domingo, 3 de agosto de 2014

Poesia : Uma alma que uiva ao luar





 Sou como um lobo,
Um lobo solitário que uiva ao luar...
Meu coração toca no saxofone,
Uma  triste melodia...

Minha alma uiva ao luar
Meu coração e’ um lobo solitário,
De coração pesaroso,
Desgarrado do bando,
Solidão...
E o saxofone continua a tocar...

Toca notas agudas, roucas e tocantes
Tocando solo,
Como minha alma que se expressa!

Ao sax se junta uma guitarra agora,
Que grita cortantemente,
Como uma navalha,
Estraçalhando um coração,
Vazio de sentido
E cheio de compaixão !

Um anjo solta a voz
,Uma melancólica soprano,
Uma voz poderosa ecoa na densa bruma da noite escura e fria,
Fria como o coração solitário do lobo,
Que uiva ao luar,
Como mesmo exaspero que a minha alma !

Uivo, sax, guitarra, voz angelical,
Uma canção profunda e tocante e triste,

Agora e’ a vez do violino,
Que despeja notas qual lagrimas,
Ao vento gelado que as leva ao esquecimento,
Mas as leva com  seu tom agudo e navalhino,
Ao lago profundo,
Que espelha a figura triste da magoa da solidão!


Uma expressão comovente,
Um desabafo,
Todos estão chorando,
Sax, guitarra, violino, o lobo e o Anjo
Para a lua cheia bela e brilhante,
E um belíssimo coro agora coroa
E ecoa,
Minha alma  solitária e vazia,
Que lamenta a dor suprema e profunda,
De não  Ter ninguém ao meu lado  !

                          Fim



Cristiano Camargo
PS: Poesia premiada no V Prêmio Artur Bispo do Rosário,edição 2009.

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