segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Conto: Coração de gelo-Parte 2



 Parte 2

- Meeeeeaouwwwww!
Um sinistro miado, verdadeiro e feroz rugido carnívoro se ouviu de pertinho. O garoto se arrepiou dos pés a cabeça, sua espinha gelou.
Olhou para trás.
- A Morte de dentes Longos!
O Smilodon estava próximo , apenas vinte e cinco metros os separavam, e ele estava pronto para atacar. Sua cabeça estava na altura da cabeça do menino, que suou frio. Seus dois dentes de sabre de vinte centímetros , serrilhados e afiados, levemente recurvados e pontiagudos brilhavam ao luar, e havia sangue fresco de alguma outra vitima respingando deles. Seu instinto falou rápido. Correu o quanto pode em direção dos Mamutes, muito próximo. O enorme felino dentes de sabre  abriu sua bocarra, os enormes caninos a mostra, um urro profundo e tétrico, e saltou agilmente.
Seu salto era certeiro, e os caninos já estavam a centímetros dos ombros do garoto desesperado, quando uma providencial tromba acertou o predador com violência, jogando-o ao chão. O menino tropeçou na neve e caiu. Olhou para cima e viu uma fêmea mamute olhando para ele. O enorme macho, chefe da manada, trombeteou sua fúria para o smilodon, que logo se levantou e preparou se para  saltar na a lateral do enorme paquiderme, entre as costelas e a perna traseira.. Outros mamutes vieram em socorro do chefe. Vendo que a bocarra do gigantesco gato ia afundar seus dentes de sabre no ventre do chefe dos Mamutes e iria mata-lo, Xer-Norsman levantou-se e gritou para o smilodon:
-Venha! Aqui! Venha me pegar!
O enorme predador distraiu-se e mudou de alvo ,pronto a matar aquele garoto atrevido.
Quando saltou, no entanto, outra tromba forte o jogou longe. Em fúria cega, o velho chefe tentou atacar outra vez, mas ficou preso em uma armadilha natural, um enorme e profundo buraco coberto de neve, onde o Mamute afundou rapidamente ate’ um pouco acima da altura dos joelhos, completamente atolado. E o Smilodon  preparou-se  novamente para saltar .Mas tal confusão atraiu outro predador terrível: o Urso gigante, maior ainda do que o Urso das Cavernas, gigantesco em seus mais de dois metros de altura nos ombros e uma tonelada de músculos.
Enquanto isto, o povo Cro Magnon percebeu a falta do menino e seguiu seu rastro, e chegaram ,orientados pelos urros estrondosos dos mamutes e do felino dentes de sabre, `a batalha que se desenrolava, para salvar o garoto. Todos estavam apavorados com os dois predadores gigantescos, que estavam para lutar em uma batalha de titãs para ver quem mataria e devoraria o Mamute, que viu seus companheiros se afastarem daquela batalha de morte, que eles sabiam não poder interferir desta vez. O velho Mamute por sua vez, aterrorizado, contemplava com o olho direito os dois predadores se encarando, prontos a lutar, e com o esquerdo, o garoto corajoso que tentou salva-lo, lançando -lhe um longo e triste olhar  .A expressão deste olhar profundo  demonstrava a gratitude e a inteligência do paquiderme, que levantou a tromba e urrou trombeteantemente, e seu urro  da morte ecoou por todo o vale ensurdescedoramente. Ele se deixou agradar, depois afastou o menino delicadamente para o lado, com sua tromba, e grossas lagrimas caíram de seus olhos.
Ainda atordoado por sua fantástica experiência, o garoto percebeu  a chegada de sua gente, procurando por ele.
- Vamos embora enquanto e’ tempo, pois  ambos ainda  estão ocupados.
- Pai, o Mamute, o Grande Mamute! Como posso deixa-lo? Tentei salvar a vida dele, e agora ele esta’ sacrificando a vida dele para me salvar. Doravante meu coração será  de gelo...
Seu pai o abraçou, comovido, e os homens foram embora dali.
Smilodon e Urso iniciaram sua  sangrenta batalha de morte. Ouviu-se uivos e os lobos gigante também atraídos pela fartura de carne viva, em bando, juntaram -se ao festim. Mas ninguém assistiu ao terrível urso gigante ,em desespero, lutando para escapar do assedio dos mais de  cinqüenta lobos, ao lado do Smilodon já  morto, desmembrado vivo por dez lobos com a metade de seu tamanho, e outros dez jaziam mortos. Também o urso acabou derrotado, pois eram muitos contra um só’ . Todos ficaram impressionados, pois era a primeira vez que alguém via tão temíveis predadores e sobrevivia para contar a historia !                                      
                                                           FIM

Cristiano Camargo

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