mão a desarmou na hora!
-Hehehehe!Ele riu, numa risadinha sinistra, e avançou para cima dela, empurrando-a para trás, e jogando-a atrás de uma moita.
Ele se deitou em cima dela e tampou a boca dela com a mão, para evitar que ela gritasse, e começou a rasgar as roupas dela.
Ela se debatia, apavorada, e apertou o botão de emergência de seu celular, que tocou em todos os celulares de todo o esquadrão dela, cujos integrantes vieram correndo em seu socorro.
Katashi deixou-a nua em pêlo, e começou a estuprá-la, avançando com toda a força para cima dela a ponto  de machucá-la e fios de sangue desceram por entre as perrnas dela.
Ele mordia os seios dela com força, à ponto de sangrar, e num ritmo frenético e selvagem, a estuprava com violência extremada!
Só então ele se viu cercado dos vinte estudantes armados de porretes, que começaram a espancá-lo nas costas, até ele se soltar de Mira, e puxaram-na para longe dele.Um dos integrantes do Esquadrão chamou a polícia, e eles apreenderam a arma de Katashi.
Logo a polícia chegou.O pai de Emi, em desespêro, não quis se render.Conseguiu tirar a arma da mão da estudante e atirou nos policiais.Novamente lá estava a brava Akane, que, ao ver um colega seu cair morto no chão,deu um tiro certeiro em Katashi, na testa, bem entre os olhos.
Ele tombou morto no chão.
A ambulância chegou e levou Mira para o Hospital, e o bandido foi identificado.
Do meio da multidão que assistia, saiu Emi.
Mas esta não chorou.Ao contrário, sentiu alívio, e vingada.E chutou o corpo inerte, dizendo:
-Bem feito !

(por continuar)

Nenhum comentário:

Postar um comentário